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D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
PREVALÊNCIA DO ALCOOLISMO ENTRE ADOLESCENTES
Glacy Gonzales Gorski Garcia 1, Ana Paula de Lima Barbosa 1, Guilherme Pimentel Jordão 1, Jader Cronemberger Oliveira 1, Juracy de Sabóia Simões Ferreira 1, Maria Júlia Correia Lima Nepomuceno Araújo 1 e Tiago Nepomuceno Araújo Elias de Miranda 1
(1. Depto. de Medicina Interna, Social e Preventiva / Universidade Federal de Campina Grande / UFCG)
INTRODUÇÃO:
Conforme a terminologia preferida pela Organização Mundial da Saúde, o alcoolismo é uma toxicomania, uma farmacodependência. Define-se, segundo o mesmo preceito, como conceito de farmacodependência um estado psíquico e algumas vezes também físico, resultante da interação entre um organismo e uma substância, caracterizado por um comportamento e outras reações que incluem sempre compulsão para ingerir a droga, de forma continua ou periódica, com a finalidade de experimentar seus efeitos psíquicos e, às vezes, para evitar o desconforto de sua abstinência. A tolerância pode existir ou faltar e o indivíduo pode ser dependente de mais de uma droga. O alcoolismo, pelas complicações sobrevindas no plano somático e na esfera psíquica da pessoa e pela profunda repercussão no meio social, figura hoje em dia como um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil. O abuso de substâncias químicas, entre elas o álcool, na infância e na adolescência, é hoje um tema importante pela utilização cada vez mais freqüente dessas substâncias pela população em questão. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo verificar a prevalência do uso de álcool e outras drogas entre adolescentes, verificar a correlação entre o etilismo e prováveis fatores de risco e sensibilizar a população para a prevenção do alcoolismo.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada com um grupo de adolescentes assistidos pelas Unidades Básicas de Saúde da Família dos bairros do Pedregal, Acácia Figueiredo, São Jánuário, Jardim Continental, Vila Cabral, Catolé I – Pedreira, Nova Brasília, Cuités, Mutirão e Monte Castelo na cidade de Campina Grande – PB. Procurou-se atingir a meta de 40 entrevistados por UBSF. Foi aplicado um questionário padronizado, de caráter objetivo, onde foram registrados dados sócio-econômicos e culturais dos pacientes, além de outros tais como: idade e etnia, associados ao alcoolismo, especialmente elaborado para este estudo. Os integrantes do projeto estiveram presentes em toda ocasião da aplicação do questionário. Os dados obtidos foram analisados utilizando o programa estatístico “Statistical Package for Social Sciences” (SPSS; FOR WINDOWS).
RESULTADOS:
A pesquisa envolveu 368 adolescentes, sendo 50,8% do sexo e 48,9% do sexo feminino. A freqüência de consumidores de álcool é de 44,4% entre o sexo masculino e 32,2% entre o sexo feminino. A média das idades foi de 15,43 (+2,34) anos, moda de 16 anos. Desse total, 8,% afirmaram ingestão de bebidas alcoólicas, enquanto 61,7% não as ingerem. Cerca de 96,2% dos entrevistados concordam que o consumo de álcool acarreta problemas à saúde, opinião mais recorrente entre não consumidores. Dentre os consumidores entrevistados, 25,7% afirmaram já terem sentido uma vontade irresistível de beber, com a finalidade de sentir os efeitos do álcool ou dirimir os efeitos de sua ausência. Na amostra, 80,9% dos adolescentes afirmaram não usar nenhum outro tipo de substância tóxica, enquanto 19,1% respondem afirmativamente, 88,6% destes havendo feito uso de fumo, 4,3% de usuários de maconha, ficando todos os outros tóxicos (cocaína, crack, medicamentos psicoativos,etc) com 7,1% dos usuários entrevistados. A influência do uso desses tóxicos no consumo de álcool é referida por 20,3% dos entrevistados. Dentre os fumantes 74,2% são consumidores de álcool, enquanto 69,5% dentre os não fumantes não consomem bebidas alcoólicas. Muito embora apenas 3,5% dos entrevistados se considerem dependentes de bebidas alcoólicas, 29,5% afirmaram já ter tentado parar definitivamente de beber.
CONCLUSÕES:
Uma relação deveras interessante é entre o uso de álcool e de cigarro. Percebe-se que o uso de cigarro foi valor preditivo positivo para o uso de álcool. Pode-se também observar como variável de considerável importância a idade de início do consumo de álcool, que advém de variações que supõe uma iniciação cada vez mais precoce do etilismo entre adolescentes. Esses dados, orientam-nos no sentido de propor uma interpretação do alccolismo como fato cada vez mais importante no trato com os adolescentes, pressupondo um uso cada vez mais eficiente de dispositivos educacionais e organização crescente do sistema de saúde, no sentido de absorver a demanda dos indivíduos dessa faixa etária, em busca de tratamento de seus conflitos, em confronto com o estímulo a saída por meio do álcool, do fumo e dos tóxicos.
Instituição de fomento: Universidade Federal de Campina Grande
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Alcoolismo; Adolescentes; Tóxicos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005