|
||
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem | ||
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE MASSA CORPORAL E DE ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE UMA COMUNIDADE DE FORTALEZA-CEARÁ | ||
Nirla Gomes Guedes 1 (nirlagomes@hotmail.com), Rafaella Pessoa Moreira 1, Rhanna Emanuela Fontenele Lima 1, Tahissa Frota Cavalcante 1, Emilia Soares Chaves 1 e Thelma Leite de Araujo 1 | ||
(1. Depto. de Enfermagem, Universidade Federal do Ceará - UFC) | ||
INTRODUÇÃO:
A obesidade é considerada um problema de saúde pública e pode ser definida como um distúrbio do metabolismo energético, caracterizado pelo excesso de peso relativo para a idade, a altura e o sexo, no qual ocorre um acúmulo excessivo de triglicérides nas células adiposas, implicando em prejuízos para a saúde. A obesidade persistente está relacionada a várias complicações, como também, a um aumento do risco de morbi-mortalidade para algumas doenças, destacando-se na gênese de elevação dos níveis da pressão arterial. É fundamental salientar que crianças e adolescentes seguem padrões familiares de comportamento cabendo, então, à unidade familiar a função de oferecer e incentivar a ingestão de alimentos saudáveis e a prática regular de exercícios físicos, como estratégia para diminuir as elevações de peso. Tendo em vista a influência familiar na formação do estilo de vida de crianças e adolescentes torna-se essencial que os programas de tratamento da hipertensão arterial não só enfoquem os pacientes com quadro de elevação dos níveis de pressão arterial mas, também, todos os membros do núcleo familiar com intuito de contribuir tanto para a adesão do paciente ao tratamento como para prevenir ou retardar o aparecimento da hipertensão arterial nos demais. Objetivou-se identificar e associar a presença de excesso de peso e sedentarismo em crianças e adolescentes que tenham familiares portadores de hipertensão arterial, acompanhados em um programa de tratamento. |
||
METODOLOGIA:
O estudo tem como desenho uma abordagem exploratória. Foi realizado com crianças e adolescentes com idades de 6 a 18 anos, cujos familiares estavam matriculados em um Programa de Tratamento de Hipertensão Arterial. Foi desenvolvido por intermédio de uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBASF), localizado na cidade de Fortaleza, utilizando os cadastros das famílias para a identificação dos participantes e de seus endereços residenciais. Na área escolhida estavam cadastradas 211 indivíduos na faixa de idade considerada. Após aplicação de fórmula de cálculo amostral, foram selecionados 166 crianças e adolescentes que possuíam familiares até 3º grau com diagnóstico de hipertensão arterial, acompanhados no programa de tratamento da Unidade e que residiam na área escolhida. A coleta de dados foi realizada por meio de visitas domiciliares onde se averiguou o peso e a estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e verificou-se a regularidade da prática de exercícios físicos. Os resultados encontrados foram comparados com tabelas de percentis, segundo sexo e idade. Os dados coletados foram organizados e analisados utilizando-se o software EPI-INFO 2000, sendo apresentados em cinco tabelas. Os aspectos administrativos e éticos da pesquisa científica com seres humanos foram devidamente atendidos. |
||
RESULTADOS:
No grupo avaliado, constatou-se a presença de 88 (53%) crianças e adolescentes do sexo feminino. Em relação à faixa etária, observou-se concentração entre 6 a 12 anos, totalizando 101 indivíduos (61%). A média das idades foi de 11 anos com desvio padrão de 3,7 anos; moda de 10 anos e mediana de 11 anos. O percentual de crianças e adolescentes com índice de massa corporal (IMC) acima do ideal para o sexo e a idade correspondeu a 19%. Dentre estes, a obesidade ( percentil igual ou superior a 95) esteve presente em quase o mesmo valor quando comparado com o sobrepeso (percentil de 86 a 94). Quanto à faixa etária, as alterações de peso corporal foram evidenciadas em maior freqüência nas crianças (6 a 12 anos) que nos adolescentes (13 a 18 anos), representando um percentual de 12% e 7% respectivamente. Em relação ao sexo, as elevações de peso foram quase iguais entre indivíduos do sexo masculino e feminino. A média do IMC foi 18 Kg/m2 para o sexo feminino e 19 Kg/m2 para o sexo masculino, levando em consideração as tabelas de percentis para crianças e adolescentes, com desvio padrão de 4,7 e 5,7 respectivamente. Somente 23% das 166 crianças e adolescentes, apresentaram prática de atividade física com freqüência adequada. Dentre estes, somente 10% apresentavam IMC acima do normal (5% sobrepeso e 5% obesidade). Entre os que tinham prática de atividade física inadequada, 21% encontravam–se com IMC elevado (10% sobrepeso e 11% obesidade). |
||
CONCLUSÕES:
No estudo pôde-se constatar um número considerável de crianças e adolescentes com níveis elevados do índice de massa corporal, 31 indivíduos (19%), estas alterações foram evidenciadas em maior frequência nas crianças (6 a 12 anos) que nos adolescentes (13 a 18 anos) o que pode estar relacionado com a hipoatividade física encontrada na população estudada. Desde pequena, a criança deve ser estimulada a participar de esportes. O aumento das atividades físicas é freqüentemente recomendado no tratamento da obesidade infantil, acompanhado de orientação e educação alimentar. Considerando que estas crianças têm além do fator hereditariedade, outros fatores de risco para desenvolverem hipertensão arterial quando adultas, faz-se necessário o acompanhamento rotineiro e o fornecimento de informações sobre controle do peso e a importância da atividade física para o grupo avaliado es seus familiares, estimulando a adoção de hábitos alimentares adequados para a manutenção da saúde. Esses achados alertam para a necessidade de desenvolvimento dos programas de atenção primária direcionados às doenças crônico-degenerativas, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus, não enfocados somente em indivíduos doentes, mas também dirigidos aos familiares, por compartilharem genes e hábitos de vida, além da possibilidade de existir fatores de risco associados, como a obesidade e o sedentarismo. |
||
Instituição de fomento: CAPES/CNPq | ||
Palavras-chave: pressão arterial; crianças e adolescentes; obesidade. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |