|
||
| D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 1. Bioquímica da Nutrição | ||
| ANÁLISE DE RETINOL E LIPÍDEOS TOTAIS NO LEITE HUMANO EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA LACTAÇÃO. | ||
| Lidiane de Lima Fernandes 1 (lidianefernandes@digizap.com.br), Erika Natália de Albuquerque 2, Raquel Maria da Silva Lourenço 3 e Roberto Dimenstein 4 | ||
| (1. Graduanda de Nutrição e iniciante científica do Depto de Bioquímica - UFRN; 2. Graduanda de Nutrição e iniciante científica do Depto de Bioquímica - UFRN; 3. Pós-Graduanda do Depto de Bioquímica - UFRN; 4. Prof. Dr. do Depto de Bioquímica - UFRN) | ||
| INTRODUÇÃO:
O aleitamento materno é a melhor maneira de garantir o crescimento e desenvolvimento saudável dos lactentes por apresentar a composição ideal de nutrientes para recém nascidos. A formação do leite humano consiste de três etapas: colostro (1º ao 6º dia pós parto); leite de transição (7º ao 21º dia) e leite maduro, que é produzido como a continuação do leite de transição. Vários autores, como MACIAS & SCHWEIGERT (2001) e EMMENTT & ROGERS (1997), indicam em seus trabalhos que durante as fases da lactação, ocorrem mudanças na composição do leite, com um aumento no total de lipídios e um declínio na concentração de retinol. A vitamina A é fundamental para a visão, crescimento, diferenciação celular e integridade do sistema imunológico, enquanto que os lipídios fornecem a maior parte da energia dietética e constituem os principais estoques de energia em recém nascidos e lactentes; durante a infância atuam como principal determinante do crescimento e desenvolvimento visual e neurológico. O objetivo deste trabalho foi avaliar os níveis de retinol e lipídios presentes no leite materno em diferentes estágios de lactação de mulheres natalenses e comparar os resultados com aqueles encontrados na literatura. |
||
| METODOLOGIA:
As amostras foram coletadas de mães atendidas na Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC), na cidade de Natal/RN, obedecendo aos seguintes critérios: gestação de um concepto único, ausência de doenças crônicas, maiores de 18 anos e residentes em Natal/RN. Após assinarem o termo de consentimento, foi realizada a coleta do leite colostro na MEJC e das demais amostras (transição e maduro) através de visitas domiciliares. Todas as amostras foram coletas por expressão manual de uma das mamas, após uma hora da última mamada, até ser atingido um pool de 2 ml de leite, o qual foi armazenado em tubo de polipropileno, envolto com papel alumínio. Estas foram levadas sob refrigeração ao laboratório de Bioquímica da Nutrição da UFRN, onde foi conservada a -20ºC para posterior análise bioquímica do retinol e da gordura. Foram coletadas amostras de 26 lactantes e, portanto realizado 78 análises de gordura e retinol. A extração de retinol foi realizada pelo método de GIULIANO et al (1994) utilizando e o teor de gordura foi analisado de acordo com o método de LUCAS, et al (1978). O retinol foi determinado por HPLC em cromatógrafo LC-10 AD Shimadzu, acoplado a um detector SPD-10 A Shimadzu UV-VIS e integrador Chromatopac C-R6A Shimadzu com uma coluna LC Shim-pack CLC-ODS (M) 4,6mm x 25cm. A gordura foi determinada através do uso de uma micro centrífuga de hematócrito KHT-400. Para as análises estatísticas foi realizado o teste “t” Student (p<0,05). |
||
| RESULTADOS:
A média do retinol, expressos em µg/dL, no leite colostro, transição e maduro foi, respectivamente: 117 ± 91,4; 70 ± 50,4; 49 ± 36,7, e observou-se que houve diferença significativa entre o leite colostro e o de transição (p = 0,026) e colostro e maduro (p = 0,001), mostrando que o retinol tende a diminuir com o decorrer da lactação. Em relação à determinação do teor lipídico pelo método do crematócrito, os seguintes resultados foram obtidos e expressos em grama por decilitro: no leite colostro 2,1 ± 1,3; no de transição 2,8 ± 1,2; e no leite maduro 3,1± 1,6; sendo diferentes significativamente o teor de gordura do leite colostro e o de transição (p<0,034) e do leite colostro e o maduro (p<0,013). Esses resultados mostram que os níveis deste macronutriente aumentam com a maturação do leite. |
||
| CONCLUSÕES:
Após avaliação dos níveis de retinol e lipídios totais no leite colostro, transição e maduro de mulheres natalenses atendidas na MEJC, verificou-se que o teor de retinol diminui enquanto que o nível de lipídio aumenta com o decorrer da lactação, confirmando os resultados encontrados por Macias & Schweigert (2001) e Emmentt & Rogers (1997) em outras populações. A vitamina A, por ser uma vitamina lipossolúvel, tem seu transporte geralmente associado à gordura, mas diante dos resultados expostos, sugere-se que diferentes mecanismos possam está envolvidos no transporte da vitamina A e da gordura para o leite. Com a variação da composição do leite há um maior fornecimento calórico devido ao aumento progressivo da gordura, auxiliando dessa maneira na demanda energética necessária para o crescimento e desenvolvimento normais do infante. Com relação ao retinol, não se pode afirmar que o declínio nos níveis de vitamina A seja um fator de risco para desencadear uma hipovitaminose, já que este micronutriente pode ser estocado no fígado, o que possivelmente garante o suprimento desta vitamina, mesmo com a diminuição do seu fornecimento pela lactante. |
||
| Trabalho de Iniciação Científica | ||
| Palavras-chave: Retinol; Lipídeos; Leite humano. | ||
| Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |