|
||
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física | ||
GERENCIAMENTO AMBIENTAL COMO SUBSÍDIO À MANUTENÇÃO DAS POTENCIALIDADES ECOSSISTÊMICAS DA LAGOA DO PECÉM (São Gonçalo do Amarante, CE) | ||
Lílian Sorele Ferreira Souza 1 (sosoh_geo@yahoo.com.br) e João Silvio Dantas de Morais 1 | ||
(1. Depto. de Geociências, Universidade Estadual do Ceará - UECE) | ||
INTRODUÇÃO:
As áreas lacustres do litoral cearense vêm sofrendo impactos de toda sorte e intensidade, o que propicia desequilíbrio no ciclo ecológico natural, a perda de seus nutrientes, a extinção dos recursos lacustres, fundamentais para o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento sustentável e, conseqüentemente, a própria extinção humana. É o que vem acontecendo com a Lagoa do Pecém, localizada na porção nordeste do município de São Gonçalo do Amarante, litoral oeste de Fortaleza. O mau uso e ocupação do solo desse ambiente, além da pressão e má exploração de suas águas, tão importantes para o abastecimento do município, pode vir a causar danos irreversíveis ao ambiente lacustre e à qualidade de vida da comunidade que dele usufrui. Assim, tem-se como objetivo principal analisar como o gerenciamento ambiental pode ser primordial no manejo contínuo das potencialidades ecossistêmicas da Lagoa do Pecém, bem como sua otimização, além de ferramenta influenciadora na conscientização da comunidade para uma equilibrada relação homem x natureza. E como objetivos específicos, mostrar diagnóstico geoambiental da área na qual está inscrita a Lagoa do Pecém para revelar os principais conflitos aí existentes e, assim, mostrar como o gerenciamento ambiental pode constituir ferramenta poderosa para manutenção do equilíbrio ecológico. |
||
METODOLOGIA:
Para sua realização, a presente pesquisa utilizou-se de um referencial teórico-metodológico embasado em concepções concernentes à Geografia Física, à Ecologia e ao Geoprocessamento, para o conhecimento holístico do ambiente e suas interações, compreender suas potencialidades ecossistêmicas e limitações, além de bibliografia concernente ao gerenciamento ambiental, para conhecer melhores formas de atuar através da conscientização no manejo contínuo das áreas lacustres, e legislação pertinente. Como material e equipamentos para sua realização, a pesquisa utilizou-se de uma bibliografia composta por estudos anteriormente realizados sobre o tema e/ou sobre a área em questão, imagens de satélite e fotografias aéreas, computadores, máquina fotográfica e GPS. E, como métodos de trabalho, houve a triagem e análise do material coletado, trabalho de campo, levantamento dos problemas da área, realização de consulta junto à comunidade, o uso do gerenciamento ambiental como instrumento de indicação de medidas mitigadoras e, finalmente, a elaboração de um relatório final, o qual está sendo apresentado à comunidade. |
||
RESULTADOS:
Foi constatado através de análise de imagens de satélite temporal e fotos aéreas antigas, concomitantemente embasada na legislação pertinente, além de trabalho de campo, que o processo degradacional do ambiente lacustre do Pecém provém, sobretudo, de impactos antrópicos diretos e indiretos sobre o mesmo. Isso se deve ao fato de grande parte da população não possuir conhecimentos suficientes sobre seu meio nem de como agir sobre ele, pois desconhece a legislação e pouco ou nada faz para mitigar os efeitos negativos do antropismo. Assim, a comunidade não sabe como se portar diante da manutenção desse ecossistema, muito menos como tratar dos problemas ambientais no entorno. No entanto, mesmo demonstrando certo interesse no combate à intensa degradação desse relevante ecossistema, poucos são os que desejam fazer algo para a conservação da lagoa. Nesse sentido, o gerenciamento ambiental torna-se urgente nessa área, como mecanismo à prática do conservacionismo, para que a comunidade possa interagir de forma consciente com seu ambiente, e que haja sempre a melhor relação homem x natureza. Finalmente, percebe-se a essencialidade da participação do gerenciamento ambiental na construção do cidadão consciente de seus atos, para que este seja capaz de utilizar os recursos que seu meio oferece sem agredi-los de forma irresponsável. |
||
CONCLUSÕES:
Praticar o gerenciamento ambiental é uma realidade, mas nem por isso os diversos desafios criados sobre este, num espaço curto de tempo, pode ser uma barreira. O homem, sendo componente da natureza, e não alheio à mesma, deve mudar sua realidade e postura diante da natureza e da política vigente, no sentido de buscar formas de viver de modo sustentável sem degradar seu meio e os recursos por ele oferecidos. E, para que isso seja possível, o gerenciamento ambiental vem orienta-lo através do controle e da conscientização ambiental, para uma sociedade mais justa e equilibrada tanto consigo mesmo como com o meio com o qual interage. Para concluir, o ambiente lacustre do Pecém, grandemente fragilizado pela degradação antrópica, é merecedor de maiores atenções não só por parte de seus gestores e do governo como também, e principalmente, da comunidade que dele usufrui, através de ações que visem a melhoria e manutenção de suas potencialidades físicas, ecológicas, climáticas, paisagísticas e econômicas. Estas ações devem ser implementadas de modo participativo com a comunidade, visando a elaboração de um plano de gestão, com a ajuda do monitoramento eficiente utilizado pelo gerenciamento ambiental. |
||
Palavras-chave: Gerenciamento Ambiental; Potencialidades Ecossistêmicas; Lagoa do Pecém. | ||
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005 |