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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências | ||
POPULARIZAÇÃO DA CIÊNCIA E ENSINO NÃO-FORMAL NUMA COMUNIDADE DO VALE DO RIBEIRA | ||
Beatriz Essenfelder Borges 1 (bia@ufpr.br), Danillo Gardenal Augusto 1, Euclides Fontoura da Silva Junior 1, 2, Fábio Gaio Chimentão 1, Fernanda Castelhano de Souza 1, Gabriela de Menezes Cortellete 1, Kamyla Mesquita Zankoski 1, Luciana Badeluk Cettina 1, Marcus Vinicius Urbinatti Canhete 1 e Rodrigo Schuh 3 | ||
(1. Museu de Ciências Naturais, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná-UFPR; 2. Depto. de Genética, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná-UFPR; 3. Depto. de Anatomia, Setor de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná-UFPR) | ||
INTRODUÇÃO:
O conhecimento científico em nosso país tem ficado, na maioria, restrito à Academia: universidades, grupos de pesquisa, sociedades científicas... A ciência tem transitado pouco entre a população em geral e, mesmo o ensino da ciência tem sido realizado de forma antagônica aos princípios do método científico, sem privilegiar o questionamento, a experimentação e outros componentes intrínsecos à pesquisa científica. Por isso, ações de popularização científica e ensino não-formal precisam ser estimulados e ampliados para a sociedade. Este trabalho está inserido dentro do Programa Ciência Vai à Escola e tem como objetivo principal popularizar a ciência e levar a toda a comunidade ensino científico não-formal. A proposta consiste em partilhar informações em meio a uma interação onde ensino e aprendizagem são construídos continuamente. Para tentar minimizar a falta de conhecimentos científicos simples, orientamos o trabalho para uma população carente de oportunidades em adquirir conhecimentos sobre o seu corpo e condições primordiais para uma vida saudável. Com este objetivo levantamos temáticas de extrema importância para a comunidade. Desta análise ficou clara a necessidade básica de conhecimentos sobre o funcionamento(fisiologia) e partes(anatomia) do seu próprio corpo, bem como de algumas endoparasitoses comuns. Assim, trabalhamos a educação e a popularização da ciência com as ações “O Homem do Avesso: anatomia e fisiologia humana” e “Endoparasitoses: perigos e cuidados”. |
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METODOLOGIA:
Inicialmente procedemos a seleção e caracterização da amostra. Foi selecionado o Município de Tunas do Paraná que dista de Curitiba oitenta e sete quilômetros e tem uma população aproximada de quatro mil habitantes.As atividades foram estruturadas no ginásio de esportes da cidade. Na atividade “O Homem do Avesso: anatomia e fisiologia humana” encontravam-se diferentes seções, nas quais se incluem: o jogo da memória que relaciona órgão e sua função, modelos didáticos, torso com órgãos montáveis, contendo os sistemas respiratório, digestório, excretor, reprodutor;crânio e indicações com os principais músculos do corpo humano. A outra atividade “Endoparasitoses: perigos e cuidados” tinha o objetivo de trabalhar com as principais endoparasitoses. Foram apresentados através de material ilustrado o ciclo de vida dos parasitas e informações a respeito de como se adquirem, quais são os sintomas, como se faz o diagnóstico, como se trata e previne as doenças causadas por esses animais. Além disso, foram levados microscópios com lâminas permanentes contendo ovos e vermes e também material fixado em formol para visualização. Assim utilizamos a metodologia científica, realizando explicações com o levantamento de questões induzindo a interatividade e o pensamento científico. |
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RESULTADOS:
Foi realizada uma análise qualitativa em relação ao desenvolvimento do trabalho através de depoimentos e manifestações individuais. Observou-se durante a aplicação uma interação significativa entre a comunidade e os conhecimentos científicos trabalhados. O procedimento utilizado para obtenção dos resultados foi de uma atuação mais direta com os alunos, professores e população em geral. Nessa relação trabalhou-se a forma interativa como estrutura conceitual para a popularização da ciência. O participante/visitante podia manipular, questionar, observar e trocar idéias com grupo de colegas e/ou pessoas da comunidade de Tunas e do Vale do Ribeira. Com isto também foi estimulado o “gosto” pela ciência, dentro da avaliação realizada pelos membros do trabalho. Dessa forma a comunidade alvo adquiriu conhecimentos básicos sobre seu próprio corpo, com maior noção sobre o que é, como é, e para que servem os órgãos e os sistemas associados ao corpo humano. Também passou a ter uma maior compreensão sobre as principais parasitoses que costumam interferir na saúde das pessoas, obtendo conhecimentos sobre como proceder em casos da infestação por parasitas. O projeto Ciência no Vale como um todo atingiu cerca de mil pessoas entre professores, alunos do ensino fundamental e médio e a comunidade em geral. |
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CONCLUSÕES:
Após a aplicação da atividade percebe-se que a ciência, assim como os conhecimentos que procuramos passar, estão mais próximos da comunidade alvo através do ensino não-formal e da popularização da ciência, que fazem com que o processo de aprendizagem se torne mais interativo e participativo. O público em geral tem sua atenção despertada para o assunto abordado, e procura compreender aquilo que lhe foi transmitido através do trabalho. Diante dos resultados pôde-se avaliar qualitativamente os efeitos de um projeto calcado nos princípios da educação em ciências. Isso devido ao fato de se ter trabalhado com toda a comunidade fazendo com que o público alvo seja o principal beneficiado. |
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Instituição de fomento: Museu de Ciências Naturais-MCN, Setor de Ciências Biológicas da UFPR; Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR; SESU/MEC | ||
Palavras-chave: anatomia e fisiologia; endoparasitoses; popularização da ciência. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |