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H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 1. Lingüística Aplicada | ||
LEITURA E CIDADANIA: DESAFIOS DA CIÊNCIA POLÍTICA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA | ||
RAFAEL LAMERA CABRAL 1 (rafaelcab@pop.com.br) e SILVANE APARECIDA DE FREITAS MARTINS 2 | ||
(1. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS; 2. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS) | ||
INTRODUÇÃO:
Uma das marcas da modernidade é a constante ampliação do espaço concedido às variadas manifestações da cidadania no âmbito da sociedade e do Estado. Para tanto as nações modernas têm procurado estabelecer novas regulamentações que permitam a participação dos cidadãos nas mais variadas esferas da vida social. E, nesse sentido, a sociedade brasileira vem-se inserindo nesse grande movimento que busca, fundamentalmente, aperfeiçoar e aprofundar os conceitos e as práticas de democracia entre nossos cidadãos. Sabe-se que a leitura é uma exigência da sociedade moderna e de fundamental importância para a efetivação dos direitos fundamentais da pessoa humana. Mas como conciliar desenvolvimento e participação-social sem que haja investimento em leitura? Partindo da premissa da prática contínua de leitura, que se constitui como um dos principais meios para que o cidadão possa exercer seus direitos e deveres para com a sociedade nas quais vivem, é que esta pesquisa busca investigar se os alunos da 8ª série do ensino fundamental de duas instituições de ensino, uma pública e outra particular, estão recebendo subsídios sólidos para formação crítica e reflexiva, tornando-se capazes de participar de uma sociedade mais justa e democrática. |
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METODOLOGIA:
Para que se verifique tal participação, necessário se faz, cotejarmos em comunidade escolar de Paranaíba (MS), se nossas escolas têm proporcionado, de forma reflexiva, a transformação de seus leitores em verdadeiros formadores de opinião, críticos, conscientes da importância de seu papel na sociedade, com discernimento suficiente para abolir o conformismo tão presente em nossa realidade. Para a realização da pesquisa, recorremos a anotações de campo, bem como a entrevistas e acompanhamento de aulas dessas duas turmas. Fóruns com discussões sobre textos que os remeteram a problemas sociais também foram utilizadas, objetivando verificar como o professor realiza a mediação destes textos com os alunos. |
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RESULTADOS:
Pôde-se coletar informações sobre o conhecimento desses jovens sobre a importância da leitura na formação do cidadão, como requisito básico ao exercício da cidadania. No entanto, pensar em educação para os direitos humanos, direitos esses garantidores do exercício da cidadania, em pleno século XXI, onde a violação da dignidade da pessoa humana é flagrante, significa refletir sobre aspectos éticos, socioeconômicos, culturais, normativos e de relação com o poder que se apresentam no nosso cotidiano, o que nos convida a refletir sobre o nosso papel de cidadãos dotados de discernimento de direitos e donos de uma identidade que, por vezes, não nos é conhecida. Como estar apto para a participação social sem situar-se em nossa sociedade moderna? Como poder participar sem saber contribuir? Vemos que a linguagem é condição importante do conhecimento. A sociedade de hoje exige um leitor diferente e a escola, por ora, não está conseguindo fazer o seu papel. Há a necessidade de formar um cidadão diferente, consciente de seus direitos e deveres. E é por meio desta sociedade, que produz os frutos necessários para o exercício da cidadania, é que devemos requerer igualdade, não apenas a igualdade jurídica, mas sim a igualdade de oportunidades, sendo possível sua concretização. |
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CONCLUSÕES:
Temos a linguagem e a escrita como instrumentos importantes para o desenvolvimento da cidadania e a escola tem o papel essencial nesse desenvolvimento. As divergências são gritantes. E é preciso garantir aos alunos o acesso aos saberes lingüísticos necessários para o exercício da cidadania. Uma das questões fundamentais sobre o exercício da cidadania é promover o acesso aos bens culturais já produzidos pelo homem. No Brasil possuímos uma riqueza enorme de gêneros e estilos e de produções textuais. O papel e função primordial da escola é trazer todas as essas riquezas para dentro da situação da sala de aula e considerar e deixar que as crianças nascem leitoras, feitos leitores e são formados leitores. O trabalho com leitura é alienado da realidade do aluno não os levando a refletir e questionar apresentando-se como uma atividade extremamente passiva. Portanto, conclui-se que cabe a escola fazer com que cada aluno se torne capaz de ler e escrever tipos diferentes de textos que circulam socialmente, de assumir a palavra e coloca-la em prática. Somos homens, pessoas humanas, seres sociais e históricos, cidadãos individuais e coletivos e, devemos, sem sombra de dúvidas, ser atores de políticas públicas, capazes de formar cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, atuantes na concretização dessa nova sociedade. |
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Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Leitura; Cidadania; Direitos Humanos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |