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D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional | ||
ESTUDO COMPARATIVO DA DILUIÇÃO DO OXIGÊNIO PELO SISTEMA DE ARRASTAMENTO DE AR ÚMIDO E SECO | ||
Tereza Lie Irikita 1 (terezalie@terra.com.br), Denise Maria Sá Machado Diniz 1, Maria do Socorro Quintino Farias 1, Emília Maria Matos Rocha 1, Francisco Erivelton Fernandes de Aragão 1, Raimunda Hermelinda Maia Macena 1, Armèle de Fátima Dornelas de Andrade 2, Maria da Glória Rodrigues Machado 3, Aila Maria da Silva Bezerra 1 e Tanilson Coelho Gondim 4 | ||
(1. Faculdade Integrada do Ceará – FIC; 2. Universidade Federal de Pernambuco – UFPE; 3. Centro Universitário de Belo Horizonte – UNI-BH; 4. Tecnolife equipamentos médicos Ltda. – TECNOLIFE) | ||
INTRODUÇÃO:
O O2 fornecido pelos sistemas de arrastamento de ar por altos fluxos objetiva corrigir a hipoxemia arterial, incluindo a diminuição dos sintomas de hipóxia e a minimização do trabalho cardiopulmonar. Existe uma grande quantidade de equipamentos disponíveis para administração de oxigênio. Tais dispositivos são classificados de acordo com o seu modelo. Os mais utilizados são os sistemas de baixo fluxo, com reservatório e os de alto fluxo (Venturi). Na administração de gases medicinais secos com fluxos superiores a 4 l/min não ocorre a função de umidificação e aquecimento oferecida pelas estruturas das vias aéreas superiores. Esta umidificação é necessária para manter o trato respiratório íntegro. No entanto, uma umidificação inadequada ou inexistente dos gases inalados, promoverá prejuízo funcional da mucosa ciliar, com alteração na movimentação destes e aumento da viscosidade do muco, provocando endurecimento e incrustações das secreções, favorecendo a formação de rolhas de muco e atelectasias. No entanto, a umidificação pode causar interferência sobre a concentração de oxigênio (FiO2) fornecida ao paciente. O presente estudo objetivou mensurar a fração de oxigênio (FiO2) e analisar sua diluição no sistema de arrastamento de ar úmido e seco fornecido por 3 modelos de dispositivos utilizados nos hospitais. |
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METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em laboratório, sob condições ideais de temperatura, pressão e umidade. Mensurou-se a FiO2 ofertada por 2 tipos de sistema de arrastamento de ar (venturi) úmido e seco (1 e 2), sendo que no sistema 1 utilizou-se 2 modelos (A e B) através do medidor do percentual de O2 ambiental (Teledyne Analytical Instruments, percent oxygen TED 60T). Para análise estatística utilizou-se o software SPSS versão 10.0. A significância foi calculada através do teste de Fisher e ANOVA com fator duplo sem repetição, considerando-se significativos dados com valores de p<0,05. |
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RESULTADOS:
A média da FiO2 mensurada nos sistemas 1 e 2 de arrastamento de ar, com e sem umidificador, bem como entre os modelos A e B do sistema 1, foi respectivamente, 41,9%±0,1; 36,0%±0,15 (1-A); 44,2%±0,14; 37,6%±0,11 (1-B); 65,4%±0,22; 59,7%±0,27; (2). Observando-se um aumento na FiO2 quando utiliza-se a umidificação. Quando se comparou os 3 sistemas observou-se que para o sistema sem umidificação os valores da FiO2 foram de respectivamente 65,4%, 37,6% e 36% para os sistemas 2, 1A e 1B. O mesmo ocorrendo para os sistemas com umidificação, obtendo-se 59,7%, 44,2% e 41,9%, para os sistemas 2, 1A e 1B, respectivamente. Apresentando também uma maior FiO2 para os sistemas com umidificação. O modelo 2 apresentou um aumento significativamente da FiO2 quando comparados aos modelos 1A e 1B. |
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CONCLUSÕES:
Os sistemas de arrastamento de ar umidificados oferecem uma FiO2 significativamente maior que a estabelecida pelo fabricante nos 3 dispositivos. O modelo 2 apresenta uma maior FiO2 tanto no sistema úmido quanto no seco. Os sistemas de arrastamento de ar umidificados apesar de serem mais fisiológicos, podem fornecer uma FiO2 muito maior que a preconizada pelo fabricante, podendo levar a várias complicações sistêmicas decorrentes do uso por períodos prolongados de altos índices de FiO2. Fazem-se necessários mais estudos para medidas da FiO2 em pacientes com patologias pulmonares, objetivando verificar se o fluxo desenvolvido pelo paciente tem interferência na FiO2 ofertada pelos sistemas de alto fluxo. |
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Palavras-chave: Oxigenoterapia; Umidificadores; Sistema venturi. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |