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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 3. Análise Nutricional de População
ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS COMO CAUSA DE EXCESSO DE PESO EM PACIENTES PSIQUIÁTRICOS
Carolinne Reinaldo Pontes 1 (carolinne13@hotmail.com), Helena Alves de Carvalho Sampaio 2, Maria Olganê Dantas Sabry 3, Valéria Barreto Novaes e Souza 5, 6, Fábio Gomes de Matos e Souza 5, 6, Juliana Zani de Almeida 4, 7 e Ana Carolina Nogueira Bandeira 6, 7
(1. Graduanda do Curso de Nutrição, Universidade Estadual do Ceará - UECE.; 2. Profa. Dra. do Curso de Nutrição, Universidade Estadual do Ceará- UECE.; 3. Profa. Mestre do Curso de Nutrição, Universidade Estadual do Ceará- UECE; 4. Mestranda em Ciências Fisiólogicas, Universidade Estadual do Ceará- UECE; 5. Prof. Dr. do Curso de Medicina, Universidade Federal do Ceará - UFC; 6. Pesquisador do Ambulat. de Saúde Mental do Hospit. Univers. Walter Cantídio - UFC; 7. Nutricionista, Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Os antipsicóticos atípicos (olanzapina, risperidona, clozapina, quetiapina e ziprasidona) são drogas utilizadas no tratamento de distúrbios psiquiátricos, entre estes a esquizofrenia. Foram desenvolvidos há poucos anos e melhoraram bastante a qualidade de vida desses pacientes, acarretando menos efeitos indesejáveis, principalmente extrapiramidais. No entanto, não são isentos de efeitos colaterais, principalmente associados a ganho de peso. O objetivo do presente estudo, portanto, foi verificar a presença de excesso de peso entre usuários dos medicamentos citados.
METODOLOGIA:
Foram entrevistados 79 pacientes atendidos no Ambulatório de Saúde Mental do Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará. Todos encontravam-se em uso de antipsicóticos atípicos, pois o referido hospital é credenciado junto ao Ministério da Saúde para a distribuição gratuita desta medicação. Os dados levantados foram relativos a sexo, idade, história ponderal, estado nutricional, diagnóstico clínico, medicação utilizada e tempo de utilização; os mesmos foram levantados diretamente junto ao paciente e, quando este não sabia referir, foram obtidos no prontuário. Para verificar o estado nutricional, cada paciente foi inicialmente pesado e medido em balança antropométrica Welmy, com capacidade 150 Kg e intervalo de 100g, cujo antropômetro acoplado possui capacidade de 2m e sensibilidade de 1cm. Após obtenção dos dados de peso e altura, foi calculado o índice de massa corporal (IMC), e o estado nutricional foi categorizado de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS (1998).
RESULTADOS:
Dentre os 79 pacientes avaliados, 45 (55,7%) eram homens e 35 (44,3%) eram mulheres. Constatou-se uma idade média de 33,66 anos, variando de 18 – 66 anos. O grupo referiu um peso habitual médio de 70,76 Kg, com variação de 36Kg a 110Kg; o peso atual médio foi de 76,51 Kg, variando de 40,4Kg a 147,6Kg. Percebe-se, indiretamente, pela história ponderal, que houve acréscimo de peso, o que foi confirmado com a avaliação do estado nutricional, pois apenas 26,25% dos pacientes estavam com índice de massa corporal (IMC) dentro da normalidade, havendo 35,44% com sobrepeso e 35,44% com obesidade. O diagnóstico clínico só constava em 81,01 % dos prontuários, sendo que nestes 64,06% dos pacientes eram considerados esquizofrênicos. Quanto ao tempo de afecção, foi observado que boa parte dos pacientes 26 (32,91%) apresentaram mais de 9 anos de distúrbio psiquiátrico, com tempo médio de 9,65 anos. O antipsicótico atípico mais utilizado foi a olanzapina, em 64,56% dos pacientes e o tempo de uso da medicação foi curto, onde 35 (44,3%) dos pacientes usavam há menos de um ano. Percebe-se assim que em pouco tempo o efeito ponderal acarretado pela medicação já se torna visível.
CONCLUSÕES:
Os pacientes avaliados tiveram ganho de peso, por eles constatado, além de seu diagnóstico nutricional estar em categoria de excesso de peso (sobrepeso e obesidade). O uso destes medicamentos, já a curto prazo, é um dos responsáveis por esta situação. Resta investigar o mecanismo de ação de tal efeito, principalmente se é relacionado com aumento de ingestão alimentar, bem como se é um ganho progressivo ou se é revertido com a continuidade do uso do medicamento. Isto com certeza possibilitará a implementação de ações educativas apropriadas para prevenir excessivo ganho ponderal.
Instituição de fomento: Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico-FUNCAP
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Paciente Psiquiátrico; Excesso de Peso; Antipsicótico Atípico.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005