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D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 4. Desnutrição e Desenvolvimento Fisiológico | ||
UTILIZAÇÃO DO PLASMA MARINHO DE RENÉ QUINTON NA RECUPERAÇÃO DE CRIANÇAS COM BAIXO PESO PARA A IDADE | ||
Nusa de Almeida Silveira 1 (nusa@ucg.br; nusasilveira@yahoo.com.br), Kariny Fleury Canesin 1, Jean Carlos Sousa Barreto 1, Maria Lúcia da Silva Amorim 1, Renata Moraes Amaral 1 e Cláudia Maria Rassi 1 | ||
(1. Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde, Universidade Católica de Goiás - UCG) | ||
INTRODUÇÃO:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a fome e a desnutrição permanecem entre os problemas mais devastadores dos países em desenvolvimento, ameaçando em torno de 30% da população mundial, sendo a desnutrição infantil encontrada com freqüência em seus diversos graus. Os elementos traço ou oligoelementos, assim chamados por ocorrerem em ínfimas quantidades no nosso corpo, são essenciais à saúde e ao equilíbrio orgânico, pois a carência de um ou vários pode acarretar o desenvolvimento de carências nutricionais debilitantes. Baseado nos estudos de Claude Bernard, que preconizavam a necessidade da constância do meio ambiente interno como condição essencial à vida e conforme a estabelecida similaridade deste líquido extracelular com a água marinha, René Quinton descreveu as Leis das Constâncias, entre as quais a da Constância Marinha que afirma ser o homem “um verdadeiro aquário marinho vivo”, tendo sido considerado por muitos, um precursor da oligoterapia. Com a utilização desse líquido das nossas origens, ele tratou inúmeros casos clínicos, com sucesso inquestionável. O plasma marinho é considerado um suplemento alimentar, regulador celular e fonte de oligoelementos. Assim, este estudo propôs administrar o plasma marinho de Quinton em crianças da cidade de Goiânia, Goiás, de 1 a 6 anos de idade, que apresentam baixo peso para a idade, com o objetivo de alcançar uma melhoria do estado nutricional, avaliado através de parâmetros antropométricos e bioquímicos. |
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METODOLOGIA:
Este estudo atendeu à Resolução 196/98 do Ministério da Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisas da Universidade Católica de Goiás sob número 144/2004. Participaram vinte crianças da cidade de Goiânia, com idade entre 1 e 6 anos, que apresentavam-se abaixo do percentil 10 de peso para a idade de acordo com padrões estabelecidos pela NCHS (National Center for Health Statistics). As crianças foram divididas em dois grupos de 10 (Quinton e Controle), as quais receberam por via oral durante 60 dias, 20mL/dia do plasma de Quinton isotônico ou solução salina 0,9% respectivamente. Foi realizado o hemograma para determinação do estado nutricional. Foi utilizado o método do recordatório de 24 horas com a finalidade de calcular a ingestão calórica sem que tenha sido feita qualquer intervenção ou aconselhamento nutricional. As crianças tiveram sua estatura, circunferência cefálica e torácica medidas através de uma fita métrica e seu peso determinado em balança apropriada. |
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RESULTADOS:
A amostra deste estudo foi composta principalmente por grupos familiares que moram em casas alugadas e em condições higiênico-sanitárias precárias. Na maioria dos casos, as crianças são cuidadas pela mãe que passa a maior parte do tempo em casa, enquanto o companheiro trabalha para manter as despesas da família. Os grupos familiares são no geral formados por 2 filhos, exceção feita a um deles que é formado pelos pais e cinco filhos. Os resultados dos exames bioquímicos não acusaram presença de anemia ou outro desvio importante no hemograma. Em três casos foram observados eosinofilia discreta que pode ter sido decorrente de verminose. As mães foram orientadas a encaminhar os filhos para as unidades de saúde. O ganho de peso médio durante o experimento foi de 1400g e 1180g respectivamente para os grupos Quinton e Controle. Em termos médios, as crianças do grupo controle cresceram 2cm e as do grupo Quinton 0,72cm. As crianças do grupo Quinton mostraram um aumento de 0,42cm e 1,14cm nas circunferências cefálica e torácica, respectivamente, enquanto as do grupo controle aumentaram essas medidas em 1,2cm e 1,5cm respectivamente. Os dados obtidos no recordatório de ingestão alimentar indicaram que as crianças do grupo Quinton ingeriram em média 124% enquanto que as do grupo controle ingeriram 126% de calorias em relação ao recomendado pelas FAO/OMS. |
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CONCLUSÕES:
Ao final de três meses de acompanhamento, sendo que em dois deles foi administrado o plasma marinho de René Quinton ou solução salina isotônica para o grupo controle, foi observada uma tendência de ganho de peso maior nas crianças que fizeram parte do grupo Quinton. Em relação às demais medidas antropométricas observadas, o grupo controle mostrou uma tendência a um aumento maior que o grupo Quinton, apesar de que estes resultados não mostraram diferenças estatísticas ao nível de significância de p<0,05. As precárias condições higiênico-sanitárias em que vivem as crianças podem ter colaborado para a presença da desnutrição uma vez que o recordatório de ingestão alimentar mostrou uma ingestão calórica superior aos padrões internacionais de recomendações. Sabe-se que a desnutrição e suas carências associadas, incluindo as carências de oligoelementos, compromete a defesa imunológica, o que também pode ter contribuído para o agravamento do estado nutricional das crianças. Seria desejável a execução de mais estudos, realizados com um tempo mais prolongado de acompanhamento e com ingestão de maior volume diário do plasma marinho, conforme protocolos utilizados por René Quinton, para a observação de múltiplas ações do plasma marinho, em diferentes condições de uso. |
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Instituição de fomento: Biomares-Laboratório Quinton Brasil, pela doação do plasma de Quinton e Universidade Católica de Goiás. | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: desnutrição; plasma marinho; René Quinton. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |