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C. Ciências Biológicas - 9. Imunologia - 1. Imunologia Aplicada
TREINAMENTO FÍSICO MODERADO ATENUA LEUCOPENIA, NEUTROFILIA E LINFOPENIA EM RATOS ESTRESSADOS.
Jeanine Maria da Silva 1 (ninenutri@yahoo.com.br), Érika Michelle Correia de Macêdo 1, Carol Góis Leandro 2, Elizabeth Nascimento 1, Raul Manhães-de-Castro 1 e Célia Maria Machado Barbosa de Castro 3
(1. Laboratório de Fisiologia da Nutrição Naíde Teodóisio – Universidade Federal de Pernambuco / UFPE; 2. Escola Superior de Educação Física – Universidade de Pernambuco / UPE; 3. Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami – Universidade Federal de Pernambuco / UFPE)
INTRODUÇÃO:
Inúmeros estudos relatam o papel benéfico do treinamento físico moderado (TFM) sobre componentes do sistema imune (SI). O TFM resulta em adaptações fisiológica que podem estar associadas a um melhora da função imune. Em situações de estresse, o sistema imune é afetado tanto na dinâmica das células quanto na funcionalidade. Na base desta influência poderá estar o aumento da concentração de glicocorticóides na circulação. Já está bem estabelecido que leucócitos apresentam receptores para estes hormônios catabólicos. O presente estudo verificou se o TFM prévio a um estado de estresse agudo altera a concentração de células imunológicas do sangue.
METODOLOGIA:
Ratos albinos machos da linhagem Wistar (controle n=15; estresse n=16; TFM n= 15; TFM+estresse n=15) foram mantidos em condições padronizadas e receberam dieta labina e água ad libitum. O grupo TFM foi submetido a natação (temperatura da água entre 30o e 32o C) durante 6 semanas (45 min/dia, 5 dias p/semana e sobrecarga de até 3% do peso corporal presa a cauda do animal. Os animais iniciaram o período de adaptação ao exercício (1o dia=10 min, 2o dia=20 min; 3o dia=30 min; 4o dia=40 min e 5o dia=45 min) aos 60 dias de vida. A seguir, os ratos foram exercitados com incremento de sobrecarga (1a semana=1%; 2a semana=2%; 3a semana=2%; 4a semana=3% e 5a semana=3%). Os demais grupos permaneceram em uma cuba com 10 cm de profundidade por 45 min, sem realização do esforço físico para controle do estresse da água. A seguir a última sessão de exercício (24 horas), os grupos estresse e TFM+estresse foram submetidos ao estresse agudo por contenção (40 min). Para contagem total de leucócitos, as amostras de sangue foram diluídas (1:200) em solução de TURK e contados em hemocitômetro. Para contagem diferencial de leucócitos foi utilizado o esfregaço sangüíneo. Para coloração do esfregaço foi utilizado o kit Panótico Rápido LB – Laborclin Ltda. Para análise estatística utilizamos o teste ANOVA para comparação entre os grupos (p<0.05).Valores expressos em média ± EPM.
RESULTADOS:
Houve uma diminuição na contagem total de leucócitos nos ratos submetidos ao estresse (7,3 ± 0,4) comparativamente ao controle (11,9 ± 1,2). Essa diminuição foi atenuada nos ratos que se exercitaram e foram estressados (TFM+estresse = 10,9 ± 1,0). O percentual de linfócitos diminuiu no grupo estressado em relação ao controle (estresse = 68,8 ± 1,4 e controle = 76,7 ± 1,2) e o de neutrófilos aumentou (estresse = 27,7 ± 0,9 e controle = 19,7± 2,1). Não houve alteração no percentual de linfócitos (74,1±1,0) e no de neutrófilos (22,4±0,9) no grupo TFM+estresse quando comparado ao controle.
CONCLUSÕES:
Nossos resultados sugerem que a leucopenia, a neutrofilia e a linfopenia foram atenuadas quando os animais eram treinados previamente a uma situação de estresse. É provável que mecanismos neuroendócrinos relacionados ao estresse agudo e crônico, como o TFM, estejam subjacentes a tais adaptações. Estudos são necessários para avaliar a significância clínica e os mecanismos subjacentes a tais alterações.
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave:  exercício físico; contenção aguda; imunidade.
Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005