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| G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | ||
| A INSTRUÇÃO PÚBLICA NA ERA DA MODERNIDADE - ANALISANDO A TRAJETÓRIA DOS GRUPOS ESCOLARES. | ||
| Anne Emilie Souza de Almeida 1 (emiliepedagoga@yahoo.com.br) e Miguel André Berger 1 | ||
| (1. Depto. de Educação, Universidade Federal de Sergipe - UFS) | ||
| INTRODUÇÃO:
A proposta de universalização do ensino básico já defendida em vários discursos e educadores no decorrer da História, destacando-se dentre esses Anísio Teixeira, ainda não se concretizou. O movimento republicano propõe a modernização do país e o ensino primário vai constituir a bandeira de luta de segmentos da sociedade civil, entre eles os intelectuais escolanovistas.Com o intuito de remodelar o ensino surgem os grupos escolares, sendo da iniciativa do governo de Graccho Cardoso (1922-1926) a expansão destes na capital e nos municípios no interior de Sergipe. Essa pesquisa investiga a criação e o cotidiano dos grupos escolares como espaço para a concretização da educação pública e gratuita inspirada nos princípios do ideal escolonovista. O grupo escolar não é apenas tomado como instituição modelar que sintetiza expectativas pedagógicas e políticas, mas também um signo e dispositivo de conformação de uma cultura urbana e da nova ordem republicana. Os seguintes objetivos nortearam esse estudo:1) mapear os grupos escolares criados no Governo de Graccho Cardoso e os motivos de sua implantação; 2) analisar o estilo arquitetônico, a localização, a organização do prédio e as prescrições para uso do espaço físico; 3) resgatar a forma de concretização das atividades escolares e extra-escolares nesses estabelecimentos de ensino visando a formação do cidadão republicano, e 4) analisar a trajetória dos grupos escolares e sua atuação ato o momento atual |
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| METODOLOGIA:
Para realização dessa pesquisa de natureza histórica, recorremos a diversas fontes documentais (jornais, atas escolares, livros de matrículas, estatísticas escolares, livros de registro de reuniões pedagógicas, pronunciamento dos governantes). Os documentos fotográficos também foram utilizados por constituir a imagem, importante fonte de registro da época e da reconstrução do período e expressão de significados e de linguagens. Entrevistas semi-estruturadas também foram realizadas com ex-professores, ex-alunos e moradores antigos dos municípios atingidos (Simão Dias, Boquim, São Cristóvão, Capela, Estância, Itabaiana, Laranjeiras, Própria, Riachuelo< Lagarto, Maruim,Rosário do Catete, Neopolis e Aracaju). |
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| RESULTADOS:
A inexistência e despreocupação na manutenção dos arquivos escolares constituíram as principais dificuldades para realização desse estudo. Dentre os grupos escolares criados nesse período, alguns continuam funcionando nas seguintes cidades: Aracaju, Própria, Capela, Laranjeiras, São Cristóvão, Boquim, Riachuelo e Itabaiana. Um prédio foi cedido para a Prefeitura, dois grupos encontram-se em reforma ou paralisados, outro foi cedido para desenvolver atividades educacionais. Dois grupos foram extintos. A maioria dos grupos escolares que ainda desenvolvem suas atividades teve suas denominações alteradas diante da nomenclatura legal e porque deixaram de dispensar o ensino primário (fundamental) e passaram a ofertar o ensino médio. |
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| CONCLUSÕES:
Na fase inicial da sua implantação, alguns grupos funcionavam em um único período (das 8:30 às 12:30), depois passaram a funcionar em três turnos, atendendo principalmente as crianças das camadas populares. Em relação à organização das turmas, durante muito tempo, havia distinção entre os sexos: o turno da manhã se destinava ao sexo feminino, sendo que o turno vespertino havia classes para o sexo masculino, e, depois, de algum tempo, classes diferentes para alunos dos dois sexos. O ensino misto só irá surgir a partir de 1936. Atendo-se às observações dos prédios e analisando os livros de termos de visita e de ata das reuniões pedagógicas, verificou-se o caráter inovativo no ensino público, a aplicação dos preceitos médico-higienistas presentes no discurso acadêmico do início do século XIX, tanto na construção do prédio, como também no funcionamento do estabelecimento. Durante o período de 1925 a 1943, verificou-se uma atuação marcante na atuação dos inspetores de ensino: Antonio Xavier de Assis, José Augusto da Rocha Lima e José Alencar Cardoso, que através das reuniões orientava o corpo docente na concretização dos princípios e métodos do ensino ativo, envolvendo o desenvolvimento de excursões pedagógicas, os Centros de Interesse, inspirados em Decroly, e os métodos e processos intuitivos a fim de favorecer a aprendizagem da leitura e da escrita. |
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| Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Sergipe | ||
| Trabalho de Iniciação Científica | ||
| Palavras-chave: grupo escolar; escola nova; História da Educação. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |