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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia | ||
FRACIONAMENTO BIOGUIADO DO EXTRATO ETANÓLICO DA ESPONJA Ircinia felix ENCONTRADA NO LITORAL CEARENSE | ||
Diego Veras Wilke 1 (diegowilke@yahoo.com.br), Cristiane Grombone 2, Paula Christine Jimenez 1, Eduardo Hajdu 3, Claudia do Ó Pessoa 1, Manoel Odorico de Moraes 1, Edilberto Rocha Silveira 2 e Letícia Veras Costa-Lotufo 1 | ||
(1. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 2. Departamento de Química Orgânica, Universidade Federal do Ceará - UFC; 3. Museu Nacional do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ) | ||
INTRODUÇÃO:
As neoplasias malignas são a segunda causa de morte por doença em humanos, perdendo apenas para os acidentes cardiovasculares. Mesmo com a grande quantidade de drogas já existente para o tratamento de neoplasias, ainda não se chegou a um composto ideal. Assim, a procura por substâncias com maior seletividade e menos efeitos colaterais, maior potência terapêutica e menor índice de resistência é de extrema relevância para a quimioterapia do câncer. Além das clássicas fontes de compostos terrestres, a pesquisa de produtos naturais de origem marinha, ainda que recente, vem se destacando na busca de novas drogas. Dentre os vários aspectos que contribuem para o crescente interesse na área, a grande biodiversidade do ambiente marinho é o ponto crucial. Estima-se que metade do número total de espécies encontradas atualmente esteja restrita aos mares e aos oceanos e pouco mais que algumas centenas destas foram estudadas quanto aos aspectos químico e farmacológico. As esponjas, juntamente com as ascídias e os briozoários, formam o grupo que a literatura aponta como o mais promissor no estudo de produtos naturais marinhos devido à presença de adaptações para sobrevivência em ambientes de intensas pressões seletivas relacionadas à ocupação do substrato e a predação. O presente trabalho consistiu em um fracionamento bioguiado do extrato hidroalcoólico bruto (EHB) da esponja marinha Ircinia felix, encontrada abundantemente na costa cearense. |
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METODOLOGIA:
Exemplares da esponja Ircinia felix foram coletados no Parque Estadual Marinho da Pedra da Risca do Meio (Ceará), distante 10 milhas náuticas (aproximadamente 18,5 km) do Porto do Mucuripe, em Fortaleza, na direção 60° NE (sessenta graus nordeste). Após a coleta, parte do material foi separada para identificação e o restante da amostra foi colocada em etanol e mantida resfriada até o momento da preparação do extrato. As amostras foram homogeneizadas em um volume de etanol 3 vezes superior ao peso úmido das mesmas (1:3 p/v). Posteriortmente, o filtrado foi secado em evaporador rotativo (temperatura máxima de 50° C) para remoção do etanol. Esse material foi então ressuspendido em solventes com polaridades crescentes em coluna filtrativa para se obter frações com grupos de substâncias semelhantes. O método colorimétrico do MTT avalia o efeito sobre o estado metabólico das células testadas em comparação ao controle negativo. As frações resultantes foram incubadas por 72 horas para se avaliar a citotoxicidade através do método do MTT utilizando as seguintes linhagens celulares: HL-60 (leucemia - humana), HCT-8 (cólon - humana) e melanoma B16 (pele - murina) obtidas pelo National Cancer Institute - EUA. |
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RESULTADOS:
Foram obtidas 19 frações, dentre as quais, 4 foram ativas - 1, 2, 48-50 e 51-60 - e têm mais afinidade por solventes de polaridade intermediária, a saber, diclorometano e clorofórmio. Os valores das concentrações inibitórias médias (CI50) das frações 1, 2, 48-50 e 51-60 foram, respectivamente: 17,68; 38,65; 42,38 e 20,99ug/mL em HL-60, 15,49; 36,37; 15,10 e 25, 30ug/mL em HCT-8, e 14,24; 18,28; 4,32 e *n.c.ug/mL em melanoma B16. *n.c. não calculada. |
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CONCLUSÕES:
O extrato obtido da esponja Ircinia felix possui substâncias citotóxicas, sendo estas mais presentes nas frações de polaridade intermediária, como aquelas derivadas de partições com diclorometano e clorofórmio. Estudos estão em andamento no sentido de isolar os princípios ativos e caracterizá-los farmacologicamente. |
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Instituição de fomento: CNPq, InCB, BNB/FUNDECI e FINEP | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: citotoxicidade; esponjas marinhas; Ircinia felix. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |