|
||
| C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica | ||
| VIABILIDADE CELULAR E CITOTOXICIDADE DE CÉLULAS NEOPLÁSICAS DE CAMUNDONGOS TRATADAS COM LÁTEX DE Synadenium grantii Hook, `f. | ||
| Robson José de Oliveira Júnior 1 (robson_junr@yahoo.com.br), Carla da Silva Rodrigues Menezes 1, Lívia da Silva Bernardes 1 e Elisângela de Paula Silveira 1 | ||
| (1. Instituto de Genética e Bioquímica, Universidade Federal de Uberlândia - UFU) | ||
| INTRODUÇÃO:
Atualmente o câncer é um dos principais problemas de saúde que atinge a humanidade, logo após as doenças cardiovasculares ocupa o segundo lugar nas causas de mortes por doenças. Dentre as formas de tratamento desta doença encontra-se radioterapia, imunoterapia e quimioterapia. Tem se tornado cada vez maior a busca por substâncias de origem natural para o tratamento do câncer, uma vez que as plantas produzem diversos princípios potencialmente ativos contra células neoplásicas. Alguns exemplos de quimioterápicos de origem vegetal são os alcalóides extraídos da vinca, o taxol e as acetogeninas extraídas da graviola. Synadenium grantii é um arbusto latescente que atinge de 3 a 5 metros, de origem africana, altamente tóxica. Esta planta é conhecida popularmente como tiborna ou cola-nota, dependendo da região onde se encontra. A população utiliza seu látex na redução de verrugas, no tratamento de doenças gástricas e até mesmo no tratamento do câncer. Assim como muitos outros membros da família euforbiaceae, o látex desta espécie é rico em diterpenos que são compostos que têm demonstrado atividade contra células tumorais, além de possuir enzimas proteolíticas que desempenham um importante papel na patofisiologia de graves doenças como o câncer e até mesmo AIDS. O objetivo desta pesquisa foi verificar a atividade antineoplásica de Synadenium grantii através de testes de citotoxicidade e viabilidade celular. |
||
| METODOLOGIA:
Para a realização dos testes foi utilizada a linhagem de células tumorais S180 (sarcoma 180) ATCC-TIB66, retiradas de tumor ascítico mantido em camundongos Swiss por repiques semanais.Para a realização de ambos os testes foram utilizadas placas de ELISA com 96 wells. As células eram colocadas em meio de cultura RPMI-1640 completo suplementado com 10% de soro fetal bovino, 20mM de L-glutamina, 7,5% de bicarbonato de sódio e 10 μg/mL de gentamicina. Eram colocados 100μL de suspensão celular(2 x 105 células) em cada well e as mesmas eram tratadas com o látex de Synadenium grantii diluído em meio de cultura nas concentrações de (1:100;1:200;1:400;1:800:1:1600 látex/meio de cultura). Foram feitos grupos controle negativo(sem tratamento) e controle positivo(tratados com taxol). Após 24 horas foi retirada uma alíquota de 10 μL de cada well diluindo a mesma com 90 μL de azul de trypam 1%, para o teste de viabilidade celular. Eram retirados 10 μL desta solução com azul de trypam e colocados em uma câmara de Neubauer para ser realizada a contagem de células vivas e mortas. Depois de retiradas as alíquotas destinadas ao teste de viabilidade celular, era adicionado a cada well 10 μL de 3-(4,5-Dimetiltiazol-2-il)2,5-Difenil Brometo de Tetrazolium (MTT) na concentração de 5mg/mL. Após 3 hr eram adicionados 50μL de SDS (Dodecil Sulfato de Sódio) a 10%. Após 24hr a placa era lida em uma leitora de ELISA com um filtro de interferência de 570nm. |
||
| RESULTADOS:
Analisando-se as células coradas com azul de trypam na câmara de Neubauer foi verificado um baixo número de células mortas quando comparadas ao grupo controle positivo tratado com taxol. O maior número de células mortas encontradas foi no tratamento na concentração de 1:100 v/v, onde foram observados 12 % de células não viáveis. O ensaio colorimétrico utilizando o MTT também revelou baixa citotoxicidade, mesmo nos tratamentos com altas concentrações do látex de Synadenium grantii. |
||
| CONCLUSÕES:
Ambos os testes confirmaram uma baixa toxicidade celular do látex de Synadenium grantii, no entanto deve se considerar o fato de que algumas substâncias são pró-drogas e necessitam serem metabolisadas pelo organismo para serem convertidas em drogas com alguma atividade. O látex também deve ser testado em outras linhagens de células neoplásicas, pois a população utiliza o látex de Synadenium grantii no tratamento de diversos tipos de tumores. Pode ocorrer também diferenças na presença e na concentração de alguns princípios ativos de uma planta para a outra, referentes a diferenças no clima, pH, acidez do solo e até mesmo grau de estresse ou pressão ambiental em que a mesma se. Assim sendo, exemplares coletados em regiões diferentes podem fornecer resultados também diferentes. |
||
| Instituição de fomento: UFU e CNPq | ||
| Palavras-chave: viabilidade celular; citotoxicidade; Synadenium grantii. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |