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H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 5. Letras | ||
O DISCURSO DE LÍDERES POPULARES: UM CONVITE A REFLEXÕES SOBRE A CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS | ||
Edna Maria de Oliveira Ferreira 1 (emof.er@bol.com.br) | ||
(1. ESCOLA AGROTÉCNICA FEDERAL DE SENHOR DO BONFIM - BA) | ||
INTRODUÇÃO:
O trabalho pretendeu refletir o mecanismo de argumentação que ancora o discurso na linguagem cotidiana, observando a possibilidade de efeitos persuasivos, porém sem maiores preocupações com a precisão da realidade circundante, quando não analisados sob a ótica da lógica formal. Isso pode resultar em prejuízos à sociedade. Logo, cabe à escola capacitar lingüisticamente, para que o educando / cidadão apreenda os implícitos e a “intencionalidade subjacente”, tal como a define Bakhtin. |
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METODOLOGIA:
Analisaram-se falas de líderes populares registradas em revistas e jornais, selecionando aquelas que poderiam servir de material para a pesquisa, que buscou confrontar ”falas” e conceitos da “lógica formal” e demais “técnicas argumentativas”, que enfatizam a “racionalidade ética” como forma de mensurar “juízos de valor”. Este foi o trajeto percorrido para que alunos do ensino médio vivenciassem alguns conceitos lingüísticos e noções básicas de teoria da comunicação. Tomaram-se falas de Inocêncio Oliveira - PFL/PE, Presidente Lula - PT, ACM – PFL/BA e Severino Cavalcanti – PP/PE. |
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RESULTADOS:
A ausência de confrontação entre o que se “ouve / lê” e a “verdade dos fatos”, no dia-a-dia atribulado, facilita a persuasão, embora nem sempre mantenha fidelidade e rigor sóbrio com a realidade. Conceitos e raciocínios podem ser manipulados, dificultando a emersão da verdade. Uma análise menos simplista poderá trazer à tona dados novos, nem sempre favoráveis aos interlocutores, a exemplo da comparação feita pelo Presidente Lula que declarou recentemente que recebeu o governo, em 2003, como “um vendaval da Ásia”, quando todos sabemos que na Ásia, recentemente, houve maremoto e não vendaval. Ferem-se conceitos geográficos, mas não se nega a eficiência persuasiva. |
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CONCLUSÕES:
As metáforas, bastante utilizadas pelo presidente Lula, aproximam-no de seus interlocutores, mesmo porque eles também dispõem desses recursos na linguagem cotidiana: conhecimento prévio do fato (previsão) / tema e demonstração. Contudo, esses instrumentos estão, geralmente, sujeitos à ambigüidade ou imprecisão, comprometendo a verossimilhança. São poucos os que atentam para isso e percebem a necessidade de se capacitar para a argumentação, no ensino escolar, oferecendo condições ao aluno de exercer sua cidadania e evitar danos à sociedade. |
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Palavras-chave: discurso; linguagem cotidiana; lógica formal. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |