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G. Ciências Humanas - 9. Sociologia - 4. Sociologia do Trabalho
EDUCAÇÃO E TRABALHO: NOVOS DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO NO CAMPO DA ODONTOLOGIA
Maria Helena Santana Cruz 1 (helenacruz@uol.com.br), Karina Santana Cruz 2, Luciana Santos Bittencourt 1, Adalúcia Conceição Correia 2 e Narjara Oliveira Bezerra 2
(1. Departamento de Serviço Social, Universidade Federal de Sergipe - UFS; 2. Departamento de Odontologia, Universidade Federal de Sergipe - UFS)
INTRODUÇÃO:
Diante das transformações societárias geradas pela globalização que perpassam por áreas como educação, qualificação e trabalho, acirra-se o debate em torno dessas dimensões em todos os campos do saber, visto que o modelo educacional também sofre adaptações para servir ao mercado de trabalho. Nota-se crescimento significativo no setor de serviços. A saúde, fazendo parte desse setor, insere-se nesse processo de transformação. O estudo se debruça sobre a formação, a construção de trajetórias profissionais de trabalhadores no campo da Odontologia.
METODOLOGIA:
A perspectiva histórica orienta a análise do objeto, a relação entre formação, ensino superior, processo produtivo e tendências emergentes na contemporaneidade, implicações decorrentes para o processo de produção, socialização do conhecimento para a formação, visando entender as relações do conhecimento com o universo social, as relações sociais como um processo de construção de identidade por meio das experiências singulares dos participantes da pesquisa. A abordagem exploratória apresentou coerência para obter detalhadas e numerosas informações de conteúdos quantitativos/qualitativos sobre o objeto do estudo. A população da pesquisa é constituída por professores do curso de Odontologia, profissionais egressos do período de 1994-2004 e dirigentes das associações de classe (CRO). A amostra não-probabilística intencional integra respondentes desses segmentos profissionais no recorte de tempo determinado. Utilizaram-se diversas fontes de observação: bibliográficas (literatura sobre o tema) e documentais (estatísticas, documentos do DAA; cadastrais fornecidos (CRO/SE); documentos Colegiado e DOD da UFS) priorizando-se entrevistas semi-estruturada contendo temas relevantes sobre o objeto. A interpretação tem apoio no referencial teórico orientador nas categorias básicas da pesquisa.
RESULTADOS:
Em Sergipe existem 1.982 dentistas, total insuficiente para atender a demanda do mercado de trabalho. Entre 1993 a 2004, formaram-se 627 novos profissionais no curso de Odontologia da UFS. Os egressos totalizam 443 dentistas, 134 (30,25%) homens e 309 (69,75%) mulheres, maioria em todas as décadas, campo profissional atraente para elas. A faixa etária de 31 a 40 anos é predominante, seguindo-se as de 20 a 30 anos e a de 41 a 50 anos, compondo um segmento jovem no mercado. Os estudantes de odontologia estudaram em escolas particulares (95,5%, enquanto apenas 4,5% estudou em escolas públicas, enquanto os pais, apresentam escolaridade superior, superando, nesse nível, as mães. A escolha da especialidade baseia-se em atributos de gênero. As mulheres preferem predominam nas especialidades que requerem habilidades femininas: destreza, atenção apurada, minúcia e paciência na realização dos procedimentos: Dentística Restauradora, Endodontia, Periodontia e Odontopediatria. Enquanto “Cirurgia e a Traumatologia Buco-Maxilo-Facial”, são preferidas por homens porque requerem: iniciativa, atitudes rápidas, além de força física. Não foram encontradas mulheres nessa especialidade em Sergipe. Os maiores centros urbanos absorvem uma maior quantidade de cirurgiões-dentistas, isso porque a necessidade da população e a conscientização dos governantes sofrem grande influência do desenvolvimento econômico-cultural do município. A capital sergipana oferece maior chance de inserção de dentistas, o equivalente a 91,78% no mercado de trabalho.
CONCLUSÕES:
O mundo globalizado exige do trabalhador, atualização permanente e novos conhecimentos para enfrentar o mercado competitivo. Ganha relevo a discussão da qualificação profissional intimamente relacionada com a educação superior, com a formação de recursos altamente qualificados, em especial, no âmbito das universidades públicas. Por outro lado, a escassa presença de dentistas em vários municípios sergipanos sinaliza a possibilidade de acesso a esse mercado de trabalho, sendo necessário que as políticas de saúde ampliem as possibilidades de trabalho para esse profissional.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq/UFS
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Trabalho; Educação; Odontologia.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005