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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 5. Enfermagem Pediátrica
PERFIL DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS VÍTIMAS DE ACIDENTES DOMÉSTICOS
Rita Neuma Dantas Cavalcante de Abreu 1 (rita.neuma@zipmail.com.br) e Rejane Maria Carvalho de Oliveira 2
(1. Pós-Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Profa. Mestra do Depto. de Enfermagem, Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
INTRODUÇÃO:
São numerosas as formas de acidentes domésticos, destacando-se as quedas como uma das mais comuns, os ferimentos por instrumentos cortantes e/ou perfurantes, queimaduras, intoxicação por medicamentos, produtos tóxicos domésticos ou plantas e afogamentos. De acordo com os dados da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará (SESA-CE, 2000), os acidentes e as violências são de considerável importância, no grupo das crianças e adolescentes, uma vez que as mortes por estas causas representam em média 20% do total de óbitos anuais por causas externas em Fortaleza, Ceará, Brasil, sendo a primeira causa de morte em crianças a partir dos cinco anos de idade e nas duas fases da adolescência. Este estudo tem como objetivo identificar o perfil das famílias de crianças vítimas de acidentes domésticos, caracterizando os tipos mais freqüentes.
METODOLOGIA:
Com uma abordagem quantitativa, a pesquisa se configurou em um estudo exploratório e descritivo, realizado na unidade pediátrica de um hospital de emergência de atenção terciária e referência Norte e Nordeste no atendimento à vítimas de acidentes, na cidade de Fortaleza, Ceará. Foram estudadas 22 crianças na faixa etária de 0 a 12 anos de ambos os sexos que encontravam-se internadas na unidade pediátrica no período de abril a maio de 2004 e tinham sido vítimas de acidentes domésticos. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada com a mãe da criança e complementada com os registros em prontuários. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição da pesquisa. Os participantes foram orientados sobre o anonimato, natureza, objetivos e benefícios da pesquisa. Os dados foram coletados após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS:
Os resultados revelaram que 50% das crianças acometidas por acidentes domésticos encontravam-se na faixa etária de 5 a 8 anos de idade, seguindo-se da faixa etária de 1 a 4 anos (27.3%). Houve predominância desses acidentes em crianças do sexo masculino, em relação ao sexo feminino de (54.5% X 45.5%) respectivamente. Dentre as crianças participantes, 65% eram procedentes de outros municípios cearenses. Quanto à escolaridade, 95.5% das mães entrevistadas eram alfabetizadas e 45.5% tinham renda mensal menor que um salário mínimo por mês. 54.6% dessas crianças encontravam-se com a mãe no momento da ocorrência do acidente doméstico. 50% das famílias possuíam de 5 a 7 filhos. O número mais significativo de acidentes ocorreram na calçada (59.1%); (22.7%) no quintal; o quarto e a cozinha contribuíram igualmente com 9.1%, como locais de ocorrência de acidentes na infância. Em relação aos principais acidentes ocorridos consta-se o predomínio de quedas (54.5%), em seguida encontram-se os ferimentos com um índice de 22.7%; 18.2% contusão e 4.6% mordedura de animal.
CONCLUSÕES:
Percebe-se que os acidentes domésticos em crianças envolvem, preferencialmente, famílias de classes sociais menos favorecidas que apresentam maiores fatores de risco para acidentes infantis, em decorrência de fatores econômico sociais diversos, número excessivo de filhos e falta de locais apropriados para brincadeiras. Mediante os dados apresentados podemos verificar que os acidentes domésticos na infância, é um tema que deve ser sempre considerado pelos profissionais e autoridades do setor saúde que lidam diretamente com a situação das crianças brasileiras, fazendo valer os seus direitos previstos no Estatuto da criança e do adolescente.
Palavras-chave:  Acidentes; Crianças; Família.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005