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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
ANALISE DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO INDICADOR DE SOBREPESO/ OBESIDADE INFANTIL DE UMA ESCOLA PARTICULAR DE FORTALEZA
Graciana Teixeira Costa 1 (graciosanut@yahoo.com.br), Rômmulo Celly Lima Siqueira 1, Marcel Lima Cunha 2, Niágara Vieira Soares 1, Marcello Fernandes Parente 1, Sharlene Dias Gonçalves 1, Meyriane Moreira da Costa 1, Hyvnna Ribeiro Gomes 1, Holdayne do Nascimento Pereira 1 e Luilma Albuquerque Gurgel 1
(1. Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Universidade de Fortaleza - UNIFOR)
INTRODUÇÃO:
Um dos males que vem se desenvolvendo no nosso cotidiano é a obesidade que segundo dados da Organização Mundial da Saúde tem alcançado proporções epidêmicas. E, apesar de não representar uma grande causa de morte, ela é fortemente associada a inúmeras doenças como hipertensão, osteoartrite e doenças cardíacas, câncer entre outros. Sabendo que durante a infância o período de crescimento de células é demasiadamente grande, a obesidade infantil predispõe o individuo a uma obesidade na fase adulta. A obesidade prevalece em especial nas meninas. E tem como causas os hábitos alimentares errôneos, propensão genética, estilo de vida sedentário, status sócio – econômico, fatores psicológicos e etnia. Em suma, são vários os fatores associados à dieta que poderiam contribuir para o aumento do sobrepeso/obesidade: alimentação fora de casa, alimentação na escola, crescimento na oferta de fast food e ampliação do uso de alimentos industrializados. A redução da atividade física também se refere à redução do esforço físico ocupacional; das alterações nas atividades de lazer, que passam de atividades de gasto acentuado, como práticas esportivas, para longas horas diante da televisão, computador, videogame entre outros. Pelo fato da obesidade infantil estar aumentando, e sendo esta condição um fator de risco para patologias importantes, decidiu-se realizar a presente investigação para determinar sua prevalência em uma população infantil de um colégio particular de Fortaleza.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada em um colégio particular da cidade de Fortaleza, com 86 alunos durante o mês de outubro de 2004. A avaliação antropométrica constou de peso corpóreo (quilogramas) e estatura (centímetros), através de balança de plataforma com precisão de 0,1 kg e estadiômetro com precisão de 0,1 cm, as crianças deveriam estar matriculadas regularmente na escola, ser praticantes das aulas de educação física, presentes no dia da pesquisa, com idades entre 8 e 9 anos. A altura foi medida em centímetros, com os indivíduos descalços, mantendo-se em posição ereta, com as costas e a parte posterior dos joelhos, encostados à parede. O padrão de referência usado para a definição do estado nutricional foi o índice massa corporal (IMC) (peso/altura2), com os pontos de corte propostos pelo NCHS (National Center Hearlth Statistics) e CDC (Centers For Disease Control and Prenvention). Nesse estudo, foram utilizadas as seguintes categorias: baixo peso (IMCP95). O IMC foi associado às idades das crianças, de acordo com a tabela IMC / Idade que engloba todo o grupo da faixa etária entre 2 e 20 anos.
RESULTADOS:
A amostra encontrava-se na faixa entre 8 e 9 anos, sendo que as mulheres constituíram 45% da população estudada. A prevalência de sobrepeso na população estudada foi de 17,44%, sendo 17% do grupo masculino e 17,5% do grupo feminino, enquanto que quase 18,60% da amostra apresentou risco de sobrepeso, 21,3% e 15% do grupo masculino e feminino respectivamente. A maioria, com 62,79% encontrou-se eutrófico, subdividido em 59,6% dos meninos e 67,5% das meninas e 1,16% encontrou-se com baixo peso, sendo 2,1% dos meninos apenas nesse grupo.
CONCLUSÕES:
A prevalência de sobrepeso foi insignificativamente mais elevada em meninas do que em meninos (apenas 0,5% de diferença), confirmando os resultados de varias pesquisas nacionais. Entretanto, os meninos superaram percentualmente as meninas tanto em relação ao risco de sobrepeso e o baixo peso. No parâmetro de normalidade, as meninas são classificadas como maioria. Possivelmente, o alto índice de sobrepeso dessa população infantil deve estar positivamente associada com a renda, visto que os alunos dessa escola pertencem a um nível econômico elevado. Ainda com relação às variáveis socioeconômicas, tem sido sugerido que estas podem ser influenciadas pela obesidade, ou seja, que a obesidade pode precedê-las .Nessa escola foram observadas cantinas com vários tipos de alimentos considerados hipercalóricos, os quais são caracterizados pelo excesso de carboidratos simples como o açúcar e doces e a gordura onde isso poderá resultar em uma forma de vida sedentária gerando fatores determinantes para obesidade. Mesmo assim, a plausibilidade biológica e a magnitude de efeito de variáveis como escolaridade e obesidade dos pais sugerem que possam ser interpretadas como possíveis fatores causais. Os presentes resultados indicam que os determinantes da obesidade são diferentes para meninos e meninas e esta perspectiva pode ser considerada em futuros trabalhos.
Palavras-chave:  avaliação nutricional; obesidade infantil; índice de massa corporal.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005