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C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia | ||
ISOLAMENTO, IDENTIFICAÇÃO, TIPAGEM FENOTÍPICA DE Staphylococcus aureus ISOLADOS DE MANIPULADORES, LEITE E QUEIJO MINAS FRESCAL | ||
Patrícia Pimentel Santos 1 (patyufg@ibest.com.br), Álvaro Bisol Serafini 2 e Maria Cláudia Dantas André 2 | ||
(1. Depto.de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás- UFG; 2. Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública, Universidade Federal de Goiás- UFG) | ||
INTRODUÇÃO:
Logo após deixar o úbere, o leite entra em contato com inúmeros microrganismos contaminantes, ainda durante a ordenha. Os microrganismos no leite além, de provocarem alterações como a degradação de gorduras, proteínas ou de carboidratos, podem torná-lo um veículo de doenças, uma vez que além dos alteradores, podem estar presentes microrganismos patogênicos como bactérias pertencentes ao gênero Staphylococcus. A quantidade de microrganismos no leite cru constitui importante indicador de sua qualidade. Além disso, possui relação direta com a saúde pública e interfere na avaliação dos produtos lácteos pelos consumidores, tornando-se de grande importância econômica para a cadeia agroindustrial do leite. O homem e os animais são os principais reservatórios de S. aureus. A cavidade nasal é o principal habitat dos estafilococos no homem, atingem tanto a epiderme e feridas, como o ar, água, solo, leite, esgoto e qualquer superfície ou objeto que tenho entrado em contato como o homem. Portanto os manipuladores de alimento são importantes fontes de contaminação. |
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METODOLOGIA:
Entre agosto de 2004 a fevereiro de 2005 foram coletadas 22 amostras de leite, 22 de queijo e 42 amostras de mão e 42 de nariz de manipuladores do leite e queijo. As análises foram realizadas no Laboratório de Microbiologia de Alimentos da UFG, seguindo os padrões brasileiros (Resolução n° 12 do Ministério da Saúde) e internacional (American Public Health Association), constando de: tipagem fenotípica de Staphylococcus aureus. Para as amostras de leite foram colhidas 100 mL, para o queijo uma embalagem original e no caso de manipuladores, foram analisadas amostras da nasofaringe e mãos. As análises constaram da contagem de Staphylococcus coagulase positiva para leite e queijo, utilizando-se ágar Baird-Parker adicionado de solução de gema de ovo a 50% e solução aquosa de telurito de potássio a 1% e incubadas a 37°C por 48 horas. Após, 3 a 5 colônias típicas (negras, brilhantes e rodeadas por um halo transparente) e atípicas (acinzentadas ou negras, com ou sem halo) foram inoculadas em caldo BHI e incubadas a 37°C/24 horas. As amostras de origem humana foram semeadas em ágar manitol salgado com incubação a 37°C/48 horas. A identificação baseou-se nas seguintes provas: coloração de Gram, catalase, coagulase e termonuclease, e o teste de susceptibilidade em ágar Mueller-Hinton com os seguintes antimicrobianos de importância clínica: ciprofloxacina, eritromicina, gentamicina, oxacilina, penicilina, tetraciclina e vancomicina. |
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RESULTADOS:
Foram analizadas 128 amostras de leite cru, manipuladores e queijo Minas Frescal para verificar a presença de S. aureus em um laticíno em Goianira/GO. Das 84 amostras de origem humana 27 (32,1%) foram positivas para S. aureus. De 22 amostras de leite cru provenientes de um tanque do laticínio,18 (81,8%) estavam contaminadas produzindo 25 isolados. A população de S. aureus em leite cru variou de <1,0 x 101 a 7,5 x 105UFC/mL, com uma média de 1,6 x 105 UFC/mL. Das 22 amostras de queijo, foi isolado S. aureus de 15 (68,8%), obtendo-se 18 cepas. A população variou de <1,0 x 101 a 3,4 x 105UFC/g, com uma média de 5,1 x104 UFC/g. Doze amostras (54,5%) estam acima do limite estabelecido pela legislação vigente no Brasil - 103 UFC/g. As cepas foram submetidas a teste de susceptibilidade antibiótica e das 60 amostras, com 70 isolados, sendo 47 (67,1%) resistentes para penicilina, 15 (21,4%) para tetraciclina, cinco (7,1%) para eritromicina, três (4,3%) para oxacilina e um (1,4%) para vancomicina. Doze isolados (17,1%) foram sensíveis a todos os antibióticos e 14 (20%) isolados foram resistentes a mais de um antibiótico. Todos os isolados foram sensíveis a ciprofloxacina e gentamicina. |
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CONCLUSÕES:
Devido à esta alta porcentagem de amostras positivas em queijo e bem como de S. aureus em leite cru, pode-se supor que o tratamento térmico do leite esteja sendo ineficiente, ou que esteja ocorrendo contaminação após este tratamento, devido à manipulação, contato com superfícies não sanitizadas ou esteja sendo utilizado o leite cru, não pasteurizado, na fabricação do queijo. Este fato está em desacordo com as recomendações do Ministério da Saúde e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portanto, maior atenção deve ser tomada pelas autoridades sanitárias, pois tais produtos colocam em risco a saúde do consumidor, além de comprometerem a qualidade e prazo de validade dos produtos. |
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Instituição de fomento: Cnpq e Funape | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Staphylococcus aureus; queijo Minas Frescal; susceptilidade antimicrobiana. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |