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H. Artes, Letras e Lingüística - 2. Letras - 3. Línguas Estrangeiras Modernas | ||
JOGOS COOPERATIVOS: FACILITADORES DO ENSINO-APRENDIZAGEM DA LINGUA ESPANHOLA NO ENSINO MÉDIO | ||
Najara Silva Diniz 1 (najara_diniz@yahoo.com.br) e Denise Moreira Santana 1 | ||
(1. Centro Universitário de Brasilia - UniCEUB) | ||
INTRODUÇÃO:
No Brasil, há escassa literatura sobre a aplicação de jogos cooperativos na aquisição de uma língua estrangeira, pois o emprego de atividades lúdicas como facilitadores do aprendizado somente há pouco tempo começou a despertar o interesse de pesquisadores que tratam sobre o ensino de língua estrangeira. Da mesma forma, pouca atenção é dada ao estímulo do aluno no estudo e aprendizagem de forma lúdica, justificando-se, assim, a presente pesquisa. O objetivo do trabalho, por sua vez, é contribuir para que professores de língua estrangeira, principalmente do Espanhol, tenham um suporte mais direcionado ao assunto e uma fonte de dados específica que atue como obra de introdução ao debate sobre jogos cooperativos em sala de aula. Como base científica temos a Teoria da Cooperação, a qual defende que, no ambiente educacional, a opinião do outro é essencial na busca pelo objetivo comum (no caso em estudo, na aprendizagem de uma língua estrangeira: o espanhol). Essa teoria mostra que o jogo e o aprender podem caminhar juntos e que todo e qualquer recurso que vise o aprendizado facilitado deve ser empregado em sala de aula. Com isso, o lúdico auxilia no ensino-aprendizagem ao estimular a imersão no conteúdo abordado, a socialização do grupo, o interesse pessoal do aluno e a criatividade na busca de respostas, facilitando, conseqüentemente, a construção do conhecimento. |
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METODOLOGIA:
Utilizou-se na metodologia o método de abordagem dialético, tendo em vista que, verificando a não-utilização dos jogos cooperativos no ensino da língua espanhola no ensino médio, analisamos as contradições e os problemas inerentes a essa realidade, tais como o questionamento do lúdico para a aquisição de uma língua estrangeira, a influência da sociedade na inexistência do lúdico no ensino, a opção do professor em não utilizar esse facilitador e o interesse da escola na formação de indivíduos mais competitivos, e unimos essas contradições a uma teoria já existente a fim de se chegar a uma conclusão fundamentada. O procedimento metodológico para tanto foi o estruturalista, ou seja, partimos da investigação de um fenômeno concreto, a não utilização de jogos cooperativos no ensino de língua espanhola, construímos um modelo teórico que é o próprio objeto de estudo do presente trabalho (o uso dos jogos cooperativos no ensino da língua espanhola) e retornamos ao nível concreto e estruturado aplicável na realidade educacional. Como técnica de pesquisa, usamos a pesquisa de documentação indireta em fontes secundárias, ou seja, pesquisa em publicações avulsas, periódicos, dissertações e teses sobre jogos cooperativos, filosofia da educação, metodologias de ensino, dinâmicas de grupo, e metodologias de ensino de línguas estrangeiras. |
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RESULTADOS:
Com a presente pesquisa verificamos a não-utilização dos jogos cooperativos no processo de ensino-aprendizagem da língua espanhola, tanto pela inexistência de bibliografia quanto pela constatação de que o ambiente de desenvolvimento desses jogos é a Educação Física, campo de atuação dos teóricos do assunto no Brasil e no exterior. Ainda assim, observamos a importância do uso desses jogos como facilitadores da aquisição de uma língua estrangeira ao proporcionarem aos alunos a imersão em um ambiente estimulante, ou seja, de descontração e interação, tornando os conteúdos mais fáceis e interessantes de serem aprendidos. Notamos ainda que o professor é o principal responsável pela utilização com sucesso dos jogos cooperativos, mas, antes de tudo, ele precisa desconstruir seus conceitos de educar e ter a exata percepção de qual é a hora correta de empregar os jogos sem que torne sua utilização algo banal e pré-programada. A construção de um ambiente facilitador é fundamental para a formação de indivíduos mais coletivos, autônomos, criativos, estratégicos, mais atentos, menos ansiosos, abertos a opiniões e mais interessados na busca pelo saber. Desta forma podemos dizer que, no ensino da língua espanhola para alunos do ensino médio, os jogos cooperativos criarão um ambiente de cooperação, sociabilidade e troca de conhecimentos, no qual poderão trabalhar a fala e a escrita da língua. |
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CONCLUSÕES:
Este estudo considerou que o jogo cooperativo, assim como o lúdico em geral, é importante na aquisição da língua espanhola pelo ensino médio, visto que possibilita a criação de um ambiente facilitador de aprendizado, cheio de incentivo, apoio e interação. Constatamos, porém, que tais aprendizados são escassos nas escolas atuais, sendo recomendada, portanto, sua adoção em instituições educacionais que trabalhem o ensino da língua estrangeira por serem jogos voltados para a cooperação e para o desenvolvimento do indivíduo social, competente para viver no coletivo, crítico, capazes de acompanhar a evolução da sociedade, flexíveis e seguros. Isso porque o jogo cooperativo não se resume em ser um facilitador de aulas de língua espanhola: ele é transformador. Se passarmos a preparar indivíduos dessa forma, transformaremos a sociedade competitiva na qual vivemos e formaremos seres não só intelectuais, mas sociais. |
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Palavras-chave: jogos cooperativos; lúdico no ensino da lingua espanhola; jogos pedagógicos. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |