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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
ATITUDES E REAÇÕES DA POPULAÇÃO FRENTE AO ASSALTO
Patrycia Nazaré de Carvalho 1 (patrycia@gmail.com), Larissa Lopes Mahmud 1, Vanessa Siqueira Manhães 1, Claudete Francisco de Sousa Santos 1, Daniela Zanotti 2 e Claudio São Thiago Cavas 2
(1. Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; 2. Departamento de Psicometria, Instituto de Psicologia - UFRJ)
INTRODUÇÃO:
Nessas duas últimas décadas temos observado um aumento progressivo da violência no país. Nunca se falou tanto nela e em como combatê-la, e, infelizmente, a sensação de insegurança nunca foi tão presente. As pessoas mudam seus itinerários, colocam grades e alarmes em suas casas, evitam sair à noite; os que podem, blindam seus automóveis e contratam seguranças particulares. De Paula (1991) aponta como possível causa da violência, a transformação sócio-econômico-cultural. Já Luiz E. Soares (1996), posiciona-se mais radicalmente ao assunto, considerando que está relacionado ao esquecimento dos políticos às questões sociais. Com base em alguns estudos sobre os temas de violência e assalto, decidimos investigar até que ponto há diferença entre as faixas etárias e o sexo quanto aos aspectos cognitivos e comportamentais das posturas assumidas frente a este problema.
METODOLOGIA:
Após uma revisão bibliográfica sobre o tema, foi elaborado um questionário aberto, com 28 perguntas, com o objetivo de avaliar os aspectos cognitivos-comportamentais de cada indivíduo frente ao assalto. Em seguida, o questionário foi aplicado a 100 pessoas, de ambos os sexos, pertencentes a três grupos etários: grupo dos jovens, de 17 a 30anos (15 homens e 15 mulheres); grupo dos adultos, de 31 a 60anos (17 homens e 17 mulheres) e grupo dos idosos, acima de 60anos (18 homens e 18 mulheres). Todas estas pessoas moradoras da cidade do Rio de Janeiro.
RESULTADOS:
Quando comparamos os sexos quanto à freqüência do assalto e quanto ao fato de reagir o assalto, os homens aparecem como os mais assaltados e as mulheres como as que reagem mais. Entre as mesmas, quem mais reage ao assalto são as idosas (33,3%) e entre os homens,os adultos (17,6%).Quanto ao medo de ser assaltado, as mulheres são as que declaram ter mais medo, porém no que tange à alteração de sua rotina em função desse medo, não diferem de modo significativamente dos homens. Ainda com relação a este último aspecto, os idosos mostraram constituir o grupo que mais alterou sua rotina, sendo as alterações mais freqüentes, em primeiro lugar, maior atenção ao caminhar nas ruas e, em segundo, evitar situações de risco (lugares, horários, sair sozinho, etc.). Já no que concerne, por um lado, à crença em atitudes que possam combater o assalto e, por outro, na confiança na polícia, os jovens aparecem como o grupo mais otimista e com maior confiança.No entanto, quanto à crença no desempenho da polícia, os idosos são os que mais acreditam no desempenho da mesma.
CONCLUSÕES:
- Os resultados foram de acordo com o que esperávamos. Segundo a Teoria da Atribuição de Heider (1944, 1958), em Psicologia Social, pudemos observar que os jovens atribuem causalidade externa aos fatores responsáveis pela violência, enquanto os idosos atribuem causalidade interna. Os idosos dizem não confiar na polícia por considerar os policiais corruptos, ao contrário dos jovens que possuem maior confiança na polícia. Enquanto os idosos que fizeram uma avaliação negativa do desempenho da polícia alegaram como causa a corrupção, os jovens que o fizeram alegaram motivos como problemática sócio-econômica e ineficiência do aparato de segurança pública. Um fato a ser explicado é que apesar das mulheres apresentarem maior medo de assalto do que os homens, elas não mudam mais suas rotinas do que os mesmos.
Instituição de fomento: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave:  assalto; centros urbanos; o medo e o comportamento das pessoas.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005