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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | ||
OS (DES)CAMINHOS POLÍTICOS-PEDAGÓGICOS DA EDUCAÇÃO SEXUAL DO JOVEM ESTUDANTE DA ESCOLA PÚBLICA NA CIDADE DE GUANAMBI-BAHIA | ||
José Aparecido Alves Pereira 1 | ||
(1. Departamento de Educação, Campus XII, Universidade do Estado da Bahia - UNEB) | ||
INTRODUÇÃO:
(INTRODUÇÃO) É notório que o saber construído na família e na escola oferece maiores probabilidades de (in)formação para o cidadão melhor atuar no seu meio. Mas, no caso do Brasil, as camadas privilegiadas nunca tiveram o interesse de proporcionar às minorias étnicas e sociais uma educação de qualidade buscando fortalecer a construção das estruturas identitárias, pois temem a sua hegemonia. Assim, a crise de identidade vivida na família e na escola é refletida claramente no âmbito da sexualidade, através do alto índice de gravidez precoce, dst, AIDS e prostituição infantil, principalmente na faixa etária jovem da população, demonstrando desconhecimento e desinformação sobre o assunto. O objetivo do presente trabalho foi investigar as influências da família, escola e sociedade na (in)formação da sexualidade do jovem estudante. |
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METODOLOGIA:
(METODOLOGIA) A área de execução e o universo da pesquisa constituíram-se de jovens estudantes da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental, na faixa etária dos 12(doze) aos 18(dezoito) anos, em 3(três) Colégios Públicos, na cidade de Guanambi-Bahia. Foram entrevistados, entre os dias 15 e 29/10/03, 80 estudantes, escolhidos aleatoriamente na proporcionalidade de sexo e matrícula em cada instituição..A coleta de dados foi feita através de questionários com perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha, aplicados em locais e horários predeterminados nas instituições escolares. |
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RESULTADOS:
(RESULTADOS) Constatamos que a família e a escola ainda estão distantes de uma participação ativa na construção da sexualidade na adolescência. Para 1/4 dos entrevistados, o primeiro diálogo sobre sexo aconteceu entre os 9 e 11 anos; para mais da metade (61,25%), aconteceu entre 12 e 15 anos, primeiramente com amigos(45%), seguidos de professores(17,5%), pais(13,75%) e irmãos(10%); mais da metade desses adolescentes (63,75%) não conversa com os pais sobre sexo e menos de !/3 às vezes mantém tal diálogo. Notamos que 90% deles são a favor da criação de uma disciplina escolar para falar sobre sexualidade. Observaram-se estes dados: 1/3 declarou não conversar com seus professores sobre esse assunto e 1/3 que às vezes conversa com seus professores sobre esse tema, sendo Ciências(41,25%) a disciplina que mais aborda o assunto, falando principalmente do corpo humano; com 8% aparecem as disciplinas Religião, Educação Física e Geografia, e 51,25% dos jovens não declararam. As revistas aparecem na preferência de 36,25% como maior meio de informação sobre sexo, depois vem a TV(28,75%), amigos(21,25%), professores(11,25%) e pais(2,5%), mas reconhecem que o informante ainda mais seguro para falar sobre esse assunto são os amigos(36,5%), família(35%) e escola(26,25%), mas apontam(90%) que gostariam de receber ou ter recebido sua educação sexual inicialmente na família e na escola. |
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CONCLUSÕES:
(CONCLUSÃO) Concluímos que a família não tem contribuído para a formação da sexualidade adolescente, pois o diálogo com os filhos em casa é muito limitado, e mesmo com as mudanças nos currículos a partir da LDB 9394/96, com a introdução dos PCNs, e em especial do Tema Transversal Orientação Sexual, a escola não vem cumprindo com o seu papel nesse aspecto. Não tendo a família e a escola segurança para tratar desse assunto no seu âmbito de ação, fica assim os jovens expostos a fontes parciais de (in)formação na mídia e amigos. Esse quadro expõe a fragilidade da família em tratar desse tema com os filhos e do setor educacional em fazer cumprir as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais através do trabalho transversal sério e responsável sobre sexualidade, deixando transparecer que não há planejamento ou corpo docente preparado para tratar do tema com a devida competência, excluindo os jovens do direito de conhecer, desenvolver e viver plenamente sua sexualidade com segurança e responsabilidade social. |
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Palavras-chave: Escola; estudante; sexualidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |