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F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Economia - 5. Economia Internacional | ||
ESTUDO DOS PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS E AS NEGOCIAÇÕES INTER-BLOCOS | ||
Argemiro Luís Brum 1 (argelbrum@unijui.tche.br), José Dalmo da Silva Souza 1, Robison Xavier Machado 1, Nádia Gianluppi 1, Carina Cargnelutti Dal Pai 1, Paloma Zingler Silva 1, Ésiom Getúlio Pereira 1, Gabriela Marckes da Silva 1 e Mariza Tatiana Reimann 1 | ||
(1. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul) | ||
INTRODUÇÃO:
A pesquisa aborda as razões, os fatos e as conseqüências da “globalização-regionalização” do ponto de vista da geoeconomia. O final do século XX caracterizou-se pela redução da dimensão espaço-tempo. Uma maior velocidade foi imprimida aos atos humanos afetando as relações entre os atores reduzindo as distâncias e criando uma nova especificidade espacial. No cenário internacional vive-se ainda o re-arranjo dos espaços segundo uma lógica definida pelas relações econômicas: blocos econômicos e maior interdependência entre sujeitos internacionais. No entanto, neste cenário onde o Estado-nação permanece como ator principal reproduz-se a ocorrência de marginalidade, periferia e interdependência assimétrica acentuada. A condição de pertença a um bloco afigura-se como vital para os Estados ao mesmo tempo que o tipo de bloco, sua estrutura, seus objetivos e a divisão de poder entre os membros apresenta-se como exponenciador ou limitador das aspirações nacionais. Em outras palavras: os países não são iguais entre si e tampouco os blocos são sempre iguais. |
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METODOLOGIA:
A pesquisa teve como base uma investigação bibliográfica para o levantamento do histórico dos fatos quanto à formação e caracterização dos blocos econômicos bem como para a formação da base teórica para a análise estratégica. As negociações entre os atores (blocos e/ou países) foram caracterizadas pelas relações comerciais, as tensões políticas e as soluções negociadas ou impasses em interesses específicos (comerciais, políticos...). A partir das concepções primárias de geopolítica e geoeconomia aplicou-se tal instrumental em sessões de discussões do Grupo PET/economia para análise dos eventos reais. A sistematização das discussões foram contrastadas tanto com as concepções teóricas de economia e política internacionais como quanto pelos resultados obtidos na configuração dos blocos. Assim, capta-se uma dinâmica mais rica do que a síntese apresentada nas “versões oficiais” uma vez que um bloco exige uma orientação comum de seus participantes e os pontos de convergência não necessariamente anulam ou suprimem as demais aspirações que podem, se manifestadas, serem aceitas ou refutadas. |
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RESULTADOS:
A análise do cenário internacional contemporâneo a partir da geoeconomia demonstrou ser uma profícua linha de investigação. Os Estados Nacionais, a partir da manipulação de blocos, perseguem a superação dos limites da Economia, das limitações impostas pela geografia e dos condicionantes da política. Assim, descortina-se todo um complexo cenário geográfico-econômico. As noções clássicas de geopolítica, baseadas na figura da guerra sempre consideraram as variáveis do contexto para além do conflito, no entanto as consideravam em um plano secundário. A geoeconomia, colocando a ênfase nas relações econômicas e nas configurações de poder – na qual o potencial bélico é apenas um componente – deslocaram o eixo de atenção, mas não eliminaram a guerra como último recurso. Mudaram as estratégias e as regras do jogo; mudaram as orientações de ações e definições de inimigo e aliado. Mas não mudaram os objetivos primários de acumulação de poder, nem os atores principais e tampouco a platéia (os objetos de política internacional, em contraste com os sujeitos). |
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CONCLUSÕES:
A atual divisão do mundo em centro e periferia não mais somente de Estados, mas de blocos e mesmo no interior dos próprios blocos revela que objetivos estratégicos estão sendo perseguidos no xadrez mundial e a política econômica está substituindo – embora não eliminando - a guerra entre as nações. No entanto, ainda há vencedores e vencidos. Um bloco econômico é tanto um instrumento para potencializar as aspirações de seus membros como uma cadeia em que seus prisioneiros podem se ver às voltas com correntes mais resistentes do que as que prendem a periferia econômica aos centros. Embora o isolamento esteja descartado, a marginalidade e a dependência (travestida de interdependência assimétrica) ainda pairam sobre a periferia. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: ESTRATÉGIA; GEOECONOMIA; REGIONALISMO. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |