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A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais | ||
ARMAZENAMENTO DE GRÃOS POR 12 MESES COM EXTRATOS VEGETAIS | ||
Marçal de Queiroz Paulo 1 (marcal@quimica.ufpb.br), Aline Fonseca Bezerra 1, Lindeberg Rocha Freitas 2 e Douglas Pereira de Moura 1 | ||
(1. Depto. de Química, Universidade Federal da Paraíba - UFPB; 2. Depto. de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal da Paraíba - UFPB) | ||
INTRODUÇÃO:
Armazenagem ou estocagem é a conservação de grãos e de outros produtos por determinado tempo, permitindo melhores condições para comercialização desses produtos em função da eliminação de perdas quantitativas e qualitativas. As principais pragas dos grãos armazenados são os insetos, que possuem características peculiares, distintas das encontradas nas culturas agrícolas. Normalmente os insetos pragas são pequenos, preferem o escuro e conseguem se esconder em locais como fendas e pequenas cavidades. A reprodução é de forma rápida e produzem diversas gerações em curto espaço de tempo, aumentando assim os danos nos produtos armazenados. Com o objetivo de contribuir para solução dos problemas de armazenamento de grãos (cereais) pós-safra, relacionados aos danos dos insetos-pragas, nossos trabalhos envolvendo P&D foram centrados na avaliação da eficácia do extrato das partes aéreas de um vegetal difundido em todo Brasil, usado para produção de um bioinseticida (natural) de baixo custo. A qualidade e a eficácia do novo inseticida foram avaliadas em relação à concentração do produto, o tempo de armazenamento dos grãos (feijão, milho) e do farelo de milho, armazenados pelo período de 12 meses consecutivos. Os resultados foram avaliados em comparação com provas em branco. A importância de um bioinseticida, além da eficacia da proteção no armazenamento de grãos é a sua baixa toxicidade e preço que torna o produto acessível para o armazenamento de grãos em pequena e grande escala. |
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METODOLOGIA:
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Química de Produtos Naturais (LQPN) do Departamento de Química do CCEN da Universidade Federal da Paraíba Campus I, João Pessoa – Paraíba. No presente trabalho foi utilizado como matéria-prima de armazenamento os grãos pós-colheita (milho e feijão tipo marcaça) e farelo de milho, todos adquiridos na feira livre do Município de João Pessoa - PB. O Bioinseticida extraído com etanol: água (6:4) das partes aéreas do vegetal da família Lauraceae e o extrato de chá-preto (Cammelia sinensis) foram obtidos por decocção (20g/litro). Após filtração, os extratos (separadamente) foram concentrados a pressão reduzida. A avaliação da propriedade inseticida foi realizada procedendo-se da seguinte forma: Os extratos secos foram dissolvidos em água destilada nas concentrações de 2.000, 1.000 e 500ppm, em seguida, 10mL de cada extrato dissolvidos nas 3 concentrações foi pulverizado, separadamente, sobre 1Kg de cada grão e sobre o farelo. Os 3 produtos foram acondicionados em 3 recipientes de vidro, devidamente limpos e secos, todos etiquetados. Os recipientes foram hermeticamente fechados e postos em local seco, arejado e iluminado. Os experimentos foram realizados em triplicata para cada concentração de extrato. Uma prova em branco (triplicata) foi realizada sem adição de extrato. Nessa avaliação na prova controle foi utilizado apenas a pulverização de água destilada (10mL/1Kg de grãos ou de farelo). |
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RESULTADOS:
A avaliação da propriedade inseticida realizada sobre os extratos de chá-preto (Cammelia sinensis) e do Bioinseticida, nas três concentrações: 2.000, 1.000 e 500 ppm após doze meses de armazenamento apresentou os seguintes resultados: O extrato aquoso de chá-preto não apresentou atividade inseticida em nenhuma das concentrações usadas, por essa razão, os insetos-pragas danificaram os grãos e o farelo armazenados, após 12 meses. O bioinseticida apresentou atividade inseticida e proteção dos grãos após 12 meses de armazenamento quando aplicado nas concentrações de até 1.000 ppm, na concentração de 500ppm o produto não apresentou atividade. |
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CONCLUSÕES:
Com base nos resultados obtidos, verificamos que o extrato de chá-preto (Cammelia sinensis) não apresentou atividade inseticida satisfatória nas concentrações de 2.000, 1.000 e 500 ppm nos grãos de milho, feijão e no farelo durante doze meses.O bioinseticida apresentou uma ótima ação inseticida nos grãos de milho, feijão e no farelo nas concentrações acima de 1.000 ppm mostrando-se eficiente no combate ao ataque dos insetos-pragas nos produtos armazenados durante doze meses. |
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Trabalho de Iniciação Científica | ||
Palavras-chave: grãos; armazenamento; estocagem. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |