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C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 4. Farmacologia | ||
ESTUDO FARMACOLÓGICO DO EXTRATO PADRONIZADO (CLAE-UV) DE Amburana cearensis , SILVESTRE E CULTIVADA, EM CAMUNDONGOS - UM ESTUDO COMPARATIVO. | ||
Kassiane Cristine da Silva Costa 1 (kssinh@yahoo.com.br), Luciana Siqueira de Amorim 2, Kirley Marques Canuto 3, Edilberto R Silveira 3, Antonio Marcos Esmeraldo Bezerra 4, Glauce Socorro de Barros Viana 5 e Luzia Kalyne A M Leal 1 | ||
(1. Depto. de Farmácia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 2. Depto. de Nutrição, Universidade Estadual do Ceará - UECE; 3. Depto. Química Orgânica, Universidade Federal do Ceará - UFC; 4. Depto. Fitotecnia, Universidade Federal do Ceará - UFC; 5. Depto. Fisiologia e Farmacologia, Fac. Medicina, Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
A. cearensis (Fabaceae) é uma árvore da caatinga Nordestina mais conhecida vulgarmente como cumaru; suas cascas são amplamente utilizadas tanto pela medicina tradicional (chá), no tratamento da asma, tosse e bronquite, quanto por programas governamentais de fitoterapia e indústria farmacêutica (xarope de cumaru). Vários compostos têm sido isolados das cascas do caule de A. cearensis, silvestre, incluindo cumarina, ácido protocatéquico, flavonóides (isocampferídio, fisetina e alfalona) e amburosídio A e B. Estudos anteriores realizados no nosso laboratório (Leal et al., 1997; 2000; 2003) demonstraram as atividades antinociceptiva, antiinflamatória e broncodilatadora do extrato hidroalcoólico (EHA), da cumarina e da fração flavonóide obtidos das cascas do caule de A. cearensis. Diante do risco de extinção dessa matéria-prima, o objetivo do presente trabalho é realizar um estudo comparativo da planta cultivada (parte aérea e xilopódio) e silvestre (cascas do caule), investigando as atividades antiedematogênica e antinociceptiva de extratos padronizados. |
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METODOLOGIA:
A planta silvestre foi coletada em Quixeramobim, CE, enquanto a germinação de sementes e a produção de plantas jovens foram realizadas no Depto. de Fitotecnia-UFC. Os extratos etanólicos (EEt) das plantas silvestres ou cultivadas (4, 7 e 9 meses) foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE-UV), tendo como marcadores a cumarina, amburosídio, ác. vanílico e ác. protocatéquico. O teste da formalina avalia a atividade antinociceptiva de fármacos através do registro do tempo, em segundos, de lambedura da pata pelo camundongo Swiss (25-27g), durante os períodos de 0-5min (1ª fase) e 20-25 min (2ª fase) após a injeção subplantar de 20µL de formalina a 1% v/v, na pata traseira direita do animal. Os EEt (100 e 200mg/Kg) foram administrados v.o. num volume de 10mL/Kg, 60 min antes da injeção de formalina, enquanto o grupo controle recebeu o equivalente de água. Na avaliação da atividade antiedematogênica, os animais foram tratados com EEt (200 e 400mg/Kg, v.o.) e, 60min. após o tratamento foi administrado uma injeção intraplantar de 50µL de solução de carragenina 1% v/v. Foram registrados os volumes das patas antes e após (1, 2, 3, 4h e 24h) a injeção. O volume do edema foi determinado pela diferença entre o volume final e o volume inicial das patas. Os resultados estão expressos como médias ± EPM, que foram comparadas através da análise de variância (ANOVA), onde as significâncias (P<0,05) dos contrastes entre as médias foram determinadas pelo teste de Tukey. |
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RESULTADOS:
A cumarina foi o composto majoritário nos extratos analisados por CLAE, seguida pelo ác.vanílico, amburosídio e ác. protocatéquico. Dentre os EEt (100 e 200mg/Kg, v.o) do cumaru cultivado avaliados, aqueles obtidos de matéria-prima coletada aos 7 e 9 meses de cultivo, inibiram significativamente com potência similar as duas fases do teste da formalina, com inibições de 32 a 64%, enquanto o EEt-4meses foi efetivo nas duas fases do teste apenas na maior dose. O EEt do cumaru silvestre (100 e 200mg/Kg) causou efeitos similares, com inibições de 48 e 53% na 1ª fase, e de 47 e 72% na 2ª fase, respectivamente. A administração oral (200mg/Kg) dos EEt do cumaru cultivado (4, 7 e 9 m) ou silvestre, reduziu em torno 30% o edema induzido por carragenina na 3ª h (4m: 81,7 ± 7,0; 7m: 70,8 ± 6,2; 9m: 82,3 ± 7,4 e silvestre:78,9 ± 9,2 µL) e 4ª h (4m: 69,5 ± 5,6; 7m: 65,0 ± 7,9; 9m: 67,7 ± 6,8µL) em relação ao controle (3ª h: 112,5 ± 5,1; 4ª h: 99,3 ± 8,3µL). Na maior dose (400 mg/Kg, v.o.) os EEt-7 e 9 meses causaram aproximadamente 47% de inibição, enquanto o EEt do cumaru silvestre apresentou-se menos potente embora tenha promovido reduções significativas no edema. |
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CONCLUSÕES:
Os EEt do cumaru cultivado (7 e 9 meses) ou silvestre administrados sistemicamente têm perfis fitoquímicos e atividades antinociceptiva e antiedematogênica similares. Dessa forma, os resultados preliminares apresentados possivelmente contribuirão para a utilização de A. cearensis cultivada como matéria-prima para produção de fitoterápicos. |
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Instituição de fomento: CNPq e Banco do Nordeste. | ||
Palavras-chave: Amburana cearensis ; atividade antinociceptiva; atividade antiedematogênica. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |