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G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil | ||
TAMBOR DE CRIOULA: UMA SINGULARIDADE MARANHENSE | ||
Nara Barros Oliveira 1 (narabaroli@bol.com.br) e Francy Leyla Salazar da Silva 1 | ||
(1. Depto.de História e Geografia, Universidade Estadual do Maranhão - UEMA) | ||
INTRODUÇÃO:
O Tambor de Crioula tem no Maranhão sua expressão característica na afirmação de uma identidade étnica e de valorização de manifestação da cultura local. O Tambor de Crioula traz semelhanças a danças africanas como, a presença de tambores e a punga, que é o ponto máximo da dança ; é uma dança coreografada apenas por mulheres, tocada por homens e entoadas por todos os brincantes. O objetivo desta pesquisa é apresentar características da dança e brincantes, ressaltando a participação, origem, freqüência de apresentações, relação bricantes-público,do Tambor de Crioula,comparando-a com outras danças .Fatores importantes do Tambor de Crioula: ser particularidade do Maranhão, ter em sua grande maioria, negros, e apresentar-se como manifestação cultural que mistura músicas fáceis e contagiantes, simplicidade, informalismo e senso de liberdade. |
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METODOLOGIA:
Durante o trabalho foram aplicados 25 questionários, no período carnavalesco, com 12 grupos diferentes, na forma de perguntas e respostas. Esse período foi escolhido por ser uma das datas em que a dança apresenta-se com mais freqüência e pela diversidade de grupos. Após os questionários, os grupos foram fotografados trajando suas indumentárias acompanhadas de seus tambores. Os questionários foram respondidos por homens, mulheres, idosos, jovens e crianças que participam da dança como cantores, tocadores e dançadeiras. |
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RESULTADOS:
De acordo com os resultados obtidos, a participação se faz por opção própria, ressaltando-se um incentivo da família e o fato da dança passar de geração para geração. À origem da dança, atribuem a vinda dos negros africanos para o Maranhão e ainda como forma de pagamento a São Benedito, considerado santo dos negros. Quanto à freqüência de apresentações, a dança é vista o ano todo, com maior participação no período carnavalesco e festas juninas. Para os brincantes, a dança é importante por estar fortemente inserida na cultura maranhense e como resgate de sua essência, já que a grande maioria dos participantes são negros. Os brincantes destacam a participação do público, que os assiste como ativa e não raro juntam-se a eles na dança. Quanto às apresentações, o público sempre participa de forma bem semelhante em São Luís (destaque para os bairros Madre de Deus e Praia Grande),em vários outros municípios do Estado e em outras unidades da Federação. Quando comparada a outras manifestações culturais, os bricantes afirmam que o Tambor de Crioula é tão valorizado quanto outras danças, a exemplo do bumba-meu-boi. Quando questionados sobre haver preconceito contra o Tambor de Crioula, 95% dos brincantes negaram a existência, de tal idéia. |
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CONCLUSÕES:
O Tambor de Crioula, enquanto dança genuinamente maranhense, é caracterizada por fatores que marcam sua existência .Da participação às apresentações, o Tambor de Crioula é tido como uma afirmação de identidade, sendo em todos momentos ressaltado sua importância histórico-cultural e empenho, para que a mesma se mantenha de geração em geração. O histórico da dança se faz compreender no resgate da história de seu povo e a importância cultural se faz presente na consciência, valorização e compromisso com que os brincantes conduzem a dança, seja nas apresentações no período carnavalesco,junino,pagamento de promessa e de modo geral, para a sociedade que também se identifica,onde em todos aspectos é desprovida de qualquer forma de preconceito. A dança como exclusividade do Maranhão é também reconhecida em outros estados e o público a valoriza como uma importante manifestações folclórica,a exempos de outras identidades culturais. Tocado a murro e dançado a ponta de pé, o Tambor de Crioula expressa como outras manifestações a cultura popular maranhense. |
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Palavras-chave: Tambor de Crioula; Singularidade Maranhense; Cultura Afro-Brasileira. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |