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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Biologia e Fisiologia dos Microorganismos
ESTOCAGEM DE CEPAS FÚNGICAS COM SOLUÇÃO DE GLICOSE E SACAROSE EM CONCENTRAÇÕES VARIADAS
Francisco Atualpa Soares Júnior 3 (atualpa@uece.br), Marcios Fábio Gadelha Rocha 1, 3, Érika Helena Sales de Britto 3, Raimunda Sâmia Nogueira Brilhante 3 e José Júlio Costa Sidrim 2
(1. Faculdade de Veterinária, FAVET-UECE; 2. Departamento de Patologia e Medicina Legal, Faculdade de Medicina, UFC; 3. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, FAVET-UECE)
INTRODUÇÃO:
Os fungos são organismos eucariontes, heterotróficos e cosmopolitas. Os mais estudados são os patogênicos, em virtude do risco ao bem-estar da população e das perdas econômicas causadas. Sua sobrevivência em baixas temperaturas ainda não está totalmente elucidada, porém, uma associação entre resistência e acúmulo de carboidratos intracelular parece auxiliar, em parte, este complexo mecanismo de adaptação e sobrevivência. Recentemente, foram utilizados açúcares como crioprotetores por não apresentarem citotoxicidade, mesmo em grande quantidade no citoplasma, e terem alta eficiência na estabilização das membranas celulares durante o congelamento. De modo semelhante, grande quantidade de açúcares, como sacarose e oligossacarídeos, acumula-se em estruturas tolerantes a intensa desidratação, como esporos de fungos e leveduras. O modo de ação dos açúcares ainda não é totalmente conhecido e uma correlação direta de causa e efeito ainda não foi demonstrada. Acredita-se que a utilização dos açúcares para conservação de cepas fúngicas possa proporcionar um ganho em fatores como custo-benefício, facilidade de preparo e manuseio, bem como, menor toxicidade. Buscou-se neste projeto avaliar a viabilidade de três espécies fúngicas associadas a doenças em animais (Trichophyton mentagrophytes var. mentagrophytes, Microsporum canis e Malassezia pachydermatis) estocadas em glicose e sacarose a 4 e –20 oC, por períodos variados de tempo.
METODOLOGIA:
Estocaram-se 15 cepas de cada espécie fúngica supracitada por até 9 meses em concentrações de glicose e sacarose variando de 3, 6, 9 e 12 %. As cepas eram repicadas em ágar batata e após crescimento satisfatório da colônia eram cobertas com a solução do respectivo açúcar e estocadas. Anterior a estocagem, as mesmas eram avaliadas quanto as suas características macro e micromorfológicas. Após 1, 3, 6 e 9 meses as mesmas estão sendo avaliadas quanto a sua viabilidade após o stress da congelação.
RESULTADOS:
Após um mês de estocagem de 10 cepas de M. canis, 2 de T. mentagrophytes var. mentagrophytes e 6 de M. pachydermatis não foi observada nenhuma alteração na macromorfologia das colônias estocadas para nenhum das 3 espécies. Com 3 meses, todas as cepas mantiveram o padrão inicial com exceção de 3 cepas de M. canis que pleomorfizaram e mostraram-se sem pigmento amarelado típico e sem colônias com relevo algodonoso apiculado. Ressalte-se que para as M. pachydermatis foi feito o repique em ágar Sabouraud, com crescimento de todas as cepas.
CONCLUSÕES:
A princípio, a estocagem de cepas fúngicas com carboidratos parece uma alternativa consistente para a preservação, tendo em vista que, inicialmente, não houve grandes alterações macromorfológicas. Contudo, outras análises fenotípicas, bem como um maior período de estoque, por pelo menos 9 meses, são necessários para análises conclusivas sobre a importância dos carboidratos na preservação dos fungos.
Instituição de fomento: CNPq
Palavras-chave:  açúcares; estocagem; fungos.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005