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C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 5. Histologia
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NO BAÇO DE RATOS Wistar INJETADOS COM VENENO BOTRÓPICO IRRADIADO COM LASER DE BAIXA POTÊNCIA.
Camila Bolognes Couto 1 (camilabcouto_@hotmail.com), Luanna Franceska Cardinal Vieira 1, Helen Rezende 1, Regina Rios 1, Maria Inês Affonseca Jardim 1, Rosemary Matias 1, Doroty Mesquita Dourado 1 e Manoel Vicente Silva 1
(1. Centro de Ciências Agrárias, Uni. para o desenvolvimento do estado e da região do pantanal-UNIDERP)
INTRODUÇÃO:
O baço é um órgão ricamente vascularizado, com o parênquima dividido em polpa branca, com função predominantemente imunitária, e polpa vermelha com a função de remover hemácias senescentes e antígenos do sangue, num processo de filtração. Considerando que as manifestações hematológicas são uma das principais alterações no envenenamento botrópico, é considerável a probabilidade das mesmas serem encontradas no baço, por suas características. Levando em consideração estas possíveis alterações o propósito desta pesquisa foi de verificar as modificações morfológicas ocorridas no baço de ratos Wistar ocasionadas pela injeção i.m. do veneno bruto da serpente Bothrops neuwiedi irradiado com laser Arsenieto de Gálio (AsGa), após 3 horas e 7 dias. O veneno de Bothrops neuwiedi é constituído por proteínas compreendendo grande variedade de enzimas, toxinas não-enzimáticas e proteínas não-tóxicas. São descritas três atividades fisiopatológicas do veneno botrópico: a proteolítica (inflamatória aguda), a coagulante e a hemorrágica. A atividade inflamatória aguda é responsável pelos fenômenos locais; a coagulação sangüínea ocasiona consumo de fibrinogênio e a formação de fibrina intravascular, induzindo freqüentemente a incoagulabilidade sangüínea e a hemorrágica é atribuída fundamentalmente a componentes específicos, denominados hemorraginas, que são metaloproteinases que contém zinco.
METODOLOGIA:
Foram utilizados 25 ratos machos Wistar, (200 a 300 g) do Biotério da UNIDERP/MS. O veneno bruto, liofilizado de B. neuwiedi foi fornecido pelo Laboratório de Zoologia/UNIDERP e estocado à -20ºC. Os animais foram divididos em três grupos: o grupo experimental (GE, n=10) injetado com solução de veneno (40 μg/mL); o grupo injetado com veneno e tratado com laser Arsenieto de Gálio (AsGa) (VGA, =10) na dose de 4 J/m2 e 1 minuto e 32 segundos de exposição a irradiação, e o grupo controle (GC, n=5), injetado com solução salina estéril. Todos os grupos receberam o veneno e irradiação diretamente nos músculo gastrocnêmio. O tempo para o sacrifício do animal foi de 3 horas e 7 dias. Os animais foram anestesiados com pentobarbital sódico (40-70 mg/Kg, i.m.), amostras colocadas em Formol 10% por 24 horas e a seguir o material foi processado para inclusão em parafina e corados com hematoxilina-eosina (H.E). Análises morfométricas foram realizadas no baço como, medida do peso, comprimento transversal e longitudinal do órgão. As medidas foram comparadas estatisticamente utilizando-se o teste Tukey para comparação entre diferentes médias. Foram analisados 5 grupos de cobaias que receberam tratamentos diferentes no período de 3 horas e 7 dias: grupo injetado com veneno de Bothrops neuwiedi , grupo controle (NaCl), e grupo injetado com veneno e irradiado com laser AsGa. Utilizando um nível de significância de 5%.
RESULTADOS:
O grupo controle apresentou-se com aspecto normal. As lesões mais comuns nos diversos tempos do grupo experimental em 3 horas, grupo injetado com veneno de B. neuwiedi e o grupo irradiado com laser AsGa, foram as seguintes: cápsula e septos espessos em alguns pontos do órgão, degeneração hidrópica, áreas de atrofia folicular e hiperplasia dos folículos, congestão vascular e na polpa vermelha hemácias com tamanho e forma diferentes e em 7 dias no grupo injetado com veneno havia ainda congestão vascular e a cápsula em alguns pontos apresentava-se um pouco espessa e o grupo irradiado com laser, o baço apresentava aspecto normal. Em relação ao estudo morfométrico a análise estatística demonstrou que não ocorreu diferença significativa (nível de significância de 5%) nos parâmetros avaliados entre o grupo controle e experimental.
CONCLUSÕES:
Apesar do baço ser um órgão que recebe sangue proveniente do fígado as alterações observadas comprovam que em relação a outros venenos botrópicos, o veneno de B. neuwiedi é mais tóxico. A degeneração hidrópica iniciou na periferia do órgão, posteriormente foi atingindo áreas mais centrais do baço. Além disso, também foram perceptíveis as áreas de atrofia dos nódulos linfóides. Notou-se também megacariócitos por todo o parênquima do órgão, que foram vistos também no grupo controle, porém em menor quantidade. Neste órgão o fato de se ter irradiado o veneno depois de injetado no músculo gastrocnêmio diminuiu a toxicidade do mesmo.
Instituição de fomento: UNIDERP/FMB
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  baço; laser; veneno.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005