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G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 9. Psicologia Experimental
CONTROLE AMBIENTAL E AUTODETERMINAÇÃO DE ADULTOS DEFICIENTES MENTAIS NA ESCOLHA DE CONDIÇÕES DE TRABALHO
Giovana Escobal 1 (giovanaescobal@yahoo.com.br) e Celso Goyos 1
(1. Departamento de Psicologia, Universidade Federal de São Carlos)
INTRODUÇÃO:
A análise e organização ambiental, bem como procedimentos que utilizam materiais instrucionais, são características fundamentais para um programa de ensino de tarefas de trabalho para indivíduos deficientes mentais. Neste trabalho, foi empregado material instrucional envolvendo esquemas de reforçamento e diferentes níveis de ajuda.
METODOLOGIA:
Participaram três indivíduos deficientes mentais adultos. O pré-treino da tarefa deu-se em grupo e sem material instrucional. Com o material posicionado sobre a mesa, o experimentador fornecia instruções, modelo, e a oportunidade de executar a tarefa. Conseqüências diferenciais eram apresentadas para respostas corretas e incorretas até o término da tarefa. A seguir, foi introduzido o treino individualizado com o material instrucional. Essa fase consistiu na introdução de instruções, ajuda, e esquema de reforçamento por razão fixa. Ao atingir o valor do componente de razão fixa, o participante recebia uma ficha vermelha e reforço comestível. Em seguida, as condições de trabalho do pré-treino foram re-introduzidas, porém, individualmente e sem o material instrucional e o valor do componente de razão fixa foi ajustado. Nesta fase, foram utilizadas fichas amarelas como reforçadores condicionados. Após o critério na tarefa ter sido atingido, uma nova fase foi introduzida onde o material instrucional foi re-apresentado. Na fase seguinte, uma ficha amarela e uma vermelha eram colocadas sobre a mesa, juntamente com as condições correspondentes ao uso do material instrucional e ao trabalho sem o mesmo. O experimentador apontava para uma ficha, amarela ou vermelha, seguido da condição de trabalho a ser executado, com ou sem o material instrucional. Na última fase, na presença das fichas e dos arranjos sobre a mesa, os participantes eram instruídos a escolher uma das fichas e, conseqüentemente, a maneira de execução das tarefas.
RESULTADOS:
Com a introdução do material instrucional, houve um melhor desempenho dos participantes na realização da tarefa de trabalho com menor dispêndio de tempo, aumentando sua produtividade em todas as fases, revelando a eficácia do material instrucional. Dada a oportunidade de escolha, os participantes demonstraram preferência, pela freqüência de escolha, sobre a condição com material instrucional. Os resultados da avaliação demonstram que, mesmo com a retirada das contingências ambientais que foram propostas na programação de ensino via experimentador, a produtividade apresentada pelos participantes continuou estável. Os dados foram coletados através de registros manuais a partir dos registros em vídeo.
CONCLUSÕES:
Pode se considerar que o trabalho com material instrucional aumentou a autodeterminação dos participantes ao introduzir o comportamento de escolha no repertório dos mesmos, a fim de que estes tomassem decisões por si mesmos, podendo obter maior controle sobre a situação ou condição que desejavam. Isto favoreceu para que trabalhassem mais estimulados e com maior independência. Este repertório pode ser indicativo de uma maior independência de supervisão, o que é consistente com o repertório exigido em situação regular de trabalho.
Palavras-chave:  Autodeterminação; Deficiência Mental; Trabalho.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005