IMPRIMIR VOLTAR
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
ANÁLISE DA DINÂMICA DA PAISAGEM - ZONA COSTEIRA DO ESTADO DO PIAUÍ
Agostinho Paula Brito Cavalcanti 1 (Prof. Dr. / agos@ufpi.br)
(1. Depto. de Geografia e História, Universidade Federal do Piauí - UFPI)
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa foi realizada na zona costeira do Estado do Piauí, tendo como objetivo o estudo da dinâmica da paisagem, fundamentado através da análise das condições naturais e sócio-econômicas decorrente das atividades antrópicas. Inserida entre as coordenadas geográficas de 02° 29’ e 03° 01’ de latitude Sul e 41° 13’ e 41° 52’ de longitude oeste de Greenwich, a área limita-se a leste com o Estado do Ceará e a oeste com o Estado do Maranhão, compreendendo uma extensão e superfície de aproximadamente 66 km. e 1.200 km² respectivamente. Os termos de referência partiram de um enfoque da dinâmica da paisagem visando à explicação da realidade atual da área, efetivada através da análise dos fatores, agentes e processos morfogenéticos, considerando ainda as transformações determinantes das ações antrópicas, sendo apresentadas potencialidades e limitações, verificando-se as condições atuais e tendências de evolução.
METODOLOGIA:
Os métodos adotados constaram de: (i) pesquisa de campo, destinada à obtenção de dados a respeito de fenômenos que ocorrem no presente, com observações e entrevistas, em períodos distintos (chuvoso e seco), propiciando um maior conhecimento da dinâmica paisagística. Estes procedimentos permitiram a caracterização e diagnóstico dos processos naturais e as atividades antrópicas da zona costeira piauiense, fundamentais para a análise e planejamento das mudanças ocorridas e das tendências atuais. Para o desenvolvimento deste trabalho foram utilizados os seguintes materiais: imagem digital do sensor CCD do satélite CBERS, órbita 153/154, ponto 103, com passagem em 22 de agosto de 2004, na escala de 1:100.000, fornecida pelo INPE; fotografias aéreas de novembro de 1982, na escala de 1:30:000, fornecida pela CEPRO/TERRAFOTO e folhas sistemáticas plani-altimétricas na escala de 1:100.000 da DSG/SUDENE: Parnaíba (SA24-Y-A-IV), Chaval (SA24-Y-C-II), Bitupitá (SA24-Y-A-V) e Cocal (SA24-Y-C-I); (ii) pesquisa de gabinete, com a elaboração de cartas temáticas, análise das informações pertinentes a revisão bibliográfica e cartográfica da interpretação dos dados colhidos em campo.
RESULTADOS:
A partir dos resultados obtidos através da análise das condições ambientais, foi determinado o diagnóstico das potencialidades e limitações naturais e antrópicas. A potencialidade natural é bastante elevada, principalmente com relação ao poder de produção biótica, possuindo capacidade de auto-regeneração, pois as condições ambientais são favoráveis, através de uma constante oferta de recursos hídricos e sedimentares. Quanto à potencialidade antrópica verificou-se um predomínio de jovens, considerando o atual estado de formação educacional, a população residente está mais apta para as atividades primárias. Como principais potencialidades constataram-se: atrativo turístico, pesca, reserva hídrica, extrativismo vegetal, animal e mineral. As limitações naturais estão relacionadas à ação dos ventos, responsáveis pela modificação da costa, através do transporte de sedimentos, provocando o avanço de dunas, recobrindo a vegetação e soterrando os canais de drenagem; e a alternância no suprimento de águas, condicionada ao regime pluvial, como conseqüência ocorre uma diminuição do fluxo de água doce durante o período seco, causando alterações que influem nas condições ambientais. Consideram-se limitações antrópicas, os agentes ou processos causadores de ações impactantes sobre o meio, sendo identificados os seguintes: desmatamento, lançamento de resíduos na água e nos solos, queimadas, assoreamento, caça e pesca predatória e atividades agrícolas inadequadas.
CONCLUSÕES:
Como etapa conclusiva constatou-se que a área apresenta uma significativa importância para o equilíbrio ecológico da região, possuindo um potencial específico para o aproveitamento humano, apesar de cada setor apresentar suas próprias limitações, podendo recuperar-se naturalmente, permitindo uma utilização racional, contribuindo para o desenvolvimento sócio-econômico das comunidades locais.
Palavras-chave:  Paisagem; Zona costeira; Meio Ambiente.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005