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C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 1. Ecologia Aplicada | ||
ESTUDOS ECOFISIOLÓGICOS E GERMINATIVOS DE Sesuvium portulacastrum L. SOB ESTRESSE SALINO. | ||
Franciele Osmarini Lunardi 1 (francieleosmarini@yahoo.com.br), Oriel Herrera Bonilla 2, César Serra Bonifácio Costa 3, Mônica Carvalho Freitas 1, Argeu Gurgel Herbster Neto 1, Gracyella Melissa de Olivera Leão 1 e Bruno Edson Chaves 1 | ||
(1. Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual do Ceará-UECE.; 2. Professor Adjunto do Curso de Ciências Biológicas – UECE.; 3. Lab. de Eco. Vegetal Costeira, Fundação Universidade Federal do Rio Grande-FURG.) | ||
INTRODUÇÃO:
A agricultura com base na água salgada tem sido uma possibilidade fantástica. As reservas mundiais de água salgada são praticamente ilimitadas, mas o sal destrói as culturas agrícolas convencionais e danifica o solo. Isso gera problemas de abastecimento de alimentos para as populações locais, falta de forragem para a alimentação do rebanho, com conseqüências de grande impacto social, como o êxodo rural e outros. Halófitas são plantas capazes de tolerar altos teores de sais no solo e freqüentemente habitam áreas costeiras e/ou desérticas, recentemente são vistas como potenciais cultivares. Apesar do potencial de utilização, existe uma grande carência de conhecimento sobre a germinação e crescimento dessas plantas. A pesquisa tem como objetivos gerais estudar parâmetros ecológicos da halófita costeira fixadora de dunas: Sesuvium portulacastrum L. submetida ao estresse salino. Avaliar os efeitos da salinidade sobre a produção de biomassa. Bem como conhecer a resposta germinativa desta planta. |
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METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido na Universidade Estadual do Ceará. Propágulos vegetativos foram colocados em vasos de polietileno, contendo substrato de areia lavada. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, organizado em quatro níveis de concentração salina (0, 50, 100, 150 e 200 mM de NaCl). Cada tratamento possuiu cinco repetições. Cada lote foi irrigado com solução nutritiva (segundo Breckle 1976), contendo esses diferentes tratamentos salinos. As principais variáveis de análise e avaliação do experimento foram: taxa de crescimento absoluto e relativo, peso e comprimento médio do estolão das plantas, (Samuelson et al. 1992 e Salim 1989), sendo uma medição no início do experimento e outra após 84 dias. Cinqüenta sementes de Sesuvium portulacastrum L. foram retiradas de flores ressecadas, desprendendo-se com facilidade (maduras) e outras cinqüenta foram obtidas de frutos ainda atados às estruturas florais, destacadas do ovário floral (imaturas). Sementes maduras e imaturas foram separadas em dois lotes de vinte e cinco sementes e colocadas em placa de Petri com papel filtro. As placas de Petri foram umedecidas com água destilada e incubadas em um termoperíodo de 12 horas 20 0 C e 12 horas 30 0 C. Um lote de cada tipo de semente foi submetido a fotoperíodo de 12 horas de escuro e 12 horas de luz branca, sincronizado ao termoperíodo acima, e o outro lote mantido no escuro durante todo período do experimento de germinação. A germinação foi monitorada durante 35 dias. |
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RESULTADOS:
Sesuvium portulacastrum L. é um típico representante de halófita tropical costeira. Ele coloniza geralmente áreas de dunas, alagadiços salgados e os apicuns, atrás da faixa dos manguezais. Ele mostra característica adaptativa às condições de salinidade no substrato, sendo o desenvolvimento da suculência das partes aéreas a principal resposta a essas condições de estresse salino. Em condições de viveiro, o crescimento da planta estudada mostrou comportamento parecido ao de outras halófitas. A taxa de crescimento relativo em função do peso úmido aumentou entre as concentrações de 50 e 150 mM NaCl em comparação com as plantas controle, sem NaCl. O aumento do NaCl no substrato coincidiu com maior acúmulo de água nos tecidos, principalmente nas folhas e também com maior aparecimento de flores. As ótimas concentrações salinas para o crescimento de halófitas são muito variáveis. Sesuvium portulacastrum L. melhor se desenvolvimento em 200mM de NaCl. Muitas vezes as diferencias nesses resultados, devem-se as metodologias e as condições ambientais nas quais os experimentos são realizados. O estágio de maturação da semente não influenciou na capacidade germinativa das sementes. O fator luminosidade causou um disparo germinativo e proporcionou maiores porcentagens de germinação. As sementes que não receberam luminosidade se tornaram em plântulas mais altas do que as submetidas à luz. |
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CONCLUSÕES:
O experimento mostrou que Sesuvium portulacastrum L. pode sobreviver, e adquirir considerável quantidade de biomassa, inclusive em concentrações maiores que 200 mM de NaCl no substrato, permitindo-nos concluir que o estresse salino é relevante ao seu metabolismo. Mostrou que pode ser usado na recomposição de áreas que apresentam solos com elevado teor de sal. Esta halófita apresenta facilidade germinativa e pouca resposta de dormência, tanto em sementes maturas e imaturas como nos diferentes tratamentos de luminosidade. |
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Instituição de fomento: FUNCAP | ||
Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: Halófitas; Germinação; Estresse Salino. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |