|
||
H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 1. Língua Portuguesa | ||
O ATO DA LEITURA E DA ESCRITA COMO PRÁTICA DE ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA ATRAVÉS DE TEXTOS | ||
Romina Lotif Araújo 1 (rominabraga@bol.com.br), Brigida Figueiredo Costa de Queiroz 1, 3, Iris Martins de Souza 1, 2, Maria Vieira Monte Filha 1, 2 e Rossana Silva da Costa 1, 3 | ||
(1. Pós-graduando do Centro de Educação da Universidade Estadual do Ceará - UECE; 2. Professora do Ensino Médio; 3. Graduanda do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
Pesquisamos acerca da influência do incentivo da leitura e da escrita no processo de aprendizagem por identificar dificuldades na utilização da Língua Portuguesa como o receio de ler e interpretar texto, pavor de redação, a visão de leitura como algo enfadonho e sem aproveitamento. Com base nesta observação, esta pesquisa propõe desenvolver no aluno o uso adequado da Língua Portuguesa através do incentivo à leitura e à escrita prazerosas tirando, assim, a visão de que o português é um obstáculo, e não um instrumento de facilitação do desenvolvimento da convivência humana. Tivemos por prioridade agir nas dificuldades dos alunos que, em geral, remetem a uma visão de um Português cheio de regras e exceções, opressor, distante da realidade e que exclui os conhecimentos individuais como escolha vocabular e as preferências por certos tipos de leitura e estilo de escrita. A importância desta pesquisa se concentra na proposta de criar mecanismos a serem utilizados pelos educadores que propiciem uma metodologia de ensino diferenciada com o intuito de desmistificar o conceito de Língua Portuguesa na prática da leitura e da escrita |
||
METODOLOGIA:
O estudo foi baseado em um minicurso ministrado na Universidade Estadual Vale do Acaraú no período de 06 a 11 de julho de 2004, com 34 alunos, dos quais 15 moças e 18 rapazes na faixa etária de 15 a 17 anos, da 8ª série da Escola de Ensino Fundamental e Médio Antônio Mendes Carneiro, situada na Avenida José Euclides Ferreira Junior s/n. Nas aulas, cuja duração era de 2h/a, foram trabalhados diversos gêneros textuais. Os mecanismos utilizados para favorecer o ensino da língua materna foram: dinâmicas, músicas, textos diversos que possuíam uma relação com a realidade dos discentes a fim de que ocorresse uma interação entre leitor/texto/contexto. Inicialmente fizemos um breve diagnóstico através da estratégia de leitura, “cloze”, constatamos que apresentavam baixo desempenho escolar e, conseqüentemente, concentramos nossas atividades nos aspectos deficientes. Percebemos que os alunos tinham dificuldade em utilizar corretamente o dicionário. Partindo desta constatação, realizamos atividades com a finalidade de amenizar este problema que normalmente não é comum em uma turma de oitava série. Com relação à ortografia, verificamos durante a pesquisa, que os alunos costumavam produzir os textos próximos da oralidade e inadequados aos gêneros propostos. |
||
RESULTADOS:
Após a aplicação dos mecanismos propostos na referida pesquisa, observamos que os alunos apresentaram bons resultados. Algumas mudanças foram percebidas como: melhorias relevantes na ortografia; progressos na leitura, pois os discentes evoluíram, fazendo além da leitura literal, a leitura interpretativa; e conseguiram distinguir e identificar as características dos diferentes tipos e gêneros textuais. Perceberam que o ato da leitura e da escrita não eram atividades enfadonhas e sem importância. Em conseqüência do pouco tempo de contato com a turma, notamos que essas mudanças foram, apesar de poucas, significativas, suficientes para mostrar aos alunos que a Língua Portuguesa é parte essencial na comunicação, visualizando uma conexão entre eles e o ensino da língua materna. |
||
CONCLUSÕES:
Com a execução do estudo mencionado, foi possível concluir que nós, educadores e educandos, para melhorarmos nossa prática de leitura e escrita, devemos ter em mente que, a importância do ato de ler e escrever não deve estar associada apenas à simples decodificação de signos lingüísticos, mas em uma efetiva interpretação e apreensão do texto. Devemos ler sempre e seriamente textos que favoreçam a mudança de nossa prática, procurando nos adentrar nos textos, criando aos poucos uma disciplina intelectual que nos levará, enquanto professores e estudantes, não somente a fazermos uma leitura do mundo, mas escrevê-lo e reescrevê-lo, ou seja, transformá-lo através de nossa prática consciente. Sabemos que, se mudarmos nossa atitude sobre o ato de ler e escrever, teremos condições de formar grupos populares conscientes, capazes de formular seus próprios textos desde o início da alfabetização. O que queremos, através de leitores e escritores proficientes e críticos, é a efetiva participação da escola e do povo enquanto sujeitos na construção do país, pois quanto mais consciente for o povo na construção da sua história, tanto mais o povo perceberá, com lucidez as dificuldades que tem de enfrentar, no domínio econômico, social e cultural, no processo permanente de sua emancipação. |
||
Palavras-chave: Leitura; Escrita; Motivação. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |