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B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil | ||
PLACAS CIMENTÍCIAS: AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO E MECÂNICO CONSIDERANDO A ORIENTAÇÃO DAS FIBRAS DE REFORÇO. | ||
Miguel León González 1 (miguel.leon@uol.com.br), Lizet Lescher Pinheiro 2 e Samuel Dereste dos Santos 3 | ||
(1. Prof. Titular do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas - Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL.; 2. Aluno do 7º Semestre do Curso de Engenharia Civil - Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL.; 3. Técnico do Laboratório de Engenharia Civil - Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL.) | ||
INTRODUÇÃO:
O sistema “DryWall” está despontando como uma tecnologia promissora para a área da Construção Civil. Devido a este fato, o emprego de placas cimentícias tem tido um crescimento muito acentuado. Estas, para terem seu desempenho melhorado, podem estar reforçadas com diferentes tipos de fibras (amianto, fibra de vidro, PP ou PVA). Nestes tipos de placas, pelo processo de fabricação, as fibras adotam uma direção preferencial paralela ao comprimento da placa. Sua utilização tem apresentado inúmeras vantagens, como: ganho de área útil, rapidez/facilidade na montagem e reutilização das peças. No entanto, sua utilização apresenta alguns problemas que demandam aperfeiçoamento. Os mais comuns são decorrentes do tipo de materiais a serem usados para solucionar a aparição de fissuras nas juntas. Além disso, o conhecimento do comportamento físico e mecânico das placas cimentícias em função do tipo de fibra de reforço empregada e da direção de sua orientação acarretará subsídios para uma solução pontual. Neste trabalho, objetiva-se caracterizar o comportamento físico e mecânico de placas cimentícias nacionais reforçadas com fibras de PVA, considerando a influência da orientação das fibras de reforço e o teor de umidade. |
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METODOLOGIA:
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico e a partir deste foram definidos os seguintes aspectos: - Tipos de placas a estudar - Normas de ensaios Foram tomados como base os métodos das normas ASTM e ISSO. - Tipos e quantidades de ensaios: Foram realizados os ensaios: absorção de água; densidade, variação dimensional por absorção de umidade e resistência a flexão. Os ensaios de variação dimensional e flexão foram realizados paralelos (PF) e normais (NF) à direção preferencial das fibras. Foram tomados como base os métodos das normas ASTM e ISO. A quantidade de ensaios foi estabelecida segundo critérios estatísticos. Com os dados obtidos no ensaio de resistência à flexão, calculou-se a resistência das placas e seu módulo de elasticidade. A carga correspondente ao limite de linearidade (limite elástico) foi obtida a partir da análise do gráfico de Força x Deformação, tomando-se como critério um porcentual da diferença relativa entre a tangente inicial e a secante de um ponto i desse gráfico. Na modelação matemática da curva de ajuste dos resultados do ensaio (Força x Deformação), foi utilizada uma função polinomial que garantisse um coeficiente de correlação mínimo de 98%. Desta equação foram feitos os cálculos para determinação do módulo de elasticidade e resistência a flexão. Os ensaios foram realizados no Laboratório de Engenharia Civil da UNICSUL. |
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RESULTADOS:
- Nas normas ASTM e ISO estudadas, foram encontrados procedimentos para determinar as principais propriedades físicas e mecânicas, os quais foram necessários modificar no desenvolvimento da pesquisa. - Em relação aos ensaios, foram obtidos os resultados seguintes: Absorção de água A placa apresentou uma absorção media de 14% de sua massa com um desvio padrão de 0,26%. Densidade A massa específica na umidade ambiente média foi de 1,65 g/cm3 com um desvio padrão de 0,01 gr/cm3. A massa específica saturada média foi de 1,96 g/cm3 com um desvio padrão de 0,01 gr/cm3. Variação dimensional por absorção de umidade (dilatação e retração): A variação linear média paralela às fibras foi de 2 mm/m com um desvio padrão de 0,5 mm/m. Na direção normal, a variação linear média normal às fibras foi de 2,5mm/m com um desvio padrão de 0,6 mm/m. Resistência à flexão: A resistência à flexão média paralela à fibra na umidade ambiente foi de 9,7Mpa com um desvio padrão de 0,6 MPa. No estado saturado foi de 4,7 Mpa com um desvio padrão de 0,3 MPa. A resistência à flexão média normal à fibra na umidade ambiente foi de 6,1Mpa com um desvio padrão de 0,5 MPa. No estado saturado foi de 4,0 Mpa com um desvio padrão de 0,4 MPa. |
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CONCLUSÕES:
- As placas estudadas apresentaram diferenças apreciáveis na resistência à flexão e variação dimensional por absorção de umidade quando são ensaiadas na direção paralela e normal a fibras. - Foi comprovada a influência da umidade na variação dimensional por absorção de umidade e na resistência à flexão dessas placas. - Com relação, às propriedades mecânicas, as placas apresentaram um comportamento elasto-plástico, não sendo observada variação linear no início de seu carregamento, ficando difícil de estabelecer o limite elástico. - As placas tiveram uma menor redução da resistência à flexão, tanto no estado úmido como no estado saturado, quando o ensaio de flexão foi realizado paralelo às fibras. - Os resultados da pesquisa realizada mostraram que estes tipos de placas têm um comportamento anisotrópico apreciável e, portanto, deve ser considerado ao projetar as soluções das juntas e seus elementos de fixação. |
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Palavras-chave: placas cimentícias; construção a seco; vedações. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |