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H. Artes, Letras e Lingüística - 4. Lingüística - 4. Sociolingüística
Atlas Lingüístico do Brasil – ALiB - Ce: seus aspectos teórico-metodológicos seguidos pelos pesquisadores-documentarores para a execução da pesquisa de campo.
Glauber Lima Moreira 1 (moreiraglauber@bol.com.br), Jamyle dos Santos Monteiro 1, Antonio Luciano Pontes 1, Dagmar Cardoso Leite 1, Rufina Maria Fonteles Castro 1, Maria Cibele de Menezes Dias 1, Renan Gomes Rebouças 1 e Elaine 1
(1. Universidade Estadual do Ceará - UECE)
INTRODUÇÃO:
Sabemos que a primeira manifestação em favor da elaboração de um Atlas Lingüístico do Brasil remonta a 1952, onde a principal finalidade da Comissão de Filologia da Casa de Rui Barbosa viria a ser a elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil.
Neste mesmo ano, alguns filólogos desenvolveram o desejo de elaborar um Atlas Lingüístico do Brasil, que viria a ser o primeiro projeto nacional.
É necessário ressaltar que as reais condições do Brasil eram bem diversas. Mas, depois de nascida a idéia, esta ganha corpo nas proposições de Antenor Nascentes, Serafim da Silva Neto e Celso Cunha. Em sua obra Bases para a elaboração do Atlas Lingüístico do Brasil, Antenor Nascentes fornece as diretrizes gerais em relação à metodologia do projeto, que virá a ser desenvolvida, pontos como a escolha das localidades, de informantes e da elaboração do questionário lingüístico. Juntamente aos dois filólogos mencionados anteriormente.
A realidade atual do nosso país é bem diferente: a migração para os grandes centros urbanos, os veículos de comunicação e os meios de transporte em geral vêm tendo um crescimento considerável nos últimos 50 anos.
Tudo isso constitui a urgente necessidade da elaboração de um atlas lingüístico de extensão nacional antes que se percam traços e usos, formas e estruturas ainda não formalmente identificadas. Tais identificações estariam catalogadas em cartas lingüísticas, ficando este material à disposição de profissionais em geral.
METODOLOGIA:
Para a execução do projeto, observamos vários aspectos teórico-metodológicos. Primeiramente faz-se necessário a articulação com autoridades públicas. Nesta ocasião levantamos o perfil dos informantes. Após esse procedimento, será feita a aplicação do questionário. Vale aqui ressaltar que estão previstos três tipos de questionário. Acrescentam-se questões referentes à pragmática, assim como sugestões de temas para o registro de discursos semidirigidos e, ao final, um texto para leitura. A maioria das questões tem como objetivo apurar a variação diatópica no português – variante do Brasil.Quanto à seleção dos informantes foram observados três critérios: a diageracional, a diassexual e a estrática. Os mesmos devem, obrigatoriamente, ser naturais da região lingüística estudada como também os seus pais, preferencialmente, devem pertencer à mesma região lingüística onde se está aplicando a pesquisa.Quanto à pesquisa de campo os materiais serão recolhidos sob duas formas: a gravação de dados em mini discs, e o registro de informações sobre as localidades e os informantes. Após a gravação, os pesquisadores farão, primeiramente as transcrições grafemáticas e, em seguida, as transcrições fonéticas. Por último, a pesquisa será publicada em vários volumes, ficando o importante documento disponível para futuras aplicações lingüística e seu corpus poderá ser utilizado por outros interessados em estudos de língua falada.
RESULTADOS:
A pesquisa de campo referente à capital já se encontra concluída. Aqui apresentaremos a parte referente às transcrições grafemáticas dos dados levantados em Fortaleza.Considerou-se para a realização do trabalho as normas discutidas e aprovadas pelo Comitê Nacional.Os dados coletados pela equipe constitui 24 horas de fala gravada correspondente a 8 informantes, sendo 4 mulheres e 4 homens, conforme a metodologia adotada pelo projeto.
CONCLUSÕES:
A transcrição grafemática resultou em 300 horas de textos digitados correspondentes às entrevistas, compreendendo a fala do inquiridor e do informante. A transcrição grafemática servirá de base para a transcrição fonética que será realizada por um membro da equipe, especialista em Fonética. Identificamos os diversos fenômenos lingüísticos: fonéticos, morfossintáticos, lexicais, semânticos e prosódicos. Também traçamos as isoglossas, explicitando as diferenças regionais.
Instituição de fomento: cnpq e funcap
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  dialetologia; geolingüística; atlas.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005