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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
EFEITO DA MUCOSITE POR METROTREXATO NO ESVAZIAMENTO GÁSTRICO E NO TRÂNSITO INTESTINAL DE LÍQUIDOS EM RATOS ACORDADOS.
Lorena Olimpio Lopes 1 (lorena_lopes@ig.com.br), Pedro Marcos Gomes Soares 1, Ana Cecília Lopes Mota 1, Clovis Rêgo Coêlho 1, Camila Linhares dos Santos 1, Jose Mauricio Segundo Correia Mota 1, Gerly Anne de Castro Brito 1, Ronaldo de Albuquerque Ribeiro 1, Armênio Aguiar dos Santos 1 e Marcellus Henrique Loiola Ponte de Souza 1
(1. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará- UFC)
INTRODUÇÃO:
Um dos principais efeitos colaterais com o uso de antineoplásicos, sobretudo os antimetabólitos, é a mucosite. Recentemente Carneiro-Filho e colaboradores, 2003, mostraram que ratos tratados com Metotrexato (MTX), um agente antimetabólico, apresentaram perda de peso, diminuição nas vilosidades e perda alterações da barreira do epitélio intestinal. Apesar da mucosite induzida por MTX poder induzir sintomas do tipo de dismotilidade (disfagia, dispepsia), não existem trabalhos avaliando possíveis alterações motoras do trato gastrintestinal associada com o uso deste quimioterápico. Esse trabalho tem por objetivo avaliar alterações no esvaziamento gástrico e no transito intestinal de líquidos no curso da mucosite induzida por metrotexato em rato acordados.
METODOLOGIA:
Ratos Wistar machos, pesando 150 a 180g, receberam três injeções sc de metotrexato (MTX), na dose de 2,5 mg/kg, ou salina durante três dias consecutivos. Após 3 dias, os animais foram sacrificados por deslocamento cervical, e 2 cm de segmentos intestinais, representando o duodeno, jejuno e íleo, foram retirados para análise morfométrica e dosagem da atividade de mieloperoxidase (MPO). Amostras de sangue de cada rato foram retiradas para realização de leucograma. Num outro grupo experimental, após 3 dias da indução de mucosite por MTX ou salina (controle), os ratos foram alimentados mediante gavagem (1.5 ml) com a refeição teste (0.5mg/ml de vermelho fenol em SG a 5%). Após 10 minutos, foram sacrificados e a retenção fracional do corante no estômago e mais 5 porções (P1, P2, P3, P4, P5) do intestino delgado foram determinadas.
RESULTADOS:
Após 3 dias da administração de MTX, observou-se, quando comparado com o controle, uma significativa perda ponderal (8,53 ± 0,38%, n=6, p<0,05), leucopenia (redução de 35,94%, n=6, p<0,05), redução na altura dos vilos no duodeno (61,10%, n=6, p<0,05) e jejuno (44,89%, n=6, p<0,05) e aumento da atividade de MPO no duodeno e íleo, 156,92% (n=6, p<0,05) e 173,91% (n=5, p<0,05), respectivamente. Observou-se ainda um retarde no esvaziamento gástrico (31,74%, n=5, p<0,05) e uma retenção ao nível somente do primeiro segmento do intestino (16,23%, n=5, p<0,05), quando comparado com o controle (Estômago= 21,17%, Intestino 1= 7,19%)
CONCLUSÕES:
A mucosite induzida por MTX retarda o esvaziamento gastroduodenal de líquidos em ratos acordados. Podemos inferir que estas alterações possam explicar pelo menos em parte a dispepsia associada a mucosite por antineoplásicos em pacientes.
Instituição de fomento: CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Mucosite intestinal; Antineoplásicos; Esvaziamento gástrico.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005