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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino Profissionalizante | ||
O QUE PENSAM OS JOVENS DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO SOBRE O CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS | ||
Maria Ubaldina Costa Sanches 1 (tatai@terra.com.br) e Maria Aparecida Morgado 2 | ||
(1. CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO GROSSO; 2. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO) | ||
INTRODUÇÃO:
A questão do pensar do jovem, a compreensão de sua prática e a sua visão sobre o consumo de drogas ilícitas merece atenção especial. Ainda são poucas as experiências que consideram os jovens como interlocutores significativos nas investigações que se dediquem a perceber como estes vivem e elaboram suas situações de vida, considerando suas experiências e posturas frente ao uso de drogas. Em geral os problemas são analisados sob o ponto de vista do adulto e não do jovem. As informações sobre o consumo de drogas na comunidade CEFET-MT é escassa, havendo ausência de projetos e ações efetivas no trato das questões relacionadas ao tema. Este estudo procurou caracterizar os jovens do CEFET-MT e investigar a visão que eles têm sobre o consumo de drogas ilícitas. Participaram da pesquisa 205 alunos dos primeiros anos do Ensino Médio e dos Cursos de Química e Construções Prediais, pertencentes à Educação Profissional, buscando identificar possíveis convergências e divergências sobre a questão. |
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METODOLOGIA:
O quadro teórico-metodológico da pesquisa procurou abarcar as contribuições das perspectivas qualitativa e quantitativa, adotando como estratégias a aplicação de questionário de auto preenchimento sem identificação pessoal, com questões abertas e fechadas e a realização de entrevistas coletivas semi - estruturadas. Os dados coletados por meio do questionário tiveram como objetivo delinear o universo nocional da temática em questão e as entrevistas utilizadas para aprofundamento do tema permitindo sua melhor compreensão nas análises. |
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RESULTADOS:
Pelos dados levantados foi possível desenhar o perfil sócio econômico e familiar, obter informações sobre o conhecimento e consumo de drogas pelos estudantes e questões gerais da contemporaneidade. Constatou-se a faixa etária predominante, 90,1%, de alunos entre 14 e 24 anos, composta por jovens pertencentes em sua maioria às classes socioeconômicas B e C, solteiros que moram com a família e recorrem a ela em casos de problemas mais sérios; que professam uma religião, gostam de sair com amigos e aspiram por uma boa profissão. 55,1% dos estudantes afirmam que o consumo de drogas ilícitas é um problema, e que a responsabilidade do uso e suas conseqüências cabe ao próprio usuário. 32,7% entendem ser um perigo, 6,3% uma doença e 5,9% uma coisa normal. 17,1% dos estudantes de química já experimentaram ou são usuários ocasionais de maconha, 8,1% do ensino médio e 12,5% de construções prediais; para a cocaína, 3,8% para alunos de química, 2,0% para ensino médio e 2,1% para construções prediais. Somente uma pequena parcela (11.5%) dos jovens investigados é a favor da legalização da maconha. |
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CONCLUSÕES:
A partir dos dados levantados e analisados, pode-se concluir que, quando é dado ao jovem espaço para discussão sobre assuntos de seu interesse, percebe-se que eles têm posições críticas sobre os problemas sociais atuais e querem se sentir inseridos nas suas discussões e ações que tratam dos mesmos. Destaca-se que os estudantes pesquisados muitas vezes posicionam-se de maneira intolerante quanto ao consumo de drogas ilícitas por jovens. Todavia, são tolerantes quanto ao uso de drogas de modo geral. Ao mesmo tempo, nos três cursos investigados, os indicadores mostram que estudantes fazem uso de inhalantes/ solventes de modo rotineiro, sem vincular essa prática ao consumo ilícito de drogas lícitas. A grande maioria da juventude no mundo, no Brasil e no CEFET-MT não gosta e nem quer usar drogas. É preciso considerar a relação escola - aluno, nas questões relacionadas ao consumo de drogas, implicando fornecer aos jovens, informações relevantes e necessárias para que percebam a inter-relação entre elas e o complexo contexto social em que vivem. Talvez a escola precise buscar uma forma de atuação que considere o dialogismo, respeitando os jovens como sujeitos e não apenas aprendizes de normas de comportamento consideradas ideais e adequadas.Com este estudo espera-se gerar ações, que possibilitem a promoção de discussões e mudanças de postura no tratamento dos estudantes do CEFET-MT. |
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Palavras-chave: Educação profissional; Jovens; Drogas ilícitas. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |