|
||
| F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Turismo e Hotelaria - 1. Turismo e Hotelaria | ||
| O ARRANJO PRODUTIVO LOCAL DE TURISMO NO MUNICÍPIO DE BARREIRINHAS-MA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL | ||
| José Antonio Silvestre Fernandes Neto 1 (fneto28@yahoo.com) e Wenceslau Almada Pessoa Neto 2 | ||
| (1. Depto. de Eng. Sanitária e Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC; 2. Depto de Ciências Sociais - Universidade Estadual do Maranhão - UEMA) | ||
| INTRODUÇÃO:
Questões como o desenvolvimento local ocupam hoje um grande espaço no pensamento acadêmico, suscitando discussões que sempre contribuem proficuamente para o estabelecimento de políticas públicas adequadas com grande potencial de contribuição positiva para o país. Nessas discussões, postulam-se inúmeras alternativas como possíveis soluções para a problemática, entre elas, o modelo de arranjos produtivos locais e o incentivo ao turismo. Unir conceitos inerentes a esses dois fenômenos, relacionando-os, torna-se então uma formidável experiência, sobretudo por fomentar outros questionamentos, como a inserção do paradigma da sustentabilidade, propondo um modelo racional de planejamento e intervenção ambiental. Um APL de Turismo, portanto, corresponde às aglomerações de empresas voltadas para esse setor, que, pela cooperação ou configuração econômica desenvolvida, criam diferenciais significativos tanto para si quanto para as localidades onde estão inseridas, incentivando a competitividade e incrementando sua produção. No Maranhão, isso acontece através de programas como o do Sebrae-MA, em que a atividade turística se insere sobretudo no eixo do litoral, onde se encontram os pólos mais consolidados. Assim sendo, o objetivo deste trabalho é analisar a atividade turística realizada no município de Barreirinhas, sob o prisma do conceito de APL e daí extrair informações que confirmem sua capacidade promover o desenvolvimento local considerando os âmbitos econômico, social e ambiental. |
||
| METODOLOGIA:
Utilizou-se o estudo de caso, devido a três razões básicas: as perguntas de partida são do tipo como e por que, não é possível controlar os eventos observados, e o fenômeno não pode ser separado de seu contexto. Essas razões se justificam por promoverem ligações operacionais que necessitam ser desenhadas em um dado tempo e não simplesmente determinam freqüências ou incidências. Outro fator que favorece esta metodologia é a dificuldade em estabelecer limites entre o objeto de estudo e o meio ambiente, e aqui, as vantagens competitivas em economias externas e economias internas facilitam a busca de informações.Dados primários e secundários foram coletados, tendo como unidade de análise o APL de Barreirinhas, Os primários, através de entrevistas com empresários, especialistas, comunidade e turistas e os secundários, das bases de dados disponíveis, ressalvando-se a limitação observada, haja vista que os estudos existentes são poucos, em sua maioria assistemáticos e atemporais, o que lhes retira o caráter de fidedignidade. No entanto, a pesquisa de campo ajudou a suprir as lacunas existentes e chegar a resultados concretos, pois o turismo em Barreirinhas possui uma sazonalidade quase inexistente, ou seja, sempre há contingente utilizando a cidade como acesso ao PARNA Lençóis. Em seguida, os dados obtidos foram tabulados e organizados em forma de tabelas e gráficos, com o intuito de fornecer os subsídios necessários para a análise pretendida. |
||
| RESULTADOS:
Os dados obtidos através da pesquisa evidenciaram uma atividade com características que permeiam o modelo de arranjo produtivo local, incluído aí a articulação dos agentes econômicos, políticos, sociais e acadêmicos. Contudo, Barreirinhas ainda precisa evoluir no sentido de um planejamento turístico que contemple mecanismos efetivos para garantir que os recursos advindos do desenvolvimento da atividade sejam revertidos para as populações dos núcleos receptores. Grande parte da população nativa gravita à margem desse processo de desenvolvimento, a ainda assim, estão submetidas a todas as conseqüências, boas e ruins, provocadas pelo turismo. Grande parte dos empregos gerados caracteriza-se como subalternos que não oferecem muitas perspectivas, confirmando um crescimento descontrolado e perigoso da atividade. De forma genérica, pôde-se identificar que a organização do setor em questão no município de Barreirinhas traduz-se como núcleos produtivos aglomerados, visto que as empresas que compõem a infra-estrutura turística interagem no mesmo território, compartilhando a mesma cadeia produtiva. Contudo, não foi possível identificar a existência de fortes parcerias, o que constituiria uma maneira de melhorar a competitividade dessas pequenas e médias unidades autônomas, criando um relacionamento próximo e favorecendo, por um lado, a prática da colaboração e, por outro, estimulando a rivalidade e a competição. |
||
| CONCLUSÕES:
É fácil perceber então que, com um arranjo produtivo local de turismo bem estruturado, Barreirinhas usufruiria uma atividade turística organizada de modo sistêmico e integrado, com benefícios tanto para as empresas quanto para os turistas e a economia local. No entanto, para incentivar esse processo seria imprescindível identificar a cadeia produtiva do turismo no local, que permitiria traçar um panorama da situação atual. Esse diagnóstico favoreceria a percepção dos impactos diretos e indiretos desse setor na econômica local e observar a ocorrência de efeitos multiplicadores que contribuíssem para a expansão de outras atividades econômicas internas. Pelo mapeamento da cadeia produtiva seria possível também verificar se a arrecadação de impostos de base local gerada pela atividade turística é representativa para a receita do município e qual é a efetiva contribuição do desenvolvimento do setor na criação de novas oportunidades de emprego e na geração e distribuição de renda, de modo que esse levantamento constituiria a base de dados para a análise do arranjo produtivo. Em outras palavras, o estudo da cadeia produtiva forneceria instrumentos para a criação de ações e estratégias hábeis em solucionar as dificuldades existentes, consolidando o APL, convertendo-o, ainda, em instrumento de promoção de desenvolvimento centrado nos pilares estratégicos da sustentabilidade. |
||
| Palavras-chave: Turismo; Desenvolvimento Local; Arranjos Produtivos Locais. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |