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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | ||
TRABALHO E EDUCAÇÃO NA ESCOLA CAPITALISTA: ATUALIDADE DA ESCOLA NOVA E A EDUCAÇÃO DOS TRABALHADORES | ||
José Leidiano Peixoto Farias 2 (jleidiano@ig.com.br), Maria Susana Vasconcelos Jimenez 1, 2, José Rômulo Soares 2, 4, Francisca Maurilene do Carmo 2, 4, Betânia Moreira de Moraes 1, 2, 4, Regina Coele Queiroz Fraga Soares 2, 4, Frederico Jorge Ferreira Costa 2, 4, Marcus Flávio Alexandre da Silva 2, 3, Caroline Maria Holanda Cavalcante 1, 2 e Eylo Fagner Silva Rodrigues 2 | ||
(1. Centro de Educação, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Instituto de Estudos e Pesquisas do movimento Operário - IMO; 3. Mestrado em Políticas Públicas UECE; 4. Núcleo Trabalho e Educação, Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
O trabalho faz parte das atividades do Grupo de Pesquisas Trabalho, Educação e Luta de Classes, do Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário - IMO, da Universidade Estadual do Ceará - UECE. Insere-se na linha de pesquisa: A educação, a c rise do capital e a luta ideológica, que objetiva analisar o lugar do complexo educacional na sociedade contemporânea, a partir da noção de crise estrutural do capital, examinando as teorizações que têm dominado o campo da educação sob o crivo da propalada crise deparadígmas nas ciências sociais. Assim, a pesquisa em questão aborda a atualidade da Escola Nova e suas implicações na sociedade. partimos da análise da a tual escola capitalista, a Escola Nova, argumentando a cerca de sua permanência constante, tanto enquanto ideário e consequentemente modelopara a prática escolar, como enquanto lesgislação educacioanl. Analisamos sua concepção de educação e de trabalho e a forma como aproxima estas duas práticas. Destacamos a contribuição do pragmatismo de Dewey ao tema, com ên fase na atualidade de seu pensamento para a pedagogia da fábrica e da escola, donde reside a importãncia desse estudo. |
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METODOLOGIA:
Nossa pesquisa teve caráter teórico bibliográfico, donde examinamos especialmente as obras de autores clássicos da Escola Nova, com privilégio para os pragmatistas norte-americanos Dewey e Kilpatrick e para o pragmatista brasileiro Anísio Texeira. A atenção especial a esses autores fundamenta-se no reconhecimento da importância dos mesmos para a constituição de um campo progressista na educação nacional e internacional, das quais participaram ativamente enquanto viveram. Autore como Lourenço Filho e Fernando de Azevedo, ambos signatários do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932, também foram contemplados devido a reconhecida presença na educação nacional. Ao examinar as obras dos referidos autores, optamo por destacar suas principais contribuições para a análise das relações entre trabalho e educação, sem nos furtarmos da necessária crítica aos componentes ideológicos presentes nas abordagens dos mesmos. Fundamentados no materialismo histórico, apontamos elementos de uma superação dialética que identifica o trabalho e a educação como processos alienados e alienantes na atual estrutura social, mas nos quais estão presentes os germes constituintesde um possível processo de emancipação humana. |
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RESULTADOS:
O processo investigativo nos revelou a capacidade de permanência do ideário da Escola Nova no cenário educacional.Seus autores realizaram ou influenciaram reformas educacionais e encetaram importantes debates na educação nacional. Mesmo a educação católica, sua maior rival no debate educacional, sofreu a influencia dos principais escolanovistas, o que revela sua força. A educação protestante também foi influenciada pela Escola Nova. Este poder de influência atravessou a própria pedagogia tecnicista, advogada pelo regime militar e ainda a pedagogia progressista dos anos 1980. Os ideais da Escola Nova encontram-se presentes também no construtivismo, o modismo pedagógico dos anos 1990, o que os torna atualíssimos. Destacamos ainda as aproximações entre o ideário escolanovista e a Pedagogia da Qualidade Total, demosntrando a atualidade da Escola Nova em relação aos novos processos da pedagogia da fábrica e da escola. É importante destacar, que dentre as correntes internas à Escola Nova, o pragmatismo de Dewey foi a mais inflente e a que mais compreendeu as questões sociais, especialmente as relações entre o trabalho e a educação. |
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CONCLUSÕES:
Ao concluir nossa pesquisa, reconhecemos a capacidade permanente de recomposição da Escola, seja na forma de propostas educacionais oficiais, seja na produção acadêmica ou ainda enquanto ideário pedagógico que apóia a prática docente. Apesar das contribuições da Escola Nova às bandeiras sociais e progressistas, como o ensino público e gratuito, à e3ducação laica e integral que contemple o mundo do trabalho, o quadro teórico escolanovista encerra profundos limites. Esses relacionam-se ao pragmatismo produtivista próprio da lógica capitalista na qual a proposta da Escola Nova se mantém refém. Dessa forma, as contribuições do sistema não são analisadas, já que interessa à Escola Nova a humanização daquele e não sua superação. Na contramão dessa abordagem e na esteira de Marx e de seus seguidores, dos quais destacamos Gramsci e Manacorda, apontamos, para a necessidade da superação real das contradições atuais, o que impluica um processo de emancipação radical da sociedade. |
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Instituição de fomento: FUNCAP, CNPq | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Escola Nova; Pragmatismo; Educação dos Trabalhadores. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |