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C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 2. Botânica Aplicada
GERMINABILIDADE DE SEMENTES DE Jaracatia spinosa (AUBL.) A. DC., NA PRESENÇA OU AUSÊNCIA DA SARCOTESTA.
Berinaldo Bueno 1 (berebueno@ibestvip.com.br), Etenaldo Felipe Santiago 1, Danilo Menezes Daloso 1, Flávio Henrique Dutra da Silva 1, Maiby Teodoro de Oliveira 1, Maria Aparecida Souza Sanches 1 e Zildamara dos Reis Holback Menegucci 1
(1. Laboratório de Ecologia do GASLAB – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS – Dourados/MS)
INTRODUÇÃO:
O Jaracatiá é uma planta decídua, heliófita, pioneira que ocorre em todo território brasileiro, em quase todas as formações vegetais. Tem altura de 1-20m, madeira é leve, macia ao corte e fácil manuseio, é bastante utilizada na construção civil, no paisagismo e na cozinha em algumas regiões. Floresce durante os meses de setembro-outubro e a maturação dos frutos verifica-se entre janeiro e março. Os frutos são avidamente procurados por pássaros e animais, podendo também ser consumido pelo homem in natura. Os frutos podem ser diretamente utilizados para a semeadura ou despolpados e plantadas semente-a-semente. A emergência ocorre de 10-20 dias, com germinação superior a 80% (Lorenzi, 1998). Porém, algumas literaturas recomendam a retirada da sarcotesta das sementes. Esta é uma capa que abriga uma substancia gelatinosa chamada mucilagem que recobre as sementes e apresenta substancias inibidoras de germinação como o ácido abscísico (ABA) ou similares que se originam a partir dos carotenóides, violaxantina por via de produção de xantoxina em varias partes das sementes maduras. Assim, o efeito inibitório da sarcotesta pode ser o resultado da atividade do ABA e de outras substancias que se originam destes carotenóides (Paoli, 1987 e Dehgan & Schutzman, 1989). Este estudo objetivou avaliar a influência da presença da mucilagem na germinação de sementes de J. spinosa em câmara de germinação em condições constantes de luz e temperatura.
METODOLOGIA:
Frutos de J. spinosa foram coletados de indivíduos existentes no remanescente florestal Mata do Azulão/Dourados-MS. As sementes foram beneficiadas manualmente, sendo os experimentos germinativos realizados a partir de um grupo de 1000 sementes em câmara de germinação BOD. As sementes foram separadas em dois lotes de 500 sementes que em seguida foram subdivididos em cinco placas de petri com 100 sementes cada. Em um dos lotes a mucilagem da sarcotesta das sementes foi preservada, enquanto que no outro a mucilagem foi retirada através da metodologia sugerida por Ramos et al , 2003. As sementes foram colocadas em placas de petri previamente forradas com papel de filtro e depositadas em câmara de germinação com luz branca contínua e temperatura interna de 25ºC. As contagens foram diárias sendo considerada germinada a semente com exposição da raiz primária.
RESULTADOS:
A germinação iniciou-se aos 23 e 52 dias com Velocidade Média 0,040302 e 0,018223 e Tempo Médio 24,8125 e 54,875 nos lotes sem e com mucilagem, respectivamente. A freqüência relativa de germinação nas sementes sem mucilagem descreveu curvas polimodais quando comparadas às com mucilagem. Os percentuais germinativos finais das sementes sem sarcotesta foram maiores 9,6% contra 1,6% nos lotes e com sarcotesta respectivamente.
CONCLUSÕES:
Embora os percentuais germinativos descritos neste estudo sejam inferiores aos citados por outros autores, foi possível observar que a retirada da sarcotesta aparentemente acelera a germinação e aumenta os percentuais germinativos finais de J. spinosa . Um dos prováveis fatores que explicaria tal fenômeno seria o regionalismo, uma vez que autores como RAMOS et al , 2003 constataram em seus estudos com o mamoeiro, o maracujazeiro e o cipó-pucá que os elementos constituintes da mucilagem são reflexo direto das condições nutricionais do ambiente.
Instituição de fomento: PIBIC/UEMS – GASLAB.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  Jaracatia spinosa ; germinação; mucilagem.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005