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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 5. Educação de Adultos
ESTUDO SOBRE O MATERIAL INSTRUCIONAL DE MATEMÁTICA PARA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS, DESENVOLVIDO PELA PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
Francisco Carlos Suzano Ramos 1, 2 (becapa@terra.com.br)
(1. Universidade Salgado de Oliveira-UNIVERSO; 2. Sec. Munic. de Educ. do RJ)
INTRODUÇÃO:
Este trabalho de natureza descritivo-analitica investigou a adequação do material instrucional impresso de matemática do Projeto de EJA da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro no que se refere às oportunidades de o aluno interagir com o texto e quanto ao nível de individualização e/ou de massificação do conteúdo do material instrucional.
A pesquisa foi planejada com o objetivo de contribuir para a definição de práticas pedagógicas que possam servir como referência a políticas públicas de EJA e está referida a quatro eixos de investigação, que se complementam: a compreensão do jovem e adulto trabalhador como sujeito de conhecimento e aprendizagem de matemática; o desenvolvimento de metodologias de ensino de matemática para jovens e adultos; a construção de itinerários de formação correspondentes a diferentes ocupações demandadas no mercado de trabalho e a criação de possibilidades de organização dos jovens e adultos em atividades a partir de princípios associativos do ensino de matemática. O estudo é relevante e oportuno no momento em que a EJA está em plena expansão. Sendo o PEJA um projeto com fundamento à aceleração de estudos por parte de um grupo que, em outras vezes, foram a escola e não encontraram uma proposta construída para eles. Os materiais didáticos utilizados para aprendizagem têm papel fundamental, funcionando como fio condutor do processo de aprendizagem e mediando toda a interação do aluno em sua construção de conhecimentos.
METODOLOGIA:
O estudo de natureza descritivo-analítica utilizou, essencialmente, as seguintes técnicas para a produção de dados:
a)técnicas de análise de conteúdos para exame dos textos orais e escritos; b)entrevistas não-estruturadas na coleta de dados para obter a percepção de alunos do PEJA II sobre o material instrucional de matemática utilizado.
A análise de conteúdos recaiu sobre textos construídos para o Ensino Fundamental de jovens e adultos, na disciplina matemática, sendo que o pesquisador também faz parte do grupo de professores que organizaram este material composto de seis volumes com conteúdos do Ensino Fundamental. Realizou-se análise e interpretação dos dados a partir da correlação entre os objetivos e os dados coletados, de modo a verificar as informações pertinentes, relevantes e autênticas. Posteriormente, estas foram organizadas, sendo os dados analisados e interpretados à luz do referencial teórico.
Participaram do estudo alunos do PEJA II na disciplina de matemática do Ensino Fundamental, que freqüentaram as unidades de progressão do PEJA II situadas no CIEP Nelson Mandela (2002/04), CIEP Clementina de Jesus (2002/03) e Escola Municipal Min. Alcides Carneiro (2003/04) em diferentes regiões de Campo Grande, Município do Rio de Janeiro.
RESULTADOS:
Os resultados do estudo apontam que o material instrucional de matemática produzido pelos professores do PEJA, da Sec. Mun. de Educ. do Município do RJ, ministrado através de suas unidades escolares apresenta grande potencial para esta modalidade de ensino, especialmente em ambientes em que os alunos têm possibilidade de gerenciar sua aprendizagem com apoio do professor.
Foi constatada a possibilidade da mediação pedagógica fazer do ensino uma atividade interessante, pois, baseia-se no potencial que ele possui como meio mais completo para transmissão de conteúdos, ou seja, textos interdisciplinares, imagem correlacionando conteúdos, assim, apoiando, melhorando a qualidade da atuação do professor. Diante destas questões, procurou-se organizar uma metodologia que requer posturas do professor de maneira que, através de estratégias adequadas, conscientizem os educandos a assumirem novas atitudes coerentes com os objetivos referentes a conteúdos procedimentais, ou seja, aprender a fazer, referentes a fatos e conceitos, que significa aprender a conhecer; e referentes a atitudes e valores, levando a aprender a ser.
Verificamos que, na percepção dos alunos, o material instrucional de matemática oferece oportunidades para que eles interajam com o conteúdo, assim como exercitar operações de pensamento. Os conteúdos do material estimulam o “pensar bem”, despertando suas potencialidades e os tornando reflexivos, críticos e criativos.
CONCLUSÕES:
A análise de dados contidos na literatura e nos documentos obtidos nas UE indicou que o PEJA é adequado à clientela que vem sendo atendida pelo PAE, no que se refere aos princípios da interação e individualização da aprendizagem, já que o processo de aprendizagem atende às diferenças geográficas, culturais e funciona como uma ponte imprescindível no processo de inclusão social e sociais/culturais. Esses resultados permitem inferir que o PEJA atinge grande contingente da população do Munic. do RJ, contribuindo para a ampliação do conhecimento. Constituindo, portanto, importante instrumento para a democratização do ensino e inclusão social. Considerando que a educação permanece ainda como uma barreira social, que mantém marginalizada parte da população, assim como a desigualdade social em que a maioria da população tem pouca ou nenhuma participação política, possuindo direitos limitados, acreditamos que qualquer esforço empreendido hoje para superar o problema da exclusão deva levar em conta os desafios da mundialização e das transformações no mundo do trabalho, como novas tecnologias educacionais para a ampliação da democracia. Os sistemas educacionais precisam introduzir alternativas de ensino para estimular professores e alunos na busca de mudanças qualitativas, e na construção de novos conhecimentos.
Hoje, o PEJA na EJA torna-se imperativo pelas razões que foram justificadas ao decorrer deste estudo, pois, o ritmo acelerado de mudanças exige uma educação continuada.
Palavras-chave:  educação de jovens e adultos; projeto de educação de jovens e adultos; matemática.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005