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A. Ciências Exatas e da Terra - 7. Oceanografia - 3. Oceanografia Geológica | ||
A ORLA DA CIDADE DE OLINDA: ESTUDO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS, AÇÕES E PERSPECTIVAS PARA A SUSTENTABILIDADE LOCAL | ||
João Allyson Ribeiro de Carvalho 1 (noliveir@speedmais.com.br) e Valéria Barboza da Silva 2 | ||
(1. Pentágono Colégio e Curso; 2. Escola Nestor Gomes de Moura) | ||
INTRODUÇÃO:
A História do povoamento no mundo mostra uma íntima relação entre desenvolvimento de vilas e colônias próximas ao mar. Tal fato acontece devido a necessidade de extração de frutos do mar para subsistência e comércio. A praia como um ecossistema incluído na zona costeira, compreende a área de contato do território emerso e o mar. É formada por sedimentos inconsolidados ou rochas. Seu equilíbrio dinâmico depende diretamente da constante interação dos fenômenos terrestres e marinhos. Cidades litorâneas como Olinda exercem profunda alteração e deterioração da paisagem. A presença de inúmeras construções no litoral correm um risco potencialmente elevado de perda pelo intenso nível de erosão. Essa realidade nos mostra a priorização do crescimento econômico em detrimento da sustentabilidade ambiental. As conseqüências desse contexto não são nada favoráveis ao ambiente. Nesse sentido, define-se como objetivo geral identificar as transformações naturais e antrópicas na orla do município de Olinda no sentido de subsidiar propostas para a criação de diretrizes para um gerenciamento costeiro. A zona costeira olindense particularmente necessitaria da urgente implementação de um programa de gerenciamento costeiro, uma vez que muitos dos recursos naturais já foram explorados e degradados. Alguns, inclusive, a níveis irreversíveis. |
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METODOLOGIA:
O município de Olinda está compreendido entre os paralelos 7° 57’ 30’’ e 8° 02’ 30’’ de latitude sul e os meridianos 39° 49’ 41’’ e 39° 55’ 00’’ de longitude oeste, ocupando cerca de 40,83 Km². Limita-se ao norte com o município de Paulista e ao leste com o Oceano Atlântico, a oeste e ao sul com a cidade de Recife. Para caracterização da área, utilizou-se a metodologia proposta pelo Projeto Orla, inerente a classificação da tipologia paisagística. Para tal estudo, foram definidos pontos estratégicos considerados como mais “críticos” ou com um maior nível de descaracterização. Tais pontos foram identificados através de caminhamentos e registros fotográficos em diferentes momentos de marés, subsidiados por análise granulométrica de sedimentos durante os meses de outubro/2002 até janeiro/2005. O longo período contribuiu para um melhor entendimento no que concerne à dinâmica do ambiente. Assim, de acordo com o que foi visto, foi possível identificar as ações prioritárias a partir dos problemas locais que surgiram durante o período estudado. Fato que ofereceu um maior subsídio para o estabelecimento de um gerenciamento costeiro no futuro. |
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RESULTADOS:
De acordo com as observações visuais em relação ao grau de urbanização da orla e seu processo de urbanização, pode-se confirmar através de registro fotográfico o intenso grau de descaracterização local de toda a área estudada. Devido a essas alterações, o município de Olinda vem sofrendo um alto nível de erosão. A cada obra de contenção para minimizar tal erosão, o problema aumenta para norte em virtude do sentido das correntes litorâneas. O que muitos estudiosos chamam de “efeito dominó”. Os principais problemas identificados foram: saneamento básico mal estruturado e insuficiente para a população, inclusive com emissão direta ao mar, sem nenhum tratamento pré-existente; ausência de políticas públicas para um planejamento urbanístico costeiro que procurasse reverter ou ao menos minimizar os impactos antrópicos de natureza negativa no ambiente; e, ações periódicas principalmente com “proteções” duras como os vários diques que alteram a hidrodinâmica. O que confere uma situação abrigada com sérios problemas de renovação de água. Principalmente na baixa-mar. |
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CONCLUSÕES:
Diante do exposto, foi possível identificar várias transformações, principalmente de natureza antrópica na orla do município de Olinda. As ações que deveriam resolver o problema da erosão costeira não atendem ao seu principal objetivo, porque são pautadas no imediatismo e muitas vezes sem fundamentação científica. Outro fato relevante é que o ecossistema litorâneo de uma maneira geral, abrange vários outros ecossistemas e se apresentam interligados como os recifes, estuários, restingas, campos de dunas, etc. Qualquer alteração em um desses setores, pode desencadear um verdadeiro sistema de desequilíbrio nesse peculiar ecossistema. Daí, a imensa necessidade de se estabelecer um programa no sentido de subsidiar propostas de diretrizes para um gerenciamento costeiro, que contemple o manejo consciente no sentido de minimizar as agressões no ambiente litorâneo. Para isso, a participação da sociedade é imprescindível. Programas de educação ambiental podem desenvolver a conscientização dos moradores sobre a necessidade de conservar os recursos naturais. Só assim, com a participação da população nas políticas publicas, pode-se conseguir uma sustentabilidade e minimizar a pressão que a sociedade exerce na natureza. Nesse sentido, conclui-se que medidas urgentes devem ser estabelecidas e principalmente cumpridas, a fim de conseguir ao menos estacionar tais problemas impactantes. |
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Palavras-chave: erosão costeira; Olinda; orla. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |