IMPRIMIR VOLTAR
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia
ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E DO EFEITO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Cupressus sempervirens EM AORTA DE RATO COM E SEM ENDOTÉLIO
Roberta Meneses Oliveira 4 (betinha_meneses@yahoo.com.br), Nayane Coelho Sales 4, Albertina Antonielly Sydney de Sousa 4, Alana Rufino Maia 4, Arisa Nara Saldanha de Almeida 4, Pedro Marcos Gomes Soares 2, Emmanuel Prata de Souza 1, Roberto Lima Albuquerque 3, Ana Maria Sampaio Assereuy 4 e David Neil Criddle 4
(1. Departamento de Bioquímica, Universidade Federal do Ceará-UFC; 2. Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará-UFC; 3. Departamento de Química Orgânica ( Lab. de Produtos Naturais), Universidade Federal do Ceará-UFC; 4. Laboratório de Farmacologia do Canais Iônicos (LAFACI), Universidade Estadual do Ceará, UECE)
INTRODUÇÃO:
O Cupressus sempervirens, popularmente conhecido como “cipreste italiano”, é uma planta originária do sudeste da Europa e Ásia menor. O formato de coluna é muito atraente e leva esta espécie a ser uma das mais cultivadas como ornamentais junto a igrejas, parques e jardins públicos e residenciais. Seu uso na medicina popular do óleo essencial de Cupressus sempervirens (OECS) está baseado na sua utilização para estancar todos os tipos de fluxos (hemorragias, diarréias, fluxo abundante de menstruação, incontinência, edema e sudorese excessiva) e suas aplicações são feitas principalmente na forma de lavagens, compressas aromáticas mornas, massagens e banhos aromáticos. Também é aplicado em problemas circulatórios (hemorróidas, varizes, pés e pernas cansadas) por sua ação vasoconstrictora. Dessa forma, decidimos determinar a composição dos constituintes do OECS e avaliar seu efeito na contratilidade de músculo liso de aorta de rato.
METODOLOGIA:
O OECS (Aromaterapia, Portugal) foi submetido à cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa pelo sistema Shimadzu GCMS QP5050. Utilizaram-se o tempo de retenção e o índice Kovats dos constituintes como o parâmetro de identificação, analisados por regressão linear. Para avaliar o efeito do OECS na contratilidade, foram utilizados anéis de aorta de ratos machos Wistar (250-350g) com e sem endotélio. A preparação foi montada em solução fisiológica para medida de contratilidade, utilizando método convencional. O OECS (1-300µg/mL) foi aplicado cumulativamente na presença e ausência (tônus) de fenilefrina (PE 0,1µM). Para as análises estatísticas, utilizou-se test-t de Student e os valores foram considerados significativamente diferentes para valores de p<0.05.
RESULTADOS:
O OECS apresentou em maioria os seguintes constituintes: α- pineno (31,02 %), α- terpineno (24,87%), terpinil-acetato (6,56%) e limoneno (5,29%). Sobre o tônus basal, o OECS não promoveu nenhuma alteração na resposta fisiológica do músculo. Na aorta pré-contraída (com endotélio), o OECS relaxou significativamente (p<0,05) em todas as doses com efeito máximo na dose de 300µg/mL (n=4) com redução para 59,32 %, com IC50 de 46,68 ± 17,59 µg/mL. Na aorta (sem endotélio) o OECS também relaxou significativamente (p<0,05) em todas as doses com efeito máximo na dose de 300µg/mL (n=7) com redução para 35,58%, com IC50 de 54,24 ± 27,06 µg/mL.
CONCLUSÕES:
O OECS relaxa o músculo liso vascular provavelmente independente de endotélio, podendo esse efeito ser atribuído a alguns de seus principais constituintes e os resultados obtidos nesse modelo de contratilidade não validam o seu uso popular como vasoconstrictor.
Instituição de fomento: CNPq e FUNCAP
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Óleos essenciais; Cupressus sempervirens; Aorta.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005