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D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
AVALIAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL EM ADOLESCENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 1
Danielle Gonçalves Costa 1 (vivianemartinsdasilva@hotmail.com), Rafaellla Pessoa Moreira 1, Nirla Gomes Guedes 1, Tahissa Frota Cavalcante 1, Viviane Martins da Silva 1 e Thelma Leite de Araujo 1
(1. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará - UFC)
INTRODUÇÃO:
A hipertensão arterial apresenta elevado custo médico-social, sendo um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Em crianças e adolescentes portadores de diabetes mellitus, a hipertensão arterial nem sempre é detectada em razão de seu caráter assintomático e pela ausência de rotinas de avaliação da pressão arterial. Vários estudos epidemiológicos demonstraram que a hipertensão arterial é uma comorbidade extremamente comum no diabético, sendo aproximadamente duas vezes mais freqüente nos indivíduos com alterações no metabolismo dos carboidratos, quando comparados com a população em geral. A aferição da pressão arterial no adolescente diabético tipo 1 é um fator primordial para prevenção de futuras complicações causadas pela hipertensão arterial, e deveria ser realizada como conduta obrigatória nas consultas ou campanhas realizadas pelos profissionais de saúde nos centros de referência. Diante do exposto, objetivou-se avaliar os níveis de pressão arterial em adolescentes portadores de diabetes mellitus Tipo 1 e identificar a presença de fatores de risco para hipertensão arterial.
METODOLOGIA:
Estudo transversal realizado com 24 adolescentes portadores de diabetes mellitus tipo 1, atendidos em um centro de referência especializado em diabetes e hipertensão arterial. A coleta de dados foi realizada nos meses de outubro e novembro de 2004. O instrumento de coleta de dados foi um formulário com referência aos dados de identificação, fatores de risco para hipertensão arterial e resultado da aferição da pressão arterial. Os valores exatos das pressões sistólica e diastólica foram anotados bem como a posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço no qual foi realizada a aferição. Foram realizadas três aferições da pressão, esperando de um a dois minutos para nova aferição. Após a coleta, os dados obtidos foram organizados a partir das curvas pressóricas como padrão de normalidade da pressão arterial na população juvenil. Foi considerada pressão arterial normal quando níveis pressóricos sistólicos e diastólicos estiveram abaixo do percentil 90; pré-hipertensão quando os níveis pressóricos estiveram entre 90 e 95; e hipertensão arterial quando os níveis pressóricos sistólicos e ou diastólicos estiveram igual ou acima do percentil 95 de acordo com o sexo e a idade, e ajustado para o percentil da altura. Os dados foram apresentados em tabelas e quadros e analisados a partir da leitura das freqüências absolutas e percentuais, tendo como base a literatura.
RESULTADOS:
A distribuição dos adolescentes referente ao sexo foi de doze indivíduos do sexo feminino e doze do sexo masculino. A média de idade foi de 15 anos com desvio-padrão de dois anos. Quanto à idade, a faixa etária predominante foi de 12 a 15 anos no sexo masculino, totalizando sete adolescentes. No sexo feminino, a prevalência mostrou-se semelhante entre as faixas de idade. Percebeu-se um maior número de adolescentes do sexo feminino com maior tempo de diagnóstico de diabetes. Constatou-se que 23 adolescentes apresentaram níveis tensionais acima do padrão de normalidade e um adolescente apresentou pressão limítrofe. Quanto à avaliação do índice de massa corporal, identificou-se prevalência de baixo peso, peso normal e sobrepeso de 20,8%, 62,5% e 16,7%, respectivamente, com média de índice de massa corporal de 20 e desvio-padrão de 4 kg/m2. Observou-se que o maior número de valores do índice de massa corporal apresentou-se na faixa de normalidade, embora se tenha evidenciado alterações do índice de massa corporal. Cerca de 20 adolescentes apresentaram antecedentes familiares para hipertensão arterial. Entre os adolescentes que realizavam atividade física três vezes ou mais, a faixa etária mais evidente foi a de 12 a 15 anos com oito adolescentes. Já a realização de atividade física esporádica ou mesmo não realização foi mais evidente na faixa de idade de 16 a 18 anos.
CONCLUSÕES:
Concluiu-se ser relevante o número de adolescentes portadores de diabetes mellitus tipo 1 com alteração dos níveis pressóricos. Os resultados também mostraram a presença de fatores de risco críticos para o desenvolvimento da hipertensão arterial como alterações no padrão alimentar e no índice de massa corporal, antecedentes familiares e prática de esportes. Os dados encontrados reforçam a importância da aferição freqüente da pressão arterial e da participação ativa dos adolescentes portadores de diabetes mellitus em seu tratamento, na prevenção e na detecção precoce da hipertensão arterial, realizada pelos profissionais de saúde.
Instituição de fomento: CNPq
Palavras-chave:  Diabetes mellitus; Hipertensão; Adolescente.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005