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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
Superação de dormência em sementes de Guazuma ulmifolia Lamb.(mutamba)
Jackeline dos Santos Miclos 2 (Bolsista do PICIN-UNEB / biamiclos@bol.com.br), Reginaldo Conceição Cerqueira 2, Leonara Alcântara Pimentel 3 e Alessandra Terezinha Cotrim Reis 4
(1. Departamento de Ciências Humanas; 2. Universidade do Estado da Bahia; 3. UNEB; 4. Base Cerrado)
INTRODUÇÃO:
A Guazuma ulmifolia Lamb. (mutamba) pertence à família Sterculiaceae a qual apresenta dispersão em diferentes fisionomias do bioma cerrado, sendo encontrada com freqüência em Cerradão Mesotrófico, Cerrado stricto sensu e Mata Mesofítica. Caracteriza-se por ser uma espécie sul-americana com dispersão ampla e irregular, sendo com freqüência utilizada em diversos paises tropicais como planta ornamental; podendo ser utilizada pelo seu potencial farmacológico, madeireiro, alimentício e bom desempenho na recuperação de áreas degradadas. A espécie apresenta hábito arbóreo, medindo aproximadamente 15m. Sua floração está entre os meses de setembro a dezembro e a sua frutificação pode variar de março a novembro, com pico entre os meses de agosto e setembro. Quanto a sua germinação, as sementes em condições ambientais favoráveis muitas vezes não germinam, por apresentarem dormência como mecanismos de sobrevivência. Levando-se em consideração à sua utilização e a necessidade de contribuir com o conhecimento da fisiologia de sementes desta espécie, foram estudados aspectos relativos à superação da dormência exógena, cujo objetivo foi avaliar diferentes métodos de superação de dormência a fim de aumentar a taxa de germinação da semente desta espécie.
METODOLOGIA:
Este experimento utilizando sementes de Guazuma ulmifolia (mutamba) foi conduzido no Viveiro de Pesquisa e Produção de Plantas Nativas do Cerrado na UNEB/Barreiras DCH – Campus IX, a fim de avaliar diferentes métodos de superação da dormência exógena desta espécie. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos: T1 Testemunha, T2 Imersão em H2O 24h, T3 Imersão em H2SO4 5 min 50%, T4 Choque Térmico a 90ºC por 1 min, T5 Imersão em H2O 48h, com quatro repetições, sendo cada unidade experimental constituída por 20 sementes distribuídas em bandejas contendo areia lavada como substrato. Depois de semeadas, as sementes foram irrigadas duas vezes ao dia e durante 156 dias de observação tomou-se nota de todas as plântulas emergidas, a fim de avaliar quanto aos seguintes parâmetros: IVE - Índice de Velocidade de Emergência e Taxa de Germinação, sendo este último, transformados através de arco-senǿ √(p/100), afim de realizar a sua analise estatística. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo Teste de Tukey a 5% de probabilidade, para cálculo do Índice de Velocidade de Emergência (IVE) e o Índice de Velocidade de Germinação (IVG).
RESULTADOS:
Os resultados avaliados nos tratamentos com as sementes indicam que os tratamentos T3; T2 e T4 apresentaram maiores taxas de germinação, com 57,50%; 55,00% e 47,50%, respectivamente, não diferindo estatisticamente entre si. Enquanto que, para o parâmetro velocidade de emergência o tratamento T4 se destacou com maior homogeneidade na emergência das plântulas uma média de 0,55 para o IVE, diferindo dos demais. Em seguida os tratamentos T3 e T2 apresentaram índices médios de velocidade de emergência, com médias 0,29 e 0,28, respectivamente. Já os tratamentos T5 e a testemunha apresentaram os menores índices, tanto para a taxa de germinação, quanto para o IVE. Estes resultados assemelham-se aos encontrados por Acuna & Garwood (1987), que trabalharam com essa mesma espécie e observaram que a escarificação com o Ácido Sulfúrico ou água quente aumenta a taxa de germinação. Ainda de acordo com Lorenzi (1992), a taxa de germinação é baixa e a emergência ocorre entre 7 e 14 dias, o que vem confirmar os resultados obtidos neste trabalho, onde se observou que o inicio da emergência ocorreu aos 13 dias.
CONCLUSÕES:
De acordo as condições em que este trabalho foi conduzido, pode-se concluir que, o uso da imersão das sementes em água por 24 horas, para em seguida serem semeadas, apresenta maior viabilidade na propagação desta espécie.
Instituição de fomento: Universidade do Estado da Bahia-Campus IX
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Cerrado; Fenologia; Superação de dormência.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005