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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 8. Botânica
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DA MATA DA USINA CACHOEIRA, MUNICÍPIO DE MACEIÓ (AL).
Ana Cláudia Martins da Silva 1, 2, 3 (cacaumsbio@yahoo.com.br), Adriana dos Santos Costa 1, 2, 3, Rosângela Pereira de Lyra-Lemos 3 e Flávia de Barros Prado Moura 1, 2
(1. Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Alagoas - UFAL; 2. Museu de História Natural - MHN/UFAL; 3. Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas - IMA)
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa, intitulada Composição Florística da Mata da Usina Cachoeira faz parte de um projeto maior denominado Biodiversidade e Estrutura de Fragmentos Florestais na Região Metropolitana de Maceió, que vem sendo realizado pelo Setor de Ecologia e Zoologia do Museu de História Natural da UFAL em conjunto com o Setor de Botânica do Instituto do Meio Ambiente (IMA). O projeto tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre a diversidade biológica da Mata Atlântica Alagoana, respondendo questões relativas aos impactos provocados pela fragmentação e pressões urbanas (eg. corte de madeira, acúmulo de resíduos) sobre a diversidade de espécies vegetais. A etapa da pesquisa, prevista para o Ano 2004 está sendo realizada na Mata da Usina Cachoeira, no Município de Maceió.
METODOLOGIA:
A área de estudo esta situada ao Norte do Município de Maceió, em sua porção mais extrema, distando 20 km da área urbanizada da Capital. Constitui-se de um conjunto de elevações sob base de rochas cristalinas, onde há predominância de solo Podzólico Vermelho Amarelo, com afloramentos rochosos. A área, de propriedade da Usina Cachoeira do Meirim, constitui-se de remanescentes representativo de mata atlântica que em conjunto totalizam uma área de aproximadamente 1200 hectares distribuídos em manchas agrupadas (Serra da Saudinha e RPPN) e em estreitas faixas de vegetação que ocupam encostas íngremes. Alguns trechos desta mata abrigam exemplares de grande porte (arvores com altura superior a 15 metros), há ainda muitos trechos com fisionomia fechada, o que indica tratar-se de floresta primária ou secundária em um estágio avançado de sucessão. Foram realizadas 8 excursões botânicas a área de estudo entre os meses de Junho de 2004 a Janeiro de 2005. As plantas foram coletadas com o auxílio de tesoura de poda e tesoura de poda alta, processadas segundo as técnicas usuais. A identificação do material botânico foi feita com o uso de chaves analíticas e consulta a material de herbário. Após a identificação, as plantas foram tombadas na coleção científica do herbário MAC, do Instituto do Meio Ambiente/IMA.
RESULTADOS:
Foram catalogadas 99 espécies de plantas, pertencentes a 46 famílias botânicas. Destas 76 tiveram sua determinação completa (nível de espécies) e 23 foram parcialmente determinadas (nível de gênero). As famílias Asteraceae, Leg.-Papilionoideae, Malpighiaceae, Melastomataceae, Rubiaceae, Rutaceae, Solanaceae e Verbenaceae apresentaram maior riqueza de espécies. As demais famílias apresentaram de uma a três espécies cada. Todas as plantas que tiveram sua determinação completa constituem-se de espécies já coletadas para outras áreas do Estado de Alagoas e do Nordeste. Para 76 espécies disponíveis na coleção do herbário MAC, foi realizado um quadro de informações sobre floração e frutificação compilando-se os dados.
CONCLUSÕES:
A área estudada apresenta uma elevada riqueza florística, com famílias e espécies representativas de Mata Atlântica. A ausência de algumas famílias como Annonaceae, Myrsinaceae, Violaceae, Vochysiacea, Chrysobalanaceae e a baixa representatividade de famílias como Myrtaceae e Moraceae são características que fogem a um padrão comumente encontrado nas florestas ombrófilas. A presença de um grande número de espécies da família Melastomataceae pode ser um indicativo de que a área apresenta-se em fase de sucessão, uma vez que a família apresenta muitas espécies pioneiras.
Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas - FAPEAL
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Mata Atlântica; levantamento florístico; diversidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005