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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
UTILIZAÇÃO DE JOGOS EDUCATIVOS COMO MOTIVADOR PARA ESTUDOS EXTRA-CLASSE
Edemar Benedetti Filho 1 (edemarfilho@yahoo.com.br), Antonio Rogério Fiorucci 1, Noé de Oliveira 1, Luciana Gonçalves de Azevedo 1, Paloma Cardoso da Rosa 1 e Luzia Pires dos Santos Benedetti 1
(1. Depto. de Química, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS)
INTRODUÇÃO:
Jogos educativos são desenvolvidos com duas principais finalidades: entreter e possibilitar a aquisição de conhecimento. Através deste contexto, os jogos educativos, devem tentar explorar o processo completo de ensino-aprendizagem e para tanto: possibilitam a compreensão de regras, promovem interesses, satisfação e prazer, formulam hábitos e permitem gerar a identificação e o despertar de novas habilidades. Os jogos são ótimos ingredientes para melhorar a relação aluno-professor o que muitas vezes é desgastada devido a complexidade e forma tradicional de ensino. O jogo ou disputa se constitui num recurso que tem sido utilizado por pesquisadores na área de ensino para intensificar a afetividade dos alunos para algumas áreas ou conteúdos. Várias áreas de ensino utilizam jogos educativos na construção do conhecimento, na matemática é comum à utilização desta metodologia. Contudo, existem poucos trabalhos realizados na área de Química, sendo este recurso muito pouco explorado. A faixa etária de um aluno de Química, no Ensino Médio, está em média entre 14 e 17 anos, e nesta idade os alunos possuem uma abstração maior, onde os jogos despertam interesse dos jovens. Neste trabalho é apresentada uma proposta de construção de conceitos com auxílio de jogos em Química visando o lúdico para enriquecer a relação aluno-professor.
METODOLOGIA:
Relata-se uma experiência na disciplina de Química, através do professor no Ensino Médio da rede pública da cidade de Dourados – MS. O jogo elaborado consta de uma palavra cruzada sobre vidrarias utilizadas em laboratório de Química. Em uma aula anterior a aplicação do jogo, foi comentado sobre as regras do jogo, distribuído uma apostila com a descrição e utilização das vidrarias e a sala foi dividida em dez grupos que deveriam trabalhar em conjunto. As equipes estudaram fora do horário das aulas e vieram preparadas para a realização do jogo na próxima aula. Na aplicação do jogo foi esperado que uma primeira equipe concluísse a resolução do mesmo vencendo assim a proposta. No final do jogo foi aplicado um questionário individual contendo questões teóricas envolvendo as vidrarias estudadas, inclusive de vestibulares, e perguntas discursivas sobre o uso do jogo como recurso didático.
RESULTADOS:
Com a finalidade de medir o grau de aceitação do jogo e um novo sistema de ensino didático, o professor da Escola Estadual Reis Veloso, no município de Dourados – MS, que ministra a disciplina de Química no período matutino, aceitou o desafio e aplicou a metodologia proposta. A aceitação dos alunos com esta metodologia foi da ordem de 95%. Todos os grupos trabalharam com a apostila em horários extra-classe e inclusive o professor relatou que houve várias procuras dos alunos sobre o tema abordado, o qual disse que no sistema tradicional de ensino esta procura é muito pequena, geralmente quando ocorrem provas finais. O jogo despertou o interesse em apreender pelos alunos, onde 78% das questões teóricas tiveram acerto. A presença em sala de aula foi de 95%, relatada pelo professor, como bem superior à presença normal. Os questionamentos dos alunos foram maiores envolvendo a Química e houve um grande interesse em prosseguir com a metodologia proposta. Observou-se claramente o entusiasmo dos estudantes durante a disputa, igualmente desenvolve a capacidade interpretativa do aluno.
CONCLUSÕES:
Através do jogo educativo apresentado neste trabalho, pode-se mostrar aos alunos a importância dos estudos extra-classe e que o lúdico pode contribuir para a formação acadêmica, tornando o ensino de Química mais agradável. Como qualquer recurso utilizado no processo de ensino-aprendizagem, a correta colocação do material didático é primordial, porém, utilizando estes recursos chega-se aos resultados esperados. Neste caso, uma melhor relação aluno-professor e uma dedicação aos estudos fora do horário de aula. O espírito competitivo e em grupo de não perder e a busca para ganhar levaram os alunos a dedicarem-se aos estudos e assim ganharem novos conhecimentos fora da sala de aula. Os resultados obtidos foram satisfatórios e é viável de execução. A próxima etapa do projeto é propor novos jogos com outros temas para serem abordados em sala de aula.
Palavras-chave:  Lúdico; Ensino-aprendizagem; Extra-classe.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005