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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
O ACESSO DA MULHER AO EXAME PREVENTIVO DO CÂNCER DE COLO UTERINO.
Débora Alves Matias 1 (arisanara@hotmail.com), Arisa Nara Saldanha de Almeida 1, Aline Sarmento Braga 1, Germana Maria Viana Cruz 1, Rafaela Carolini de Oliveira Távora 1, Maria Celina de Sousa Santos 1 e Maria Vilani Cavalcante Guedes 2
(1. Graduanda do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Profa. L. D. do Depto. de Enfermagem, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
O câncer de colo uterino é uma afecção de evolução lenta e prevenível que, quando detectada precocemente, tem possibilidades de cura significativas. Esta neoplasia se constitui, pelo crescente número de casos, um sério problema de saúde pública no Brasil, sendo principalmente desencadeada pelo Papilomavírus humano (HPV). Existem fatores que predispõem a não detecção precoce do câncer de colo uterino, dentre eles estão: dificuldade financeira e de acesso às instituições de saúde, medo ou vergonha, falta de conhecimento, entre outros. Partindo dos referidos pressupostos, surgiu o interesse em buscar explicações para o que dificulta a realização do exame preventivo, a fim de contribuir para o planejamento de ações de prevenção e controle do câncer de colo uterino mais efetivas e coerentes com as necessidades da população feminina, tanto no plano técnico quanto no educacional. A partir da confirmação desses fatores que mais influenciam a não adesão ao exame, o enfermeiro pode estar contribuindo através da realização efetiva de educação em saúde, por ser o profissional que além de deter o conhecimento técnico-científico poderá servir como elo entre o usuário e o serviço de saúde. Assim, constituiu-se objetivo do estudo identificar os fatores mais relevantes que levam a mulher a não realizar o exame preventivo do câncer de colo uterino.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo descritivo exploratório cuja população mensal da instituição investigada é em média 2520 mulheres, sendo a amostra composta de 5% (126) mulheres, suficiente para estimar a prevalência da realização do exame preventivo do câncer de colo uterino. Os dados foram coletados por meio de uma entrevista estruturada, após consentimento livre das mulheres. Para a análise dos dados optou-se pela organização em forma de tabelas, mostrando as freqüências absoluta e percentual, ressaltando os dados mais significativos com apoio da literatura revisada.
RESULTADOS:
A pesquisa evidenciou que a população estudada trata-se de uma clientela jovem onde 90% (113) das entrevistadas têm idade inferior a 44 anos, pois o limite superior de idade encontrada corresponde a faixa etária de 45 a 53 anos. Em relação ao nível educacional, verificou-se que a maior parte, 30% (38) das mulheres entrevistadas, apresenta um nível de escolaridade muito baixo, não chegando a concluir o ensino fundamental. Como foi demonstrado pela renda familiar das mulheres, a maioria, 60% (76), está na faixa correspondente entre 1 e 3 salários mínimos, renda esta que pode dificultar o acesso aos serviços de saúde. Quanto a realização do exame de prevenção, as dificuldades existem, porém esses empecilhos não impedem as mulheres de o realizarem, o que pode ser comprovado por 90% (113) das entrevistadas que efetivaram o exame. O estudo revelou que a maioria, 55% (69) das mulheres, apresenta dificuldade para realização da prevenção ginecológica e 45% (57) não apresenta nenhuma dificuldade. Das dificuldades apresentadas 20% (25) está relacionada à situação financeira, já 35% (44) refere a impossibilidade de acesso às Instituições Públicas de Saúde, não suprindo a demanda pela procura de exames.
CONCLUSÕES:
O fato das mulheres muitas vezes não realizarem o exame preventivo deve-se às dificuldades financeiras e, significativamente, de acesso às Instituições Públicas, pois o contigente de mulheres que buscam os serviços de saúde é superior à capacidade de atendimento. É importante ressaltar que a não realização do exame preventivo não se deve a falta de interesse dessas mulheres, mas pode ser justificada pela dependência financeira; por barreiras geográficas, como a localização do serviço e, principalmente pela presença de barreiras organizacionais, como burocracia, tempo gasto na marcação de consulta e de espera para ser atendida; sugerindo que as mulheres com o maior risco para o desenvolvimento de lesões cervicais são aquelas com menor acessibilidade aos serviços e programas em saúde. É necessário construir um novo modelo que valorize as ações básicas de saúde e que promova uma interação mais competente com as características sociais e econômicas da população.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Acesso; Exame Preventivo; Câncer de Colo Uterino.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005