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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O LÚDICO PARA O ENSINO DA TABELA PERIÓDICA, UM PASSO PARA A DESMISTIFICAÇÃO DA QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO
Paloma Cardoso da Rosa 1 (paloma@uems.br), Luciana Gonçalves de Azevedo 2 e Edemar Benedetti Filho 3
(1. Acadêmica do Depto. de Química, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS; 2. Professora do Ensino Médio da Escola do SESI Dourados; 3. Prof. Dr. do Depto. de Química, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS)
INTRODUÇÃO:
A utilização do lúdico no ensino de Química já foi proposta anteriormente por diferentes pesquisadores e tem como objetivo despertar o interesse nos alunos pela disciplina. O lúdico é uma forma divertida de aprender, porém pode ser mais eficiente que muitas formas tradicionais de ensino. O presente trabalho pretende levar as escolas de ensino médio da cidade de Dourados-MS uma nova metodologia para o ensino de química. Observa-se uma dificuldade na compreensão dos significados da tabela periódica, assim a metodologia proposta utiliza um jogo de cartas para demonstrar e relacionar as diferentes características dos elementos químicos dentro do ordenamento periódico. Aos professores do ensino médio pretendemos levar a idéia de trabalhar com o lúdico em sala de aula para melhorar o interesse, o desempenho e o relacionamento dos alunos. A química é ainda uma disciplina pouco aceita entre os alunos do ensino médio, prejudicando seu desempenho no ingresso ao ensino superior, como também suas avaliações no ensino superior em disciplinas correlatas e até mesmo a resolução de problemas do cotidiano.
METODOLOGIA:
O primeiro passo para a realização do projeto foi o convite de uma professora de química do ensino médio, essencial à adequação do conteúdo e levantamento das dificuldades encontradas em sala de aula. Com a participação da professora, foram confeccionadas 114 cartas, uma para cada elemento químico, contendo os dados principais (número atômico, número de massa, eletronegatividade, ponto de fusão, etc.) e no verso a distribuição eletrônica arranjada por camadas. O jogo foi aplicado na Escola do SESI-Dourados, em uma turma de ensino médio acelerado. Os 21 alunos presentes não dispunham de qualquer informação sobre o assunto e como ele seria trabalhado, e antes da atividade foi-lhes proposto um questionário sobre a sua visão da química e do conteúdo da tabela periódica. Após, a sala foi dividida em três grupos, e a cada grupo entregue um conjunto com nove cartas contendo bonecos de três cores e tamanhos diferentes, pedindo que organizassem de tal forma que as semelhanças pudessem se notadas facilmente. Antes da próxima etapa houve uma breve colocação sobre a história da tabela periódica até Mendeleev, entretanto nada sobre como ela foi organizada se citou. Fazendo analogia às cartas com bonecos, os alunos foram convidados a construir sua própria tabela, com a ajuda do instrutor. No final da aula outro questionário foi aplicado.
RESULTADOS:
Foram necessários esclarecimentos do instrutor sobre alguns conceitos, contudo foi possível chegar a uma tabela bastante semelhante a atual. A avaliação dos questionários antes dos jogos mostrou que: 76% dos alunos considerava a tabela periódica útil, mas difícil; 85% a considera a melhor representação da química. Foi possível perceber o interesse pela química na maioria dos alunos, apenas 19% a considera “chata”, os demais a consideram razoável ou interessante, e a mesma porcentagem a considera de mínima importância. As questões abertas, que perguntavam a respeito do que lembravam sobre o ensino da tabela periódica, mostraram que, em sua maioria, recordavam muito pouco ou tinham conceitos irrelevantes do assunto. O questionário respondido após a conclusão da dinâmica revelou que: 80% dos alunos acharam a atividade proposta interessante; 85% considera que esta é uma forma de tornar o aprendizado mais rápido. O maior problema encontrado foi à falta de tempo, tanto os alunos, 85%, como o instrutor, ambos consideram que para realização da atividade seria preciso um maior tempo de aplicação dos jogos. Nas discussões posteriores, a questão: falta de conhecimentos prévios, foi levantada como a maior dificuldade para a aplicação deste jogo.
CONCLUSÕES:
A utilização do lúdico foi motivadora tanto para educador como alunos, apresentando melhorias na relação ensino-aprendizagem, observando uma evolução nas resoluções dos questionários. Percebeu-se uma maior dinâmica entre os alunos e novas habilidades foram despertadas, promovendo assim um crescimento no relacionamento aluno-professor, o que proporcionou uma maior confiança para novos questionamentos, inclusive de tópicos anteriormente abordados na disciplina de química. A motivação observada entre os alunos com o lúdico fez com que despertasse no professor o interesse em desenvolver outras atividades utilizando esta metodologia, e difundi-la entre outros colegas educadores.
Palavras-chave:  tabela periódica; lúdico; ensino-aprendizagem.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005