|
||
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia | ||
ANÁLISE DA ESTRUTURA POPULACIONAL DE PEIXES DA FOZ DO RIO COCÓ - FORTALEZA (CE) | ||
Ana Carolina Carvalho Cavalcante 1 (kikita16@bol.com.br), Jôse de Assis Carvalho 1, Sany Vasconcelos Martins 1, José Cavalcante Júnior 1 e Rickardo Léo Ramos Gomes 1 | ||
(1. Universidade Estadual Vale do Acaraú) | ||
INTRODUÇÃO:
Os mangues são regiões de grande importância para as populações de peixes, por constituírem locais de reprodução e criação de grande número de espécies que ocorrem tanto nestes locais, como na área costeira adjacente. O conhecimento da estrutura das populações de peixes e suas funções no ecossistema podem servir como subsídios para programas de monitoramento, gerenciamento e proteção dos recursos naturais. Este trabalho foi realizado na foz do rio Cocó, localizada no litoral da cidade de Fortaleza (CE), com o objetivo de contribuir para o conhecimento da comunidade de peixes desta área. |
||
METODOLOGIA:
Um programa amostral (com 2 repetições) foi realizado (arrasto de praia), com coletas mensais, entre Julho de 2004 e setembro de 2004. As amostragens foram realizadas em estações de coletas definidas conforme sua localização fora do "cordão" formado por diversas beach rocks, na parte mais externa da foz. A rede utilizada no experimento media 18 m de comprimento na tralha superior e 20 m na tralha inferior, com malha de 25 mm de distância entre nós consecutivos nas asas, e de 15mm, na região do ensacador. Os arrastos tiveram duração padronizada de meia hora, com seqüência aleatória e contou com a participação voluntária de alguns pescadores da região estudada. |
||
RESULTADOS:
Constatou-se que a comunidade é composta de, pelo menos 9 famílias. Arridae, Gerreidae, Sciaenidae, Carangidae (galo), Sparidae (pargo), Mugilidae, Eugraulidae, Gobiidae (moré), Lutjanidae e Genidens sp. (bagre), Cathorops sp. (bagre), Gerres sp. (carapepa), Diapterus sp. (carapepa), Lutjanus sp. (carapitanga, caranha e ariacó), Micropogonias sp. (corvina), Chloroscombrus sp. (palombeta), Cynoscion sp. (pescada) Spheroides sp. (baiacu), Mugil sp. (tainha), e Anchoa sp. (manjuba) foram as famílias e os gêneros mais abundantes na área. As maiores abundâncias numéricas e em peso foram apresentadas para os meses de agosto e setembro embora o número de gêneros não tenha apresentado variação espacial significante. Cerca de 51% dos peixes capturados apresentavam-se em estádio juvenil fato comprovado pelo tamanho e pela pressão nas gônadas dados que confirmam a utilização do mangue como berçário para espécies marinhas. |
||
CONCLUSÕES:
Os resultados evidenciam que, especialmente nos meses de agosto e setembro, muitos peixes utilizam o mangue como área de criação nos primeiros anos de seus ciclos de vida. A composição e estrutura da comunidade de peixes parecem apresentar variações em relação a informações de períodos anteriores, relatados nos trabalhos de Gurgel (1995), Ferreira, Maida e Souza (1995), Paiva (1996), Feitosa e Araújo (1998), Osório e Araújo (1999), Oliveira, Castro e Araripe (1999), Fonteles (2001) e Raposo e Gurgel (2001), o que pode ser útil em trabalhos de monitoramento de qualidade da água e da biodiversidade marinha da área investigada, haja vista que o mangue encontra-se sobre forte pressão de alterações de origem antrópicas nos últimos anos. |
||
Instituição de fomento: Universidade Estadual Vale do Acaraú | ||
Palavras-chave: reprodução; mangues; proteção. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |