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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação | ||
A EDUCAÇÃO MORAL DA MULHER QUE EDUCA NOS ARQUIVOS DA LIGA BRASILEIRA DE HIGIENE MENTAL | ||
Adriano Rodrigues Mansanera 1, 2 (mansanera@ibest.com.br) e Cristiane de Quadros Mansanera 2 | ||
(1. CEULP/ULBRA-Universidade Federal do Tocantis - UFT-TO; 2. CEULP/ULBRA-TO) | ||
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa teve por objetivo investigar a compreensão do propósito educativo dos higienistas pertencentes à Liga Brasileira de Hygiene Mental buscando entender, nos seus escritos, um dado traçado da mulher – a mulher higienizada – proposto por meio dos Archivos Brasileiros de Hygiene Mental que a expõe como educadora, por excelência de um homem desejado para o país no processo de luta pela modernização no início do século XX no Brasil. |
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METODOLOGIA:
A Liga Brasileira de Hygiene Mental, organizada no período de ordenação da medicina psiquiátrica no Brasil foi fundada no Rio de Janeiro, em 1923. Compunham essa Instituição não só psiquiatras conhecidos nacionalmente, mas também advogados, jornalistas, educadores, políticos e médicos, enfim, uma elite intelectual que tinha como preocupação inicial a chamada luta pela preservação das doenças mentais, os Archivos Brasileiros de Hygiene Mental começaram a ser publicados em 1925, estando por três anos fora de circulação. Retornaram em 1929 e se mantiveram contínuos até 1935, sendo novamente suspensos entre 1936 a 1937, voltando a circular nos anos entre 1938 a 1947. A pesquisa se limitou ao primeiro período dessas publicações e se estende entre 1925 a 1930. Além de se preocupar com os egressos dos manicômios e com a seleção dos doentes mentais passíveis de internação, o programa revela toda uma preocupação com a formação do indivíduo no quadro da sociedade almejada |
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RESULTADOS:
No terreno da história há que se lembrar que a luta pela modernidade que marcou a vida no país nas primeiras décadas do século XX não é algo desvinculado de um movimento mais global. Ordenado anteriormente sob a forma de Colônia e Império o país expressa, desde sua origem, um capitalismo que, na sua forma singular, revela divergências significativas com o capitalismo europeu. Ao mesmo tempo, como ordem produtiva regida pelo capital, ou seja, ao assumir o alinhamento do trabalho sob a base burguesa de produção social, o Brasil traduz – na forma de trabalho escravo e trabalho livre – um capitalismo mais desenvolvido, portanto de um capitalismo que, na sua essência, aponta para uma semelhança com a vida na Europa que não pode ser menosprezada. Sem perder de vista este entendimento analisou-se os propósitos sociais da medicina preventiva no seu compromisso direto com a educação e formação da mulher que educa no seio da família e na escola. Nos documentos analisados ela é apontada como cooperadora, por excelência da educação higienizadora e se percebe que os defensores do processo de higienização pretendiam buscá-la nas diferentes camadas sociais do país. |
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CONCLUSÕES:
Na sua organização, o estudo proposto foi dividido em duas partes. Na primeira, aborda-se a questão dos higienistas e da Liga Brasileira de Hygiene Mental, buscando reconhecer os mesmos no processo histórico de desenvolvimento da sociedade vigente. Foram, nesta parte, desenvolvidos dois capítulos: o primeiro sendo a Recuperação Histórica de uma discussão presente na Liga e o segundo uma Pesquisa Histórica de uma discussão sobre a mulher. Na segunda parte, a preocupação está voltada para a compreensão do pensamento que privilegia a mulher higienizada como educadora no processo de higienização da sociedade brasileira. Está divida em três capítulos: A Higienização da Mulher que Educa; A Mãe Higiênica e A Professora Higiênica. Em síntese pode-se dizer que os higienistas, defensores do processo de industrialização e do regime republicano no Brasil, entenderam que através da eugenia e da formação moral (higienismo) poderiam criar no país um homem “civilizado” e “feliz”, enfim, aquele homem já solicitado pela filosofia clássica burguesa e representado como um homem trabalhador, contido, socialmente disciplinado, nos moldes do “gentheman” inglês, o burguês da classe média.. |
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Palavras-chave: Liga Brasileira de Higiene Mental; Arquivos Brasileiros de Higiene Mental; Educação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |