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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 7. Sociologia | ||
O TOMBAMENTO DO FORTE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO | ||
Marcia do Nascimento Barbosa 1 (marciamacitacs@yahoo.com.br), Luana Fialho Barbosa 2 e Marinina Gruskca Benevides 3 | ||
(1. Departamento de Ciências Humanas, Universidade de Fortaleza - UFC; 2. Departamento de Ciências Humanas, Universidade de Fortaleza - UNIFOR; 3. Departamento de Ciências Humanas, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Este estudo objetivou recolher a visão dos profissionais militares que atuam na 10a Região Militar sobre a importância do tombamento do Forte Nossa Senhora da Assunção, considerando o valor histórico e arquitetônico do referido patrimônio. Além do mais buscou-se investigar as razões pelas quais até hoje o Forte não foi tombado e quais as conseqüências do não tombamento. Em 1603, foi erguido um pequeno forte, às margens do rio Ceará, batizado de São Tiago para se proteger dos ataques indígenas. Posteriormente, abandonado, é reconquistado e denominado São Sebastião. Deste, mais tarde, serão retirados alguns objetos para abastecer o forte que erguido na enseada do Mucuripe, recebe denominação de Schoonenborch. Em 1654, por atender as características de ocupação colonial e não oferecer resistência é tomado passando a chamar-se Forte Nossa Senhora da Assunção - nome este que retrata um mecanismo de controle inserido no equipamento público e seu caráter violento sugerido no próprio nome da cidade e nos conflitos entre indígenas e colonizadores europeus. Posteriormente, ao redor desta edificação, surge aos poucos um aglomerado humano oriundo da povoação colonial à metrópole contemporânea. |
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METODOLOGIA:
Foram feitas 40 entrevistas utilizando um roteiro de perguntas abertas, nas quais se buscou entender a representatividade do Forte para os profissionais militares, os benefícios e malefícios da ocupação e os aspectos que justificam, facilitam e dificultam o tombamento. As entrevistas duraram cerca de 30 minutos, cada, sendo executadas com 40 componentes da 10a Região Militar, abrangendo as mais diversas hierarquias. No que concerne às visitas totais, foram realizadas, visando critérios qualitativos, assim, observando os aspectos comuns e diversos. |
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RESULTADOS:
No entendimento dos profissionais militares a representatividade do Forte manifesta-se de duas formas: a primeira, enquanto local de trabalho onde exercem a atividade militar; a segunda, um espaço histórico. Para estes o local é um referencial estratégico na formação da cidade de Fortaleza e que foi instalada, também para a defesa do território nacional, sendo que, de acordo com suas opiniões a permanência da 10a Região Militar trouxe mais benefícios que malefícios. Os benefícios estão ligados à preservação, conservação e segurança. E, os malefícios ocorrem motivados pela restrição ao acesso da população na parte interna, os quais apenas têm acesso apenas ao museu construído na parte externa. Contudo é válido ressaltar que a referida estrutura interior original do mesmo foi alterada. Crêem que o tombamento é algo desnecessário, pois a 10a Região Militar tem práticas de preservação e zelo pelo local. |
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CONCLUSÕES:
A pesquisa constatou que o Forte tem um valor histórico simbólico motivado pela sua participação na construção da cidade de Fortaleza, mas essa simbologia retrata-se de forma paradoxal ao passo que seu formato original não mais permanece na totalidade. Este é um dos primordiais motivos que dificulta o processo de tombamento, o qual é realizado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que tem a tarefa de avaliar a possibilidade de ser tombado, preservar, proteger, identificar, restaurar, documentar, divulgar e fiscalizar os bens culturais brasileiros. Não há solicitação correspondente a este fim por parte da instituição mencionada. Contudo, esta solicitação pode partir de qualquer cidadão que possua respaldo argumentativo e análise técnica da estrutura a partir da elaboração de um inventário. O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, por intermédio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados. Seria necessário, para o tombamento a identificação de alguma característica que prevaleça intacta ou a realização da restauração almejando a composição original que será retratada na exposição por intermédio de fotos. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Fortaleza; Forte; Militar. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |